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GOVERNO DOS BANQUEIROS
Sartori repassa dinheiro aos banqueiros com parcelamento de salários
Redação Rio Grande do Sul

Em meio a mais um parcelamento de salários por parte do governador José Ivo Sartori (PMDB), os servidores da educação se encontram numa situação completamente calamitosa. Com míseros 350 reais pagos na primeira parcela, o governo do estado joga a crise sobre os ombros dos professores. Quem mais ganha com isso é o Banrisul e seus acionistas, que cobram juros dos trabalhadores para que eles recebam seus próprios salários.

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Sartori (PMDB), após pagar apenas R$650 em julho para os servidores da educação, efetuou o pagamento de míseros R$350 neste mês, referentes ao mês passado, deixando os professores do estado em uma situação extremamente precária. O governador já declarou, aliás, acerca da possibilidade de que as folhas de pagamento referentes aos meses de agosto e setembro se encontrem, ou seja, de que o salário dos servidores da educação atrase por mais de um mês. Neste dia 5, terça-feira, uma assembleia da categoria no Largo Glenio Peres, decidirá pela deflagração ou não de uma greve (ainda que muitas escolas, na semana passada, tenham paralisado à revelia de decisão do sindicato, tamanho o nível de indignação da categoria).

Há uma crise no estado, isso é fato. O Rio Grande do Sul segue com uma dívida gigantesca com a União, que só cresce e lhe valeu a alcunha de "Grécia brasileira". Desde o início do ano sem conseguir nem querer fechar um acordo com o governo federal devido à crise política, o governo Sartori vem buscando meios de não pagar a dívida.

Porém, a conta de Sartori não fecha. Isso porque, mesmo sem o pagamento da dívida com a União, os servidores seguem recebendo parcelas cada vez menores. Aliás, o não pagamento da parcela da dívida com a União em Agosto veio acompanhado da justificativa de que o valor economizado aí seria destinado ao pagamento do salário dos servidores (que foi parcelado nas folhas referentes a Julho e Agosto). Ou seja, a dívida não é paga para que os servidores recebam, mas isso não ocorre; ao mesmo tempo, os servidores não são pagos com a justificativa de um estado "endividado".

Endividados estão os trabalhadores. Sempre que Sartori e seu governo anunciam mais um parcelamento de salário o Banrisul, prontamente, oferece empréstimos aos servidores para que eles tenham direito ao valor integral e evitem de atrasar tanto suas contas. Porém, nestes empréstimos são cobrados juros (além dos juros das próprias contas pagas em atraso). Como uma trabalhadora ou um trabalhador arcará com juros sobre seu próprio salário se, em muitos casos e na maioria deles, o salário é a única fonte de renda destas pessoas?!

Ao que parece, os bolsos dos acionistas do Banrisul é para onde está indo todo o dinheiro retirado do salário dos professores e demais servidores. Embora o estado detenha praticamente a totalidade das ações ordinárias do banco, o grupo norueguês Skagen AS de investidores detém mais ações preferenciais do que o próprio estado do Rio Grande do Sul. Ações preferenciais são aquelas ações que conferem ao titular a prioridade na distribuição de dividendos e no reembolso do capital (o grupo de investidores estadunidenses Asset Management detém mais o equivalente a um terço das ações do estado), como podemos conferir aqui.

A crise do estado vem sendo jogada sobre os ombros dos trabalhadores da educação. Com seus salários parcelados garantem o lucro dos acionistas privados do Banrisul, que detém a maior parte das ações preferenciais do banco e têm prioridade no reembolso do seu capital. O governo Sartori deixa nítido que, para ele, o lucro dos empresários vale mais do que as nossas vidas.

 
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