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ATAQUE À CARAVANA LULA
É preciso uma estratégia baseada na luta de classes para enfrentar os ataques da extrema-direita
Marcelo Tupinambá
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O atentado contra a caravana de Lula no Paraná exige o mais amplo repúdio de toda a esquerda e dos setores democráticos. Uma ação de extrema-direita cujos autores se sentem livres em meio ao golpe institucional que acomete o país há quase dois anos. Golpe este que tem sua continuidade na condenação arbitrária de Lula e na intervenção federal no Rio de Janeiro.

Daqui até o dia 4 de abril, quando o STF deve decidir sobre o habeas corpus em relação a prisão de Lula, os grupos de extrema-direita, liderados por Jair Bolsonaro e MBL, ainda estão convocando um ato no dia 3/4 pela prisão de Lula, pois para eles não basta a condenação que o tira do processo eleitoral impedindo o povo de decidir em quem votar. Dória é mais um que acompanha essa política nefasta, como mostrou sua declaração no dia de ontem. Alckmin, Temer e outros, ensaiaram espaço para responder igualmente pela direita mas tiveram que recuar e condenar o atentado frente ao nível de polarização no país.

É do cinismo mais descarado que a Globo e os golpistas venham agora se posicionar contra os atentados, quando são os responsáveis diretos por criar um cenário político onde a direita se sente valente para fazer ações desse tipo. A Globo se ligou à comoção de junho de 2013 para canalizar pela direita, está fazendo o mesmo com Marielle para fortalecer a intervenção federal no Rio de Janeiro e agora tenta cinicamente se dizer do lado da “democracia”.

Trata-se de uma operação para evitar que a pressão social por justiça por Marielle que se expressou num rechaço massivo e nos questionamentos a este ataque contra a comitiva de Lula, terminem fortalecendo Lula para o julgamento do STF no dia 4 e, neste país que dá reviravoltas, não podemos descartar ainda que como hipótese bastante minoritária por ora, que se torne elegível. Mas o que temem verdadeiramente é que este rechaço se transforme em luta de classes aberta onde os trabalhadores atropelem suas direções oficiais e não permitam que nem mesmo o PT continue cumprindo um papel de contenção das lutas para conciliar com os empresários e capitalistas.

Nos colocamos veementemente contra este ataque, assim como estamos em meio a uma forte campanha por justiça por Marielle, e chamamos todos os setores a amplificar essa luta ao máximo, para deixar na defensiva essa extrema direita que vai ganhando coragem. Mas isso não é possível com palavras, é preciso se apoiar na mobilização da classe trabalhadora, para derrotar os golpistas e seus ataques aos direitos sociais, econômicos e políticos.

Nesse sentido, foi um grande exemplo a derrota imposta a João Dória pelos professores e servidores municipais de São Paulo, que com a força das ruas reunindo dezenas de milhares derrotou a reforma da previdência de Dória obrigando-o a suspender por 4 meses. A força da classe trabalhadora organizada é o que faz tremer a direita.

É mais urgente que nunca que as grandes centrais sindicais rompam com a sua trégua e organizem um plano de luta concreto (assembleias democráticas, reuniões por local de trabalho, atos, manifestações, piquetes, coordenação das lutas) para a classe trabalhadora enfrentar os ataques aos direitos sociais, em defesa do direito do povo decidir em quem votar, por justiça para Marielle e pela apuração e punição dos responsáveis por este atentado. Ao mesmo tempo repudiamos a repressão do governo Pimentel do PT em Minas Gerais contra os professores em luta.

Por isso, rechaçamos este atentado sem deixar de apontar que o PT abriu espaço para a direita, e mais uma vez segue sendo ativo em impedir a mobilização da classe trabalhadora jogando suas energias na via eleitoral. O PT já mostrou que não é nenhuma saída para os trabalhadores. Aplicou ajustes, assimilou os métodos da corrupção e não mobilizou seriamente contra o golpe.

É preciso uma estratégia baseada na luta de classes pra enfrentar os atentados da extrema-direita, buscando unidade na ação contra todos os ataques, mas construindo uma alternativa revolucionária, socialista e de independência de classe.

 
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