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RACISMO -
Villa Mix é multada por orientar funcionários a impedir a entrada de pessoas negras
Redação

A casa noturna terá que pagar R$ 60 mil reais a uma ex-funcionária por obrigá-la a impedir a entrada de pessoas negras e que aparentassem ter baixo poder aquisitivo.

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A casa noturna paulistana Villa Mix, localizada na Zona Sul, terá que pagar R$ 60 mil reais de indenização para uma ex-funcionária que processou seu empregador por obrigá-la a restringir a entrada de pessoas negras, sob a alegação racista de que não se enquadravam no perfil de frequentadores pré-estabelecidos pelo local. A funcionária, que também é negra, trabalhou por dois anos na casa noturna como hostess e era a responsável por selecionar quem poderia frequentar o ambiente.

Segundo ela, "nós recebíamos ordens da diretoria e dos donos das reuniões em relação a esse perfil que tinha que seguir como pessoas mal vestidas, negras e que aparentavam ter baixo poder aquisitivo". Ou seja, uma das mais famosas casas noturnas selecionava seus clientes a partir de uma ótica completamente racista e higienista.

A Villa Mix negou o que foi dito pela ex-funcionária, afirmando que a única restrição que a casa noturna colocava era sobre o vestuário, como uso de bermudas e sandálias. Entretanto, segundo a ex-hostess, quando a pessoa se apresentava para entrar na balada e fosse negra, era seu dever mentir que seu nome não estava na lista de entrada. "Suas ordens eram para autorizar somente pessoas que se enquadravam no perfil autorizado pela empresa, excluindo negros", segundo declaração do juiz Antonio Jose Fatia.

Também leia: Racistas da Villa Mix faturam em uma hora os 60 mil de multa estipulada por barrar negros

Na declaração do juiz José Fatia, a fiscalização quanto à raça daqueles que entravam na balada era rígida, não se aplicando apenas para as celebridades que quisessem frequentar o local. Ou seja, a única exceção para que um negro pudesse entrar no local é se fosse uma figura pública da grande mídia. A ex-funcionária afirmou ficar constrangida por precisar barrar alguém da mesma raça que ela e sentia na pele o racismo exercido pela casa noturna com seus frequentadores: "Me sentia invadida, sofria com o racismo também". Várias vezes ela afirmou deixar entrar pessoas que não seguiam as orientações feitas pela empresa, ou seja, que fossem ricas e não negras, e chegou até mesmo ser cobrada por isso.

A balada que tem ingressos que variam de 40 reais até 700 reais, para os espaços mais elitizados do ambiente, também é um espaço que continua perpetuando a mesma forma de seleção machista para os valores do ingresso: mulheres pagam até 20 reais mais barato que os homens em algumas situações. Assim, além de colocar ingressos mais baratos para mulheres de forma a ser mais atrativa para homens, uma forma completamente machista de organizar o seu público e tratando mulheres como uma mercadoria, não suficiente é abertamente um espaço brutalmente racista, pois exclui seus frequentadores por serem negros, e também extremamente higienista, por também excluí-los de acordo com sua vestimenta e o status social.

 
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