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CRACOLÂNDIA
Após ação violenta de Doria e Alckmin, usuários lotam contêineres no centro de SP
Redação
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Em São Paulo, um dia após a segunda operação policial violenta, comandada pelo prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin (ambos PSDB), feita na Cracolândia para destruir o abrigo de usuários de drogas sob a justificativa de prender traficantes na Praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo, o alojamento em contêineres recém-inaugurado pela gestão do prefeito para dar vazão aos dependentes químicos desalojados por ele mesmo na região da Luz ficou lotado.

Foram vistas dezenas de pessoas pedindo que seguranças e assistentes sociais abrissem os portões para que pudessem comer, tomar banho e dormir. "Não tem mais vaga", repetiam os funcionários da unidade, que tem 100 camas e capacidade para atender até 150 pessoas durante o dia.

Segundo uma assistente, o espaço lotou por volta das 16 horas - dali em diante, ninguém mais poderia entrar. Para quem pediu comida, ela disse que não havia mais marmita e as toalhas de banho também já tinham acabado. A situação irritou alguns dependentes, como o desempregado Eduardo Mousinho, de 41 anos, que diz estar há 11 dias sem fumar crack, fazendo sessões diárias de terapia no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod).

"Estou há 11 dias limpo, estou me tratando, mas parece que eles não querem ajudar. Se eu fico no Cratod, fazendo terapia, não consigo vaga para dormir", disse Mousinho, que preferiu dormir na rua a ir para o Complexo Prates, centro de acolhimento no Bom Retiro para onde a Prefeitura deslocou quem não conseguiu vaga no alojamento da Luz. "Lá no Prates usam droga e roubam nossas coisas", disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social enalteceu o fato de o alojamento "ter conseguido atrair os usuários e conquistado sua confiança em apenas quatro dias de funcionamento" e disse que "estão sendo realizados todos os ajustes necessários para que o atendimento seja ainda mais adequado e eficiente". Segundo a pasta, serão criadas mais 280 vagas para dependentes químicos na Luz, em um prédio público na Avenida Duque de Caixas e em contêineres. Quando a lotação é atingida, afirma, oferece transporte para a unidade mais próxima ao dependente.

A confiança supostamente conquistada se deu com base em uma iniciativa bastante violenta que forçou os usuários desabrigados pela gestão tucana a procurarem o tratamento imposto. Essa forma de lidar com a questão é unanimemente rechaçada por psicólogos, assistentes sociais, médicos e todos que estudem e lidem com a questão de usuários de drogas e dependentes químicos. Isso não tem a menor importância para Alckmin e Doria, cujo real interesse é a sua política de higienização do centro para atender às necessidades de especulação imobiliária.

Saiba mais em: Doria e Alckmin mandam polícia destruir barracos e roubar pertences na "nova cracolândia"

 
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