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RACISMO NO METRÔ
Ato contra o racismo e demissões no Metrô reúne metroviários e mov. negro em São Paulo
Redação
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Ocorreu ontem, em frente ao prédio administrativo do metrô, um ato contra o racismo do metrô e as demissões, que fizeram cerca de 50 vítimas nos últimos meses e que tem na demissão de Valter Rocha, trabalhador negro que foi demitido após sofrer um ataque racista de um usuário, a sua maior expressão.

Passaram pelo ato cerca de 100 pessoas, que contou com representantes de entidades do movimento social e sindical, como Milton Barbosa, ou Miltão, do MNU, que é ex-metroviário e foi perseguido pela direção da empresa nas décadas de 1970 e 1980 e Marcelo Pablito, diretor do sindicato dos Trabalhadores da Usp e integrante da secretaria de negrxs e combate ao Racismo da entidade. Estiveram também Canabrava, diretor do Sindicato da Central do Brasil, um dos sindicatos da CPTM, Zé Henrique, professor e integrante da Frente Alternativa Preta, Zezé, do Núcleo de Consciência Negra da USP, entre outras entidades do movimento social, como representantes da UNEGRO e do Quilombo Raça e Classe e estudantis, como delegações da Juventude Faísca, do sindicato dos metroviários, de trabalhadores da USP, do movimento Nossa Classe , além de contar com a presença da ex-candidata a vereadora Diana Assunção.

O racismo tem sido utilizado pelo metrô para acelerar o processo de privatização do metrô, que envolve a demissão de dezenas de funcionários nos últimos meses e que visa aprofundar a precarização do transporte público, ao demitir ou ameaçar funciona negros, como ocorreu em mais um caso de racismo do metrô, que através da chefia imediata dos funcionários "orientou" um funcionário negro a cortar seu cabelo Black para se adequar ao novo padrão de qualidade da empresa. Infelizmente, ao contrário do que ocorreu com Valter Rocha quando o mesmo foi solicitado a ele, o funcionário, temendo por seu emprego, cortou o cabelo.

Esse ataque racista do Metrô de SP é apoiado por Alckmin que é quem está por trás das chacinas da PM nas periferias como ocorreu no ano passado em Osasco e por Doria que raciona as merendas nas escolas impondo que as crianças negras estudem com fome além de reprimir o povo pobre é negro na Cracolândia escancarando o racismo profundo de um representante da burguesia branca e herdeira da Casa Grande.

Esses casos mostram o quanto o caráter racista do metrô, denunciado pelo ato de ontem, se mantém presente e que mesmo com as denuncias que envolvem a demissão do Valter Rocha, o metrô de São Paulo continua com sua ofensiva racista sobre a identidade negra dos funcionários. O metrô de São Paulo não permite que os funcionários negros estejam em postos de trabalho bem remunerados, como o cargo técnico ocupado por Valter Rocha, mas quer as trabalhadoras e trabalhadores negros apenas nos postos mais precários, como na limpeza e no atendimento terceirizado.

Valter Rocha declarou durante o ato de ontem que "não vou abaixar a minha cabeça diante desses ataques. Temos que entender que apenas a luta também abre portas para a vitória" mostrando sua disposição de seguir na luta contra o racismo e por sua reintegração. Valter também fez um chamado a que o conjunto da classe trabalhadora se levante para lutar contra o racismo e o capitalismo.

A denuncia do racismo do metrô se faz mais que necessária neste momento, em que as demissões aumentam e que os olhos do metrô estão voltados para demitir e entregar o metrô para a iniciativa privada, o que fará com que não apenas os trabalhadores negros sejam prejudicados, mas também os usuários, em especial os que vivem nas áreas mais afastadas do centro, que também são negros em sua maioria. A precarização do transporte público será responsável por aumentar o valor da tarifa, diminuir a oferta de trens aos usuários e também diminuir a oferta de funcionários, o que compromete a segurança dentro do sistema metroviário.

A luta contra as demissões e contra privatização se faz urgente para que possamos lutar por um transporte público, estatal e de qualidade.

 
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