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RACISMO NO TRABALHO
Negros ganham menos e sofrem mais com o desemprego, mais uma face do racismo no Brasil
Redação

Pesquisas revelam o que a vida real já apresenta todos os dias, a população negra sofre mais com o desemprego, salários menores e precarização do trabalho, essa é a cara “institucional” do racismo. Nessa última semana um funcionário negro do metro de São Paulo foi demitido vitima de racismo da empresa, esse é mais um fato que revela o racismo institucionalizado, além das diversas humilhações e opressão que toda a população negra sente diariamente.

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A escandalosa demissão do funcionário negro do metro de São Paulo é mais uma mostra da escandalosa situação dos negros no mundo do trabalho. São os negros que mais sofrem com o desemprego, os baixos salários e a precarização, segundo dados do IBGE de 2016 a taxa de desocupação das pessoas que se declararam de cor preta ficou em 14,4% no quarto trimestre, enquanto a taxa entre a população parda foi de 14,1%. Os resultados são maiores que o da média nacional, de 12,0%, e bem mais elevados do que o registrado pela população declarada como branca, que teve taxa de desemprego de 9,5% no quarto trimestre de 2016.

Veja o caso - Metro de São Paulo é conivente com racismo e demite funcionário

Nesse ano de 2017, o desemprego aumentou e o governo de Michel Temer (PMDB), junto aos parlamentarem, aprovaram a reforma trabalhista que acaba com uma série de direitos da CLT, e visa precarizar mais o trabalho. Nesse cenário a população negra será a mais afetada sendo obrigada a aceitar trabalhos mais precários para possivelmente sair do desemprego. O que torna ainda mais escandalosa e racista a demissão do metroviário.

Esse fato contrasta com o avanço da escolaridade da população negra dos últimos anos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado, entre 2005 e 2015, o percentual de negro e negras universitários saltou de 5,5% para 12,8%. As empresas excluem os negros do mercado de trabalho e ainda pagam piores salários, independente da formação acadêmica da pessoa.

A renda média real recebida pelas pessoas ocupadas no país foi estimada em R$ 2.043,00 no quarto trimestre de 2016. O rendimento dos brancos era de R$ 2.660,00 (acima da média nacional), enquanto o dos pardos ficou em apenas R$ 1.480,00 e o dos trabalhadores que se declaram pretos esteve em R$ 1.461,00.

O salário mínimo do Dieese estimado em abril para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.899,66, ou seja, quase três vezes mais que a população negra ganha atualmente. Essas são as condições materiais concretas que obrigam a população negra a viver nas áreas mais periféricas das cidades, a terem gritantemente menos acesso a saúde, educação e lazer.

A cada caso noticiado de racismo no mundo do trabalho, nos assassinatos de pessoas negras pela policia, nos assédios e infinitas formas nas quais se expressa o racismo no Brasil, nota-se a herança escravocrata viva que ainda existe em cada caso. A reforma trabalhista é o mais recente ataque a toda a classe trabalhadora e em especial a classe trabalhadora negra.

É assim indissociável o racismo do sistema de produção capitalista, a cada expressão de racismo, o capitalismo se utiliza para rebaixar as condições de trabalho e de vida de todos os trabalhadores. Por isso a necessidade da unidade entre os trabalhadores efetivos e terceirizados e a luta contra o racismo, a luta por igualdade salarial entre negros e brancos, junto a todas as lutas por mais direitos trabalhistas e contra os recentes ataques.

Na edição impressa da revista Ideias de Esquerda, impulsionada pelo Esquerda Diário e o MRT, trata do mundo do trabalho hoje, suas recentes experiências de greve e sua anatomia e divisão. A economista formada na UNICAMP, Daphnae Helena, aprofunda esse tema em seu artigo “A anatomia da classe trabalhadora no Brasil”

Veja aqui
- A anatomia da classe trabalhadora no Brasil

Veja também - Segunda edição da revista Ideias de Esquerda chega às bancas de diversas metrópoles do país

Será realizado o lançamento da revista Ideias de Esquerda nesse sábado, dia 23 de setembro às 15h

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Local: São Paulo, na Casa Socialista Karl Marx, que fica na rua Américo Jacomino, 49, Vila Madalena (ao lado do metrô)

Convidados: Juiz do trabalho e professor da USP Jorge Luiz Souto Maior; Pablito Santos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP); Daphnae Helena, economista e metroviária de São Paulo e Adailton Rodrigues, rodoviário de Porto Alegre.

 
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