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VIRADA CULTURAL
Virada Cultural 2015: mais polícia e menos pobre e negro no centro de São Paulo
Hélio
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O "Caderno 2" (Sessão Cultura) do Jornal "O Estado de São Paulo" (22/06/15), trouxe um "balanço" da "Virada Cultural" de São Paulo deste ano. Na primeira página temos uma foto do Caetano Veloso de braços abertos e o título "Caetano Político". Segundo o caderno cultural, Caetano Veloso fechou a "Virada" respondendo aos pedidos do musico inglês Roger Walters (ex-Pink Floyd) para que não fizesse com Gilberto Gil o show marcado para dia 28 de Julho, em Tel-Aviv, Israel. Ainda segundo o "Estadão", foi assim que o cantor baiano "encerrou uma das "Viradas" mais tranquilas desde a estréia da festa no calendário, há 11 anos."

Para o jornal, esta "Virada" atingiu uma melhor equação, "desde que os arrastões se tornaram parte da programação". Em 2013 foram 12 "arrastões", duas mortes e dez feridos. Neste ano, segundo a Polícia Militar, foram 73 ocorrências e nenhum crime violento. O "Estadão" atribuiu a "sensação de segurança" à presença de 3 mil policiais. "Pelotões desfilavam pela Avenida Ipiranga e arredores como se dessem recados aos bandidos." No palco Júlio Prestes foi instalado um Posto de Observação Elevado. Um helicóptero da polícia sobrevoou a madrugada cultural. Mas a "paz" tem seu preço e conforme o "Caderno 2" o público foi visivelmente menor. "Houve um esvaziamento da Virada." Em 2013 a Prefeitura de São Paulo falou em 4 milhões de pessoas, neste ano, até agora, ela prefere não falar em números.

Segundo o site "G1" (Globo), o evento "terminou sem os contratempos vistos em anos anteriores". A 11 "Virada Cultural" teve 84 detenções e uma pessoa ferida, considerada menos violenta segundo os dados da Polícia Militar. A PM destacou 3,4 mil policiais, e a Guarda Civil Metropolitana teve 2 mil policiais nas ruas. Segundo o site 78 suspeitos foram detidos na região central de São Paulo. Conforme o site da Globo, "em 2013 foram dois mortos, quatro baleados e seis esfaqueados. Em 2014 foram 128 detidos e sete baleados". 3.400 policiais, 470 veículos (viaturas, motos e helicóptero). "Delegacia fica cheia de detidos na Virada Cultural", diz a grande mídia. Muita polícia nas 24 horas de arte e cultura na cidade de São Paulo. O "Estadão" louvou os pelotões que desfilaram no centro da cidade.

A principal preocupação da Prefeitura de São Paulo ao montar a programação do evento foi descentralizar as atividades, tirando o foco da região central. Segundo o Secretário de Cultura da cidade, Nabil Bonduki, as atividades nas regiões periféricas foram encerradas entre 22h e 23h e toda a programação da madrugada ficou mais "leve", "sem shows que pudessem incitar atos violentos." Bonduki afirma que a organização do evento foi em acordo com essa política de descentralização e segurança, "mas nem por isso a periferia ficou de fora do centro da cidade". O objetivo da Prefeitura foi descentralizar para estar ao alcance de um número maior de pessoas. Mas a divulgação da programação na periferia foi repleta de equívocos nos horários dos shows e também em endereços.

O show do cantor Belo, que deveria acontecer as 21h no sábado na Brasilândia, teve início bem antes do previsto, já o show de Ludmila foi anunciado nos palcos do Arouche e em Heliópolis, mas o segundo show da cantora foi transferido para a Av. dos Metalúrgicos, na Cidade Tiradentes, as 18h do domingo.

"Mais polícia e menos pobre e negro no centro de São Paulo" foi uma das marcas desta "Virada Cultural". Porque se a política de descentralização fosse realmente democrática, ou seja, levar cultura para toda a cidade, não haveria descaso com os horários, endereços e iluminação nos shows promovidos na periferia. "Deram um baile na classe trabalhadora e no povo negro e pobre" e assim conseguiram "equalizar", segundo o "Caderno 2" do "Estadão". A Polícia Militar foi uma das principais "estrelas" desta "Virada Pacífica". Descentralização antipopular. Centralização burocrática e autoritária.

 
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