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TOMAR A LUTA EM NOSSAS MÃOS
Centrais querem cancelar a greve geral? Mais do que nunca temos que tomar em nossas mãos
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP

Nessa ultima semana surgiram algumas noticias difusas sobre uma possível diluição da greve geral marcada para o dia 30 em um "Junho de Lutas", que na pratica significaria não construir a greve. Essas especulações não são aleatórias e existem interesses políticos por trás. Fato é que não estamos vendo as centrais construírem a greve e o esquenta chamado para o dia 20 ao que tudo indica não passará de atos inofensivos pelas Diretas, um claro desvio do petismo que tira do centro a luta contra as reformas. Nesse cenário é ainda mais necessário a construção de comitês para tomar a luta em nossas mãos.

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Estão circulando pelas redes sociais cartazes chamando um "Junho de Lutas" do dia 20 ao dia 30, onde a construção da greve geral do dia 30 deixa de existir, para um chamado difuso. Ainda que não esteja claro da onde veio esse material, fato é que as centrais não estão construindo a greve, nem mesmo em seus sites há chamados ou noticias de ações.

E tão grave quanto é o fato de que a questão da luta contra as reformas vem saindo do centro para dar lugar ao eixo das "Diretas Já", manobra realizada principalmente pelo petismo para enterrar a greve e desviar a luta para uma disputa parlamentar. Essa política também denunciamos aqui, com a criação da Frente pelas Diretas que compõe uma série de partidos do petismo, ao PDT e PSB, e inclusive setores da esquerda, como PSOL e MAIS, que ao fazerem parte da Frente colaboram para a manobra petista.

As especulações sobre o recuo das Centrais tem uma base concreta, apesar das centrais falarem que esta relacionado com a data de aprovação das reformas, o fato real é que ter se constituído essa Frente Ampla pelas Diretas é uma conquista para a política petista, pois ao mesmo tempo que consegue incidir não somente no PSB, mas também PSD, PR e Rede, setores da antiga base aliada de governo Dilma. Também tem o êxito da estratégia de Lula de neutralizar qualquer espaço a esquerda do petismo seja de partidos como PSOL ou a figura de Boulos, que ao chamarem também Diretas Já fortalecem a política do PT.

Mas o principal risco para o petismo é que se desenvolva à esquerda a luta dos trabalhadores contra as reformas, e que a greve do dia 30 seja maior que o dia 28, podendo surgir ações espontâneas de um movimento operário que já viu sua força na ultima Greve Geral. Essa força pode superar os freios petistas e a estratégia parlamentar conciliatória de Lula, que é repactuar a crise do regime e se eleger em 2018.

Nesse sentido, todo cálculo político das centrais petitas, CUT e CTB é se a greve geral ajuda para essa estratégia, ou se melhor não correr risco de um possível desenvolvimento da luta dos trabalhadores, e de Temer cair pela força da luta. Mas sim, deixar Temer "sangrar" e seguir se desgastando, sabendo que as reformas inevitavelmente terão que sofrer ajustes para ser aprovadas, que Lula e PT podem capitalizar esse espaço para se reerguer como opção estável para aplicar os ajustes.

Mesmo assim não está descartado que ocorra a greve, sendo que o dia 20 será um termômetro não somente para a política das centrais, como também para sentirem esses elementos de pressão que existem na base para que a greve ocorra. Além da política da Força Sindical, que não é dirigida pelo petismo, e tem seus interesses próprios, mas também menos controle das suas bases de trabalhadores que pressiona as direções e é parte também das recentes fissuras na "cúpula dirigente" da central. O dia 20 chamado de "esquenta" deve ser um espaço para as centrais calcularem como está a base dos trabalhadores e o desenvolvimento da crise política.

Paulinho "da força", quer negociar a manutenção do imposto sindical dentro da reforma trabalhista, e com a manutenção de Temer no governo e o apoio PSDB, é possível para ele e sua "cúpula parlamentar" do Solidariedade aproveitar a crise para tentar negociar, não à toa levaram o ministro do trabalho para o congresso da central. Enquanto a cúpula Sindical pressiona um deslocamento para o campo petista, também pressionados pelo lançamento da Frente pelas diretas e pelo risco de permanecer o fim do imposto sindical mesmo com as Reformas negociadas.

Nessas políticas e manobras, a CSP-CONLUTAS soltou um material falando que mantém a Greve do dia 30, além de soltar essa carta é fundamental que a central construa comitês de base dos trabalhadores, para que tomem em suas mãos os rumos da luta. Como nós do MRT e do Nossa Classe viemos batalhando na recente reunião da CONLUTAS, por sabermos que hora ou outra as centrais vão trair, e já estão articulando isso, assim os comitês são fundamentais para não permitir que os trabalhadores fiquem refém dessas direções.

Os comitês também devem levantar como centro a luta contra as reformas, para derrubarmos Temer através da luta, e não permitir que siga em acordos e conchavos dando tempo para o governo passar os ataques. Da mesma forma que hoje a luta pelas diretas é um claro desvio para impedir que a luta que mostrou sua força dia 28, se desenvolva no sentido de se enfrentar com o capitalismo. Querem estabilizar o regime para seguirem os ataques mais ou menos fortes.

Colocar a luta nas nossas mãos, e dos milhares de trabalhadores que não aguentam mais ver suas vidas atacadas, seus direitos retirados, e que a cada dia fica mais difícil sustentar suas famílias e aproveitar a vida, enquanto vemos políticos, juízes e empresários gozarem a vida cheios de privilégios, e gastando o dinheiro fruto das riquezas que somos nós, trabalhadores, que criamos. Por isso nós do MRT colocamos como o desenvolvimento da luta contra as reformas deve seguir e impor uma Assembléia Constituinte livre e soberana para revogar todos os ataques e acabar com esse regime podre que serve a regalias e aos lucros de empresários.

 
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