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I CONGRESSO DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO DE TRABALHADORES
MRT debate orientação frente à crise econômica e do PT

Nos dias 17, 18 e 19 de julho o Movimento Revolucionário de Trabalhadores (ex-LER-QI) realizará o seu primeiro congresso. As sessões serão realizadas em São Paulo, e reunirão militantes de todo o país, em três dias de debates sobre a situação internacional, nacional e os principais eixos de orientação para fortalecer a construção de uma organização revolucionária que seja parte essencial de uma resposta política pela esquerda à crise econômica e a crise do PT.

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Nos dias 17, 18 e 19 de julho o Movimento Revolucionário de Trabalhadores (ex-LER-QI) realizará o seu primeiro congresso. As sessões serão realizadas em São Paulo, e reunirão militantes de todo o país, em três dias de debates sobre a situação internacional, nacional e os principais eixos de orientação para fortalecer a construção de uma organização revolucionária que seja parte essencial de uma resposta política pela esquerda à crise econômica e a crise do PT.

Sobre o debate internacional, Simone Ishibashi, socióloga e do conselho editorial do Esquerda Diário, disse que: “Faremos um debate sobre a situação internacional, marcada pela crise econômica, que tem neste momento uma ameaça de crise mais aguda na China, um gigante mundial que teria fortes consequências para o conjunto do mundo e em especial para semi-colônias como o Brasil. Onde está em jogo o destino da União Européia, com uma situação na Grécia de forte polarização, refletindo também sobre os fenômenos políticos do Syriza e Podemos.” André Augusto Acier, cientista político e editor do Esquerda Diário, completou: “Também vamos centrar a reflexão na experiência com os governos que chamamos de pós-neoliberais na América Latina, como os do PT e o chavismo, que estão se desgastando frente aos olhos das massas, com uma crescente atividade do proletariado e da juventude em distintos países do subcontinente. Debateremos as respostas que a classe trabalhadora precisa dar para que a experiência com esses governos ditos ‘progressistas’ não resulte em um fortalecimento da direita.”

Este debate internacional contará com a presença de companheiros da esquerda do Novo Partido Anticapitalista (NPA), a principal referência da “extrema-esquerda” da França. Para esta sessão do Congresso, serão convidados alguns dirigentes do PSOL, PSTU e outras organizações, pois queremos debater abertamente com as organizações de esquerda os desafios colocados.

No debate nacional, avaliaremos as perspectivas do país, marcado pela crise do governo, a crise econômica e a crise do PT, com um Congresso Nacional votando ataques e a fixação de Dilma e do PT de aprovar todos os pontos do “ajuste” econômico, que mais recentemente tem sua expressão no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) que visa reduzir a jornada e os salários.

Pablito Santos, diretor do Sintusp e dirigente do MRT, apontou que “vamos discutir os ataques que tem sido feitos aos trabalhadores e a necessidade de uma resposta mais forte. Os dias de luta de 15 de abril e 29 de maio mostram disposição de luta contra os ajustes, mas também mostrou o papel de contenção das direções governistas. Vamos debater no Congresso a denúncia às burocracias sindicais que já estão negociando parte dos ajustes, mas também como fortalecer nossa batalha pela unidade da classe trabalhadora para enfrentar os ataques. Nisso, a esquerda anti-governista precisa cumprir um papel superior, se dirigindo aos milhões de trabalhadores que ainda estão na base da CUT e outras centrais governistas e da Força Sindical. É a única forma de obrigar a que estas direções convoquem um plano de lutas efetivo. É com esta política que atuamos na CSP-Conlutas, e consideramos que o PSTU pode cumprir um importante papel, mas também consideramos que essa política tem que se construir junto com a Intersindical, a Unidos pra Lutar e outras organizações sindicais, bem como com o MTST na medida em que tenha uma política independente do governo do PT”.

Será debatido também como fortalecer ainda mais o projeto do Esquerda Diário, que significou um importante avanço para a esquerda brasileira e é impulsionado pelo MRT. Leandro Lanfredi, editor do site e petroleiro do Rio de Janeiro, comentou que “o Esquerda Diário faz parte de uma rede internacional de diários que já alcança quase 6 milhões de acessos, que pra nós tem um sentido de internacionalismo prático na atualidade, permitindo o intercâmbio sobre a realidade política de distintos países. Foi uma iniciativa do PTS da Argentina, que com o La Izquierda Diario, inserção orgânica em centenas de fábricas, serviços estratégicos e outras estruturas do movimento operário e estudantil e a conquista de vários parlamentares como parte da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT, pela sigla em espanhol), vem se consolidando como um dos principais partidos da vanguarda operária da esquerda latino-americana e mundial. Junto com o PTS, batalhamos como parte da Fração Trotskista pela reconstrução de um partido mundial da revolução, que para nós é a IV Internacional fundada por Leon Trotsky. Aqui no Brasil, o Esquerda Diário nos permitiu chegar a centenas de milhares de leitores, com mais de 160 mil acessos já no primeiro mês. Debateremos o desafio de triplicar o número de acessos no próximo período, chegando a meio milhão de acessos mensais, o que já nos colocaria como um site que, muito além da esquerda que já superamos em visitação consideravelmente, competiria com os sites do PT e da chamada ’blogosfera petista’, que obviamente são interessados na defesa do governo, ao contrário do Esquerda Diário. Este flanco das ‘ideias’ é uma parte chave das reflexões do congresso sobre como fazer diferença efetiva para a luta dos trabalhadores, da juventude, dos negros, das mulheres e dos setores LGBT atuando na situação política nacional diariamente. O maior exemplo até agora foi a campanha que fizemos, em meio à onda de greves dos professores, para que todo político ganhe o mesmo salário de uma professora – chegando a mais de 265 mil curtidas no Facebook – e como estamos fazendo agora com a campanha ’Por uma Petrobrás 100% estatal sob administração democrática dos trabalhadores’, de maneira combinada com a intervenção nos locais de trabalho e estudo.”

O congresso também abordará o balanço e orientação do MRT para o próximo período. Flávia Vale, professora de Contagem (Minas Gerais) e dirigente do MRT disse que: “Nosso congresso vai debater um balanço do último período, onde os avanços que tivemos como Liga Estratégia Revolucionária, em especial nossa inserção no movimento operário e o Esquerda Diário, se consolidaram numa mudança de nome para encarar uma nova etapa, como MRT. Fortalecemos nosso trabalho no Sintusp, que vem dando grandes exemplos na luta de classes, como na recente greve de mais de 100 dias que conseguiu derrotar o governo Alckmin e fez surgir dezenas de novos ativistas no comando de greve com delegados, o que também se expressou no congresso recente. Nosso trabalho no metrô, onde nos consolidamos como referência à esquerda do sindicato (dirigido pelo PSTU, PSOL e independentes), sendo a segunda maior corrente, junto a independentes, no último congresso da categoria e agora estamos incorporando companheiros da velha guarda a nosso jovem trabalho. Em professores de São Paulo, que em meio a greve de mais de 90 dias nos destacamos como parte da vanguarda dos comandos de greve e construímos uma corrente de dezenas. Também temos desenvolvido um importante trabalho em bancários, correios, onde temos estruturas em que temos peso e delegados sindicais, além de impulsionar o Movimento Nossa Classe em várias categorias, como de garis do RJ e outros trabalhos iniciais. Estamos dando nossas primeiras batalhas depois de um período de trabalho clandestino na indústria. Também foi importante nosso avanço no movimento estudantil, com destaque para nosso trabalho no Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp, universidade onde somos hoje uma corrente de dezenas, mas também na USP, Unesp e com passos importantes, nacionalmente, como na UFMG com nosso trabalho no Centro Acadêmico de Filosofia (CAFCA) e também na UERJ o nosso trabalho no Centro Acadêmico de Serviço Social. Também foi importante o trabalho que impulsionamos no movimento de mulheres, com o Pão e Rosas, e no movimento LGBT e de negros, dando alguns exemplos a partir do movimento operário, onde este debate é muitas vezes deixado de lado.”

Sobre esse ponto, Diana Assunção, dirigente do MRT, comentou que “Temos consciência de que estes avanços são pouco para o que exige a situação. Por isso, vamos debater no congresso como dar um salto político na nossa tarefa de contribuir de maneira decisiva para a construção de um partido revolucionário no Brasil, verdadeiramente enraizado nos sindicatos e principais bastiões da classe operária brasileira. Sabemos que isso não se dará por um desenvolvimento evolutivo de pequenas organizações por fora dos principais processos políticos que estão em curso. A etapa aberta em junho de 2013 colocou o Brasil na vanguarda das lutas na América Latina, depois da entrada em cena da juventude, se deu a maior onda de greves dos últimos 20 anos, com vitórias importantes como a dos garis e da USP, mas diversas outras fortes lutas como dos metalúrgicos, dos metroviários e a recente onda de greves dos professores. Também se fortaleceram os movimentos sociais. Isso mostra como o discurso petista de golpismo é interessado para que a esquerda entre na defesa do governo e do PT, que entrou numa crise histórica, o que vai dar lugar a novos fenômenos políticos. Estamos num momento decisivo onde pretendem descarregar a crise sob as costas dos trabalhadores, com a oposição e governos unidos na política de implementar o pacote de ajustes contra os trabalhadores, e uma busca do imperialismo de espoliar numa escala superior as riquezas do país. Os que defendem uma perspectiva revolucionária, como nós, e as outras correntes da esquerda, temos uma grande responsabilidade para evitar que essa crise seja capitalizada pela direita. Temos que unir forças no objetivo de fortalecer uma alternativa política independente, dos trabalhadores e da juventude, que seja capaz de dar uma resposta pela esquerda da classe trabalhadora na atual situação. Consideramos que o PSOL, conquistando 1,6 milhões de votos para Luciana Genro numa eleição polarizada, mostrou que tende a capitalizar os fenômenos políticos que se desenvolvam à esquerda da crise do PT. Esse potencial tende a se manter na medida em que o PSOL se mantenha claramente independente das manobras em curso de Lula. Essas manobras tem o objetivo de preservar o PT para as eleições de 2016 e a si mesmo como figura para uma eventual candidatura em 2018, como vemos com o Grupo Brasil e outras frentes. Diante desta caracterização e de nossa ambição revolucionária de chegar a setores de massas, como já estamos fazendo com o Esquerda Diário, os delegados do Congresso vão aprofundar o debate e avaliar resoluções, sobre a possibilidade de unir nossas forças nos incorporando ao PSOL, onde atuaríamos como mais uma das tendências internas. Estamos em diálogo com a direção do PSOL sobre esta possibilidade caso aprovada por nosso congresso”.

O Esquerda Diário irá fazer a cobertura do Congresso do MRT, pela importância destes debates para o conjunto da esquerda brasileira e internacional.

 
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