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I CONGRESSO MRT
É necessário construir uma saída revolucionária para a juventude
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Isabel Inês
São Paulo

No país que passou por Junho de 2013, o debate de juventude permeou o I Congresso do MRT (ex-LER-QI), no qual participaram diversos jovens de universidades públicas e privadas, e do ensino médio.

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Dentre as mais de 60 intervenções durante o congresso, esses estudantes colocaram suas posições e contribuíram com perspectivas que colocaram no cerne do debate, a questão de como construir uma alternativa política para a juventude disputar a crise do PT, para dar uma saída à esquerda junto aos trabalhadores.

Em consonância com os debates nacionais e internacionais, na juventude a crise dos partidos da ordem é ainda mais acentuada. Dados mostram que principalmente o PT sofreu no período entre o fim do mandato de Lula e o inicio do mandato da Dilma cerca de 60% de desfiliação de jovens com até 24 anos. Mas não só o PT revela essa queda no interesse dos jovens, também existem quedas nas filiações do PMDB e o PSDB. Esses dados mostram o rompimento da juventude com o PT, pois cada vez mais vê seu futuro ameaçado pelos cortes neoliberais que esse partido está implementando.

Uma das principais definições discutidas é que, apesar da ausência de mobilizações de massas, o espírito de Junho não se fechou, mas se mantém em latência e se expressa numa profunda politização na juventude. Fernanda Montagner, estudante da Unicamp e dirigente do MRT, disse “O conjunto de ataques articulados pelo PT, desde a PL4330 da terceirização, a redução da maioridade penal e todos os cortes na educação, principalmente em programas de acesso à juventude trabalhadora, como PRONATEC e FIES, vem no sentido de preparar tanto uma juventude ainda mais precária descarregando a crise em suas costas, enquanto querem reduzir a maioridade penal, como uma resposta a Junho, para impedir novos levantes. A juventude tem respondido a esses ataques com atos contra os cortes do FIES e contra a redução da maioridade penal, também houve processos de greves nas universidades federais desde o começo do ano. A chave nesse momento é a esquerda organizar as entidades estudantis que dirigem para, aproveitando a politização, preparar um próximo levante que seja superior a Junho, no sentido da sua organização e capacidade de dar uma saída independente do governo junto aos trabalhadores. Para isso hoje é fundamental se delimitar e denunciar o governo do PT e combater suas mediações dentro do movimento estudantil, como a UNE e UEE”.

Sobre o governismo, Jéssica Antunes, estudante de letras na USP e militante do MRT, disse “O governismo vem tentando se relocalizar na juventude para impedir que o rompimento com o PT se transforme em mobilizações que acabem aprofundando a crise do governo, nesse sentido que levantam a campanha contra a redução da maioridade penal, mas sem falar do aumento das penas que é negociado entre o José Serra do PSDB e o PT. Buscam alimentar o sentimento de “golpe” e “perigo da direita” para desviar os processos de um embate direto com o governo. Mas mesmo com essas manobras o governo Dilma não consegue regatar a confiança dos jovens, como mostra a falida popularidade que despencou a 7%. Na juventude é preciso construir um polo anti-governista que pense planos de lutas contra os ataques e apareça para setores amplos como uma alternativa de direção e organização contra os ajustes, bem como articule a retomada das entidades estudantis que hoje são dirigidas pelo governo. Em São Paulo já é possível organizar esse polo a partir do CACH da Unicamp e do DCE da USP, organizando mais centros acadêmicos e entidades estudantis para prepararmos ações da juventude que impactem a base de estudantes que estão na UNE”

Na luta contra o governo, buscar já organizar a juventude e tomar as entidades estudantis das mãos do governo, como o centro acadêmico da letras da USP, foi um dos principais debates do Congresso. Isso porque, Junho não deve se repetir tal como foi, um próximo levante de lutas deve ser ainda mais profundo e, partindo de que uma das debilidades de Junho foi a falta de organização nas escolas, universidades e locais de trabalho, reconstruir as entidades como instrumentos de luta, dinâmicos e ligados às bases dos estudantes é fundamental. Assim teremos mais forças para preparar novas lutas que façam com que o desgaste com o governo seja hegemonizado pela esquerda.

Por fim, Tatiane Lima, coordenadora do Centro Acadêmico das Ciências Humanas da Unicamp e dirigente do MRT, disse “resgatar as entidades para a luta, e fazê-la um instrumento vivo de política contra as reitorias e o governo, foi um dos principais debates que fizemos com os estudantes a partir de nossa gestão do CACH na Unicamp, achamos que essa força pode ser maior se somada a outras entidades e estudantes anti-governistas. Por isso fazemos um chamado à ANEL e à Oposição de Esquerda da UNE para a construção de um polo anti-governista que consiga derrotar a tentativa do governo de tornar passivo e desviar o movimento estudantil. À crise do PT e do regime, somada a grande politização, vem surgindo novas expressões políticas, principalmente ligadas as demandas democráticas como as da questão da mulher, dos LGBT’s e dos negros. Nesse ponto existe uma disputa ideológica para que a juventude não seja hegemonizada por ideias populistas governistas ou as do feminismo radical e transfóbico. Assim, o polo tem o papel de organizar todos esses debates, mas também qual alternativa política nacional a juventude precisa para reganhar seu futuro, uma alternativa revolucionária, anticapitalista e socialista que se coloque frente aos problemas da juventude em relação aos cortes, ao desemprego, mas também em relação a vida, a sexualidade e as opressões”.

Queremos que essas idéias revolucionárias da juventude se expressem dentro do PSOL, entretanto a Executiva Nacional desse partido esta buscando impedir o nosso ingresso. Por isso chamamos a todos que apoiem a nossa entrada, como uma tendência interna do PSOL, para que possamos contribuir com nossa força militante e a defesa dessas ideias.

 
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