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LUTA CONTRA OS AJUSTES
Congresso do MRT debate chamado a toda a esquerda
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Delegados operários do Congresso debatem como a esquerda poderia dar um exemplo em São Paulo de como unificar as forças classistas, antigovernistas e antiburocráticas para impactar as bases dos sindicatos da CUT, da Força Sindical e da CTB, arrastando os trabalhadores descontentes para a luta contra os ajustes e para recuperar seus sindicatos das mãos dos pelegos e transformá-los novamente em ferramentas de combate.

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Nos debates nacionais de seu Congresso realizado na tarde de hoje (18) os militantes do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores de distintas categorias destacaram a necessidade de lutar pela unidade da vanguarda operária para responder aos ataques deferidos pelo governo e a patronal e à política da burocracia sindical de apoiar parte desses ataques ou negar-se a lutar seriamente contra os mesmos, mantendo seu atrelamento ao governo Dilma, ao PT e à patronal.

No informe de abertura dos debates, Leandro Lanfredi, petroleiro do Rio de Janeiro, denunciou o apoio da Força Sindical ao Projeto de Lei 4330, que aprofunda as terceirizações no país, e o papel da CUT e da Força no chamado PPE (Plano de Proteção ao Emprego), que esconde por trás do discurso de evitar as demissões uma política que reduz os salários e direitos dos trabalhadores e ainda por cima subsidia os lucros das patronais com dinheiro público.

Leandro destacou que as jornadas nacionais de luta contra os pacotes de ajustes do governo e do Congresso Nacional ocorridas nos dias 15 de abril e 29 de maio demonstraram a enorme disposição de luta da classe trabalhadora e ao mesmo tempo os limites impostos pela burocracia sindical para impedir que essa energia se transforme em grandes ações de massas que coloquem em movimento a força da classe trabalhadora contra os ajustes do governo do PT, dos governos estaduais, principalmente os tucanos, e dos capitalistas.

Maíra Machado, professora e conselheira da Apeoesp (sindicato dos professores do estado de São Paulo) de Santo André, no ABC que é o coração da burocracia da CUT, destacou a disposição dos operários da Volkswagen no final do ano passado que rechaçaram a política do sindicato dos metalúrgicos dirigido pela CUT de implementar mais uma flexibilização das condições de trabalho e o congelamento dos salários. Maíra relatou a combatividade desses operários que logo depois fizeram uma forte greve que obrigou a patronal a recuar da tentativa de colocar mais de 800 trabalhadores na rua.

Thiagão, militante do movimento negro de Mauá, também no ABC paulista, relatou a votação dos trabalhadores da Mercedes-Benz que rechaçaram a proposta da CUT e da patronal de implementação do PPE em um plebiscito feito na fábrica, e destacou como isso demonstra a necessidade de que a esquerda construa uma alternativa à burocracia sindical que possa canalizar esse descontentamento com a burocracia para um plano sério de luta capaz de barrar verdadeiramente as demissões em curso na indústria e as propostas capitalistas de fazer com que a crise seja paga pelos trabalhadores.

Companheiros militantes da indústria de alimentação e da metalurgia das zonas oeste e leste de São Paulo e cidades do interior destacaram a enorme bronca existente entre os operários em relação às condições ultra precárias de trabalho e a clareza que os trabalhadores têm de que a burocracia sindical nada faz para enfrentar essa situação, fundamentando como seria enormemente atrativo para os operários dessas fábricas se surgisse um polo de organização classista, combativo e antiburocrático da esquerda que se mostrasse como uma alternativa de luta independente das direções sindicais da CUT, Força Sindical, UGT, CTB e demais centrais burocráticas.

Flávia Vale, professora de Minas Gerais, expressou como os militantes do MRT nas fábricas de Contagem também percebem a contradição entre uma disposição de resistência aos ataques por parte dos trabalhadores, por um lado, e uma certa impotência gerada pela falta de direções sindicais combativas, contradição essa que só pode ser respondida pela esquerda com uma orientação classista, combativa e revolucionária.

Marcela, professora da zona norte de São Paulo, relatou como apesar da nefasta política traidora da burocracia cutista da Apeoesp muitos professores que estiveram na linha de frente dos 93 dias de greve não saíram desmoralizados e buscam uma alternativa para seguir a luta em defesa da educação pública e contra os ataques de Geraldo Alckmin, PSDB e seus aliados.

Diana Assunção, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), colocou a batalha dada pelos militantes do MRT no Congresso da CSP-Conlutas para que dali, aproveitando a presença de centenas de delegados de todo o país, pudesse ser impulsionado esse polo de unidade e coordenação da vanguarda como uma alternativa à burocracia sindical que lute para impor às direções sindicais a unidade na luta , dirigindo-se às bases dos principais sindicatos do país para lutar pela unidade da classe trabalhadora contra os ajustes e ataques do governo Dilma e da patronal. Para essa unidade a burocracia deve romper com os governos e a patronal. Diana contou como infelizmente a o PSTU não quis discutir um plano para que os sindicatos na Conlutas se colocassem na linha de frente dessa tarefa a se contentou em agitar a defesa de uma “greve geral” sem dizer como vamos lutar concretamente por ela, já que a burocracia sindical tudo faz para impedir a expressão ativa da força da classe trabalhadora.

Marcelo Pablito, também diretor do Sintusp, colocou a necessidade de lutarmos para que o Sintusp, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a oposição da Apeoesp, a oposição de bancários e todos os sindicatos e oposições sindicais de São Paulo coordenem e unifiquem suas bases em ações comuns que possam se constituir como uma alternativa à burocracia sindical pelo menos em nível local, e que a partir daí possamos dar um exemplo para todo o país.

A partir de destacar a importância do peso sindical do PSTU e do peso parlamentar do PSOL no âmbito da esquerda em nível nacional, Pablito destacou:

O Congresso do MRT precisa aprovar um chamado aos companheiros do PSOL e do PSTU para lutar junto conosco pela construção de um polo alternativo à burocracia sindical em São Paulo para unificar as fileiras da classe trabalhadora em ações de combate contra os pacotes de ajuste e as demissões. Isso é essencial para transformar essa política em realidade.

Felipe Guarnieri, delegado sindical da linha azul do metrô a necessidade de travar essa batalha colocada por Pablito como a única forma de fato impactarmos nas bases dos sindicatos da CUT, da Força Sindical e da CTB, arrastando os trabalhadores descontentes para a luta contra os ajustes e para recuperar seus sindicatos das mãos dos pelegos e transformá-los novamente em ferramentas de combate. Felipe destacou como somente assim poderemos fazer com que a exigência de que a burocracia sindical rompa seu atrelamento ao governo e a patronal para organizar a luta pode servir de fato para fortalecer a influência dos revolucionários e impor uma frente única que realmente unifique as fileiras da classe operária para derrotar os pacotes de ajuste de Dilma para que sejam os capitalistas que paguem os custos da crise.

 
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