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GLOBO USA COMOÇÃO COM MARIELLE PARA DEFENDER REPRESSÃO DE TEMER
Fantástico toma comoção por Marielle para exaltar verbas de Temer para intervenção federal
Fernando Pardal
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Como já debatemos aqui, a Globo está se esforçando para se pintar de “direitos humanos” e, ao invés de bater de frente contra as massivas mobilizações em todo o país que expressam a profunda revolta contra a execução de Marielle, quer tentar “se infiltrar” nesse movimento para transformá-lo em seu contrário.

Em sua longa reportagem especial do Fantástico, a Globo começa definindo o que são os “direitos humanos” e afirmando que era em defesa deles que Marielle atuava. Para além disso, faz entrevistas bastante comoventes com os parentes, amigos, familiares, com a esposa de Anderson e a namorada de Marielle. Procuram, cinicamente, se postar ao lado dos que choram a dor de sua morte, os que estão em luto contra sua execução impiedosa. Trazem fatos sobre o crime, como se sua sede por descobrir a verdade fosse imensa. Tudo para ganhar a adesão do público, dos milhões que se revoltaram com esse crime bárbaro.

Então, a Globo se diferencia da direita “raivosa”. Longe de sua tentativa de se infiltrar, a direita mais ideológica “à moda Bolsonaro” procurou destruir as mobilizações por Marielle por uma via distinta: a das calúnias e difamação, para desacreditar Marielle e a sua trajetória militante, e por essa via, a raiva de milhões que clamam por justiça. Mostramos aqui como a desembargadora Marilia Castro Neves, o deputado e coronel da PM Alberto Fraga e o Coronel Washington Lee Abe fazem parte desse setor, que vem sendo desmentido e questionado legalmente, e, se publicamente diz que recuou, nas correntes de Whatsapp segue com a campanha de calúnias que refutamos aqui.

A Globo, como discutimos, procura outra tática para uma finalidade que não deixa de ser igualmente de direita, em defesa dos interesses dos capitalistas e para fortalecer a repressão que toma morros e favelas cariocas. Não é à toa o pouquíssimo peso – em contraste com o que todos vimos desde a morte de Marielle – que as manifestações ao redor do país encontram em sua reportagem. Não apenas não se fala que foram dezenas de milhares em dezenas de cidades, com atos que começaram na própria quarta-feira da execução e que continuam ocorrendo diariamente, mas também se omite o fundamental: todos os atos clamam pelo fim da violência policial e contra a intervenção federal de Temer. Pautas diametralmente opostas às da Globo.

Outro aspecto da reportagem também é fundamental para fortalecer a manipulação da Globo: a forma como se fala indistintamente da “violência do Rio”, como se a morte de Marielle fosse um crime comum, e não uma execução política de uma vereadora eleita por mais de 46 mil votos com um programa claro de denúncia à violência policial e oposição ao recrudescimento das políticas repressivas do Estado. É com esse objetivo de tentar ocultar o caráter da morte de Marielle que a Globo se utiliza de mais uma barbárie causada pela polícia e pela política de guerra às drogas, que foram as três mortes no Complexo do Alemão (incluindo a de uma criança de um ano), para amplificar seu tom contra a “violência”.

Assim, a Globo, que durante a vida de Marielle foi uma ardorosa opositora de suas ideias, após sua morte continua esse trabalho sujo, mas dessa vez de forma ainda mais grotesca ao tentar se apoiar no monstruoso crime feito com o objetivo de calar Marielle para tentar, com suas matérias comoventes, seguir calando essa voz que dizia um claro não à intervenção.

E, ao fim da matéria sobre Marielle, o coroamento desse jogo sujo é revelado: se anuncia que Temer, reunido com ministros, decidiu liberar verbas superiores a um bilhão de reais para as forças de intervenção federal e para o novo Ministério da Segurança Pública. Ou seja, o mesmo presidente que exigia privatizações e ataques ao funcionalismo, agora irá dar mais dinheiro para reprimir nos morros, para aumentar a violência (não “em geral”, mas sim a que é causada diretamente pelo Estado e seus abusos) que Marielle combateu em vida.

Globo, tire suas mãos de Marielle Franco! Ela deu sua vida em luta contra a violência policial e a intervenção federal, e não permitiremos que sua memória seja usada em defesa desses crimes.

 
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