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CRISE HÍDRICA
Cantareira: governo de SP é responsável pela ameaça de nova crise hídrica
Victoria Santello

Após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciar o fim da crise hídrica, em 2015, os níveis das represas que abastecem a cidade voltam a ser motivo de atenção.

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Com chuvas 20% a baixo da média para essa época do ano, a represa conta hoje com 46,6% de sua capacidade além do volume morto e sua retirada já vem sido controlada.

A Sabesp diz não haver motivos para se preocupar, pois, segundo eles, o sistema de abastecimento recebeu reformas que o tornaram mais eficiente e seguro. A região da Av. Paulista, por exemplo, em um momento de crise na Cantareira, poderá ser abastecida pela represa Guarapiranga, localizada na Zona Sul da cidade. O curioso é que São Paulo não se restringe a essa avenida e, muito provavelmente, se os índices de chuva continuarem assim, os bairros periféricos começarão a sentir a crise em suas casas.

A última crise foi marcada pelo processo eleitoral em que Alckmin era candidato a governador de São Paulo e escondeu a crise para que não prejudicasse sua candidatura, só a divulgando e propondo medidas de economia quando a crise já estava em um nível completamente alarmante e grande parte da população de baixa renda já estava sem reabastecimento de água em suas casas há meses. Após meses de racionamento e da população sofrendo na pele com a falta d’água, o governador tucano recebeu um prêmio de gestão de recursos hídricos.

Apesar desse prêmio, todos se lembram as medidas tomadas para conter a crise. Aumento da conta se não diminuísse o consumo, distribuição de água contaminada para a população periférica, falta d’agua por várias horas, além da ameaça da Sabesp com um racionamento de dois dias com água e cinco sem.

A Sabesp promete inaugurar até março obras para tentar conter a falta d’água. Uma delas é a exploração de um novo manancial, o São Lourenço, através de Parceria Público-Privada. A ideia é captar água da região de Juquitiba e bombeá-la por 82 km até o oeste da região metropolitana. O gasto nessa obra foi de R$ 2,2 bilhões. Mas não parece fazer sentido explorar um novo manancial, que sofre todo um impacto ambiental, quando cerca de 40% da água potável de São Paulo é desperdiçada por vazamentos em tubulações.

Medidas como a troca de tubulações antigas, o tratamento de rios poluídos da cidade, reaproveitamento da água da chuva são totalmente possíveis e dão uma solução a longo prazo ao problema. São Paulo é um dos estados com mais rios do país e é absurdo faltar água desta maneira por negligência do governo.

Não há um interesse, porém, em medidas que não beneficiem os empresários. Caso contrário,poderia-se utilizar o dinheiro que hoje é destinado ao pagamento da eterna dívida pública para melhorias no sistema hídrico da cidade, por exemplo, melhorando as condições de vida dos trabalhadores.

Só será possível ter um serviço público de qualidade com a completa estatização de todos os serviços que beneficiam ao conjunto da população, e que estejam sob o controle dos trabalhadores e da população, pois são estes que podem garantir não haver negligência ou desvios de verbas, e assim garantir que os nossos direitos não sejam vendidos aos empresários como mercadoria.

 
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