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OPINIÃO
A força dos milhões contrários a Temer e suas reformas é capaz de vencer
Valéria Muller

A cada nova pesquisa de opinião divulgada sobre Temer e as reformas, afirma-se a ampla rejeição ao governo golpista e o rechaço contra essas medidas com as quais querem nos roubar nosso futuro. Mais do que isso, cada ação de massas, como a greve geral do dia 28 de abril ou o ato em Brasília do dia 24 de maio, demonstra que está aí a força social capaz de derrubar todos esses ataques e o governo Temer. A greve geral do dia 30 precisa ser ainda maior, para isso precisamos toma-la em nossas mãos, para garantir que essa possibilidade aconteça.

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Se é provável que o julgamento da chapa Dilma/Temer, que ocorre no Tribunal Superior Eleitoral, não leve à cassação do presidente golpista, é necessário ressaltar também que tal desfecho não lhe garantiria estabilidade. Enquanto a disputa entre os poderosos não se define, segue enorme a impopularidade do governo e o rechaço às reformas. A justiça burguesa prefere, neste momento, tirar de suas mãos a queda de Temer. Mas milhões de trabalhadores que cruzaram os braços no dia 28 de abril, quando vimos a maior greve geral das últimas décadas, e também centenas de milhares que tomaram as ruas em manifestações contra o governo e as reformas, está a força capaz de impor a derrota aos planos dos capitalistas de fazer trabalhar até morrer, e também para organizar a derrubada de Temer.

Se hoje veículos da grande mídia, como a Folha de São Paulo e mesmo a Rede Globo, assim como setores da casta política que até ontem apoiavam Temer, pedem a saída do presidente, certamente não é pelos mesmos motivos que o fazem os milhões de trabalhadores e jovens insatisfeitos com o governo. Para os representantes e porta-vozes das classes dominantes, a queda de Temer deve ocorrer porque ele não tem mais condições de garantir as reformas, principalmente a da previdência. Para os, trabalhadores e jovens que rechaçam Temer, que foram às ruas e cruzaram os braços contra seus ataques, derrubar todas essas medidas também passa por derrubar este governo, que subiu ao poder para aplicá-las.

Uma nova greve geral está marcada para o próximo dia 30. Este dia pode ser decisivo para que se expresse de forma contundente toda essa insatisfação. Podemos mostrar que não queremos derrubar Temer para colocar outro presidente comprometido em fazer com que paguemos pela crise para garantir os lucros dos capitalistas, como querem os inimigos dos trabalhadores. É necessário parar o país com ainda mais força para dizer não às reformas, seja quem for o governante escolhido para aplicá-las.

As centrais sindicais, no momento, não estão colocando todo o peso para construir este dia. Por isso, é urgente que tomemos em nossas mãos essa luta. Os milhões de trabalhadores que rechaçam Temer e não estão dispostos a trabalhar até morrer, como prevê a reforma da previdência, tampouco a ver seus direitos jogados no lixo, como prevê a reforma trabalhista, precisam se tornar, desde já, os grandes protagonistas do dia 30 de junho.

Para isso é necessário que, em cada local de trabalho, essa força e insatisfação passem a ser organizadas. Com comitês de base, que reunam e organizem milhares, é possível que sejam os próprios trabalhadores a decidir sobre rumos dessas decisivas batalhas. Assim podemos fazer com o que o dia 30 seja muito mais do que foi o dia 28. Uma paralisação ainda maior, que demonstre ainda mais força e ameace profundamente os planos dos golpistas e dos capitalistas.

Assim, não podemos deixar que desviem os rumos das mobilizações. As centrais sindicais, como a CUT e a CTB, buscam canalizar toda a insatisfação contra o governo golpista na eleição de Lula, seja em 2018 ou nas "Diretas Já", colocadas como objetivo de todas as manifestações que convocam. A tentativa de canalizar a revolta da população contra o regime político e contra o governo em novas eleições diretas vai contra as motivações mais elementares das paralisações de 15 de março, 28 de abril e da manifestação em Brasília. Isso porque, se milhões de trabalhadores paralisaram as atividades, milhares de jovens e trabalhadores ocuparam Brasília e resistiram à violência policial, é porque não aceitam as reformas! A eleição de Lula, como ele mesmo já mostrou em seus governos e afirma em seus discursos, não garante que essas medidas não serão, em menor ou maior nível, levadas adiante e mantidas aqueles que já foram promulgadas, como a PEC 55 de teto de gastos que destrói a saúde e a educação.

O grande rechaço às reformas, expresso inclusive em pesquisa feita pelo próprio PMDB e também em todas as pesquisas realizadas sobre o tema, não pode se limitar a questionar o presidente (já amplamente questionado). É necessário questionar todas as bases nas quais se assenta este sistema apodrecido. Por isso, com uma grande mobilização desde cada local de trabalho, é possível impor ao governo, ao judiciário e ao congresso de corruptos e golpistas que paremos o país para decidir não só sobre os governantes, mas sobre tudo. Com uma assembleia constituinte livre e soberana, todas regras do jogo deles estariam em discussão e poderiam ser derrotadas pela força dos trabalhadores.

Para garantir isso, e para derrubar do governo golpista pelas nossas mãos, é necessário mais do que um dia de paralisações, por maior que ele seja. É necessário que tomemos cada um dos dias de mobilização convocados pelas centrais como um plano de lutas, onde cada batalha nos fornece mais força para a próxima. Assim, desde os comitês de base, organizar as ações destes dias e a auto defesa dos nossos piquetes. Levar a cabo uma greve geral que pare o país até derrubar Temer e, com essa força, derrubar também todas as reformas. uma greve geral que aponte também uma saída de fundo uma assembleia constituinte imposta pela mobilização que teria como primeira medida a revogação de todos os ataques aos direitos dos trabalhadores e de todas as leis anti populares aprovadas por Temer e pelos golpistas.

 
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