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Elite do Jockey "sofre" com a crise: se não há champanhe, que bebam cerveja
Flávia Toledo
São Paulo

A crise chegou até na elite que frequenta o Jockey do Rio: sem champanhe no tradicional Grande Prêmio Brasil, os ilustres frequentadores tiveram de beber cerveja nacional, mesmo. E isso deixou alguns deles… tristes.

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Pois é. Não tá fácil pra ninguém. Com o país em clara crise econômica, com altas taxas de desemprego e total desespero dos trabalhadores frente às reformas antipopulares que estão tentando fazer passar, nem a elite está conseguindo se livrar dos efeitos da recessão: faltou champanhe na exclusiva sala VIP do Jockey Club do Rio de Janeiro durante o Grande Prêmio Brasil, maior evento de turfe – é corrida de cavalo – no Brasil.

A alta burguesia da cidade lamentou. “Costumávamos tomar champanhe. Agora bebemos cerveja.” A frase é de Teresa Aczel Quattrone, uma socialite carioca de 70 anos, que foi ao luxuoso evento ostentando um figurino digno de uma cópia mofada da corte francesa de Maria Antonieta. Usava chapéu de abas largas e uma enorme gargantilha de pérolas. E bebia cerveja nacional nas taças de cristal que outrora serviam champanhe francês.

Da sala VIP, os ilustres frequentadores do Jockey têm vista para o hipódromo e para o Cristo Redentor, e são servidos por funcionários negros que levam canapés em bandejas de prata. A falta do champanhe chama a atenção dos membros dessa elite com perfume francês sob o calor do Rio, com seus vestidos longos, chapéus e cirurgias plásticas.

Do lado de fora, a crise continua corroendo a cidade do Rio de Janeiro, com uma das taxas mais altas de desemprego do país. Em todo o Brasil os trabalhadores resistem às reformas e se desesperam pra pagar as contas, enquanto o governo tá abalado por denúncias de corrupção.

Não que a elite não saiba dos problemas, ela sabe. E é por conta disso que faz questão de participar do tradicional e luxuoso evento. "É bom para esquecer de todas as coisas ruins que estão acontecendo, pelo menos por um dia", diz Vera Sá. Sorte a deles que podem esquecer de tudo isso por um dia…

O Grande Prêmio Brasil é um circuito de 2,4mil metros e uma das cinco corridas latino-americanas que pontuam para a Copa Breeders. O Rio, segundo John Fulton, representante da América do Sol na Copa, tem “um dos hipódromos mais bonitos do mundo”. Mas o Brasil não consegue cumprir com seu potencial no esporte, produzindo apenas 2mil cavalos de corrida puro sangue por ano, bem abaixo dos 3mil que produzia antes da crise.

A cena farsesca de uma falsa corte francesa parece até provocação para os milhões de brasileiros que nem sentem falta de champanhe, mas se preocupam com a possibilidade cada vez mais restrita de se aposentar e de ter um trabalho que não seja precário. Parece que se esquecem de que Maria Antonieta acabou perdendo a cabeça…

Ps.: A quem interessar, o ganhador foi o azarão Voador Magee, frustrando os que apostaram nos favoritos como No Regrets. Crise.

 
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