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8M - BRASIL
8M: construir um bloco da esquerda independente para exigir das centrais um plano de lutas
Isabel Inês
São Paulo

O 8 de março pode ser um fator na política nacional com as mulheres nas ruas como uma força motora ligada aos trabalhadores. Contudo as centrais sindicais e direções políticas do espectro petista atuam para frear as lutas operarias e separa-las das demandas das mulheres, dos negros e LGBTs, e assim enfraquecem nosso potencial. Por isso a esquerda precisar formar um bloco independente que faça do dia 8 um dia de combate contra a continuidade do golpe, a intervenção no Rio e pelos direitos das mulheres ligada aos trabalhadores e aos seus métodos de luta.

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Já é sabido que muitas mulheres hoje se reivindicam feministas. Mas o que explica tantas pessoas quererem combater a opressão e se indignarem enquanto tanta atrocidade é dita no Congresso, tanta desigualdade salarial nos locais de trabalho, tantos feminicidos e mulheres mortas por abortos clandestinos, e as reuniões de construção do 8M serem tão pequenas? Essa contradição se explica pelo fato que as principais direções do movimento operário e de trabalhadores atua para impedir que os jovens, os trabalhadores e as mulheres sejam sujeitos que tomem decisões sobre as próprias lutas. Dificultam que o debate de nossas reivindicações seja algo vivo e dinâmico em cada lugar que trabalhamos e estudamos.

Vimos o PT durante todo seu governo abrir espaço para a direita, negociar os direitos das mulheres como a legalização do aborto, e durante todos esses anos as centrais sindicais não travaram uma luta real pelas demandas das mulheres, não só não permitiram como sustentaram o governo do PT.

E agora frente a continuidade do golpe, expressa em todos os ataques, como a reforma trabalhista e a terceirização, mas principalmente na intervenção no Rio de Janeiro e no aumento do autoritarismo judiciário com a tentativa de impedir o direito da população votar em quem ela quiser através da condenação de Lula, essas direções se mostram incapazes de lutar. O PT mostra sua aceitação a condenação do Lula e o discurso contrário ao judiciário e ao golpe saem da boca e já caem no abismo, não se sustentam um segundo. Do mesmo modo atuam os discursos da CUT e CTB que falam em “parar tudo”, mas que após a mostra da força operaria do dia 28 de abril de 2017 tomam todo o cuidado para não perderem o controle, freando e traindo a vontade de luta. A paralisação de professores em São Paulo no 19 de fevereiro, por exemplo, só não foi contundente porque a direção sindical da APEOESP fez de tudo para atrasar até os 45 do segundo tempo para emitir um comunicado confuso chamando a parar.

É tudo, menos luta. Nada que seja espontâneo e combativo cabe nos “braços” das centrais, essa politica rotineira, sindicalista e de gabinete não atraem as mulheres que estão realmente indignadas com essa situação, e nem serve a isso. Por isso é preciso construir um bloco de esquerda nesse ato que conflua as demandas das mulheres com a luta dos trabalhadores e seus métodos.

Nesse 8 de março temos a tarefa concreta de lutar contra a continuidade do golpe, que não só abriu caminhos para explorar mais os trabalhadores, e retirar direitos dos quais as mulheres são as mais prejudicadas. Mas também abriu espaço para os setores mais reacionários que quererem impor o Projeto Escola Sem Partido, legislar sobre nossos corpos restringindo mais o já proibido aborto, falando que homossexualidade é doença e tantas outras barbaridades reacionárias. Essa luta só vai ser levada passando por cima dos freios das direções sindicais, e com os métodos de greve, ato e paralisação.

As direções conciliadoras e traidoras das centrais atuam para forçar uma cisão entre o movimento operário e a luta contra as opressões, interessa ao capitalismo que as pautas pelos direitos democráticos, como a luta das mulheres, fique restrita a vertentes reformistas, identitárias, pequeno burguesas e outras que acabam cooptadas pelo capitalismo e empresas.

As idéias não pairam no ar, elas tem pés e andam por ai. As direções conciliadoras fazem que as centrais sindicais sejam a “materialização” dessa política que impede que os trabalhadores surjam como tribunos de todo o povo oprimido e explorado. Essa discussão se materializa na atuação dos setores petistas nas reuniões do dia 8 de março, por exemplo, onde a grande discussão não é como organizar um plano de luta junto aos professores em luta de São Paulo, no caso. Mas sim quem vai falar no carro de som e que carro vai dirigir o ato burocraticamente impedindo que as pessoas falem.

Justamente porque os métodos das centrais não são os da luta de classes, atuam para frear as lutas, como fizeram durante o ano de 2017 e agora no dia 19 de fevereiro que seria um dia de luta contra a reforma da previdência. Um forte dia de luta poderia ter feito o recuo de Temer ser mais favorável aos trabalhadores, abrindo caminho às pautas das mulheres e para avançar na luta pela revogação de ataques de Temer, como a reforma trabalhista. Por isso, a urgência de construir um movimento feminista anticapitalista que se enfrente com a politica de conciliação petista, e com os métodos burocráticos e rotineiro das centrais. Para combater a direita, todos seus ataques e reacionarismo é preciso superar essas direções.

Foi com essa politica que nós do Pão e Rosas atuamos nas reuniões e estamos construindo em cada local de trabalho e estudo, e colocamos como tarefa para a esquerda que lutou contra o golpe e os ataques, para que conforme esse bloco classista, antiburocrático e anticapitalista.

 
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