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PROFESSORES
Eleição da Apeoesp em Campinas: manobras e fraudes
Chico Pontes
Grazi Rodrigues
Professora da rede municipal de São Paulo
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No último fim de semana, foram apuradas as urnas regionais da Apeoesp em Campinas. Na eleição do sindicato, os professores votam em duas urnas: uma estadual e uma urna regional, em uma lista para conselheiros.

A apuração estadual, que havia ocorrido na semana anterior, apontava uma votação apertada, com 941 votos para a Chapa 1, e 901 votos para a Chapa 3, o que dava cerca de 44% dos votos válidos para a Oposição.

O processo, marcado pelo adiantamento em meses imposto pela CUT, buscando impedir o debate e a participação dos professores, teve seu dia de votação marcado para a véspera do importante ato em Brasília, obrigando os docentes a terem que escolher entre lutar contra as Reformas ou participar das eleições.

Em Campinas, isso foi ainda mais vergonhoso: com roteiros absurdos de urnas, aonde as maiores escolas da cidade e com tradição de oposição ficavam em urnas rotativas com 5 ou 6 escolas, com pouquíssimo tempo para a votação, enquanto urnas fixas foram instaladas em escolas municipais, centenas de professores não puderam participar de forma democrática do processo.

Com 100% dos mesários da Chapa 1 e uma comissão eleitoral que impediu a conferência das atas de assinatura de cada urna, algo elementar de qualquer processo eleitoral transparente, a fraude estava preparada. Ao longo do processo, em consonância com o equilíbrio da votação estadual, as parciais apontavam para uma expressiva bancada da Oposição Unificada, em que entrariam cerca de 15 conselheiros estaduais da Oposição de um total de 40, o que daria uma vitória apertada para a Chapa 1. Porém, em 4 urnas em que não houve fiscais da Oposição diante do calendário absurdo e do impedimento de mesários das outras chapas, quase 150 votos a 0 caíram para a Chapa 1, todos em bloco, nos mesmos 47 candidatos, algo que não ocorreu em nenhuma das outras 92 urnas da cidade. Em algumas delas, urnas de escolas municipais, a votação era maior do que urnas que continham 4 ou 5 escolas estaduais, algo completamente impossível de ocorrer.

O impedimento por parte da Comissão Eleitoral, do acompanhamento e conferência dos livros de assinatura dessas escolas por parte dos fiscais e escrutinadores é uma prova explícita do nível de fraude ocorrido nas eleições, e do autoritarismo com que Sueli Oliveira e outros membros do PT e da CUT conduzem à nossa subsede a décadas. Para isso, contaram com a presença de bate-paus e brutamontes contratados para intimidar os professores ao longo de todo o processo. Se na votação estadual, 44% dos professores expressaram um voto na Oposição, a fraude levou que a representatividade fosse regionalmente de 100% da Chapa 1, algo irreal e incondizente com a vontade das urnas.

Lamentavelmente, contribuiu também para tal situação, a postura do Coletivo XV de Outubro e Unidade Classista, que soltaram uma pequena lista de Oposição. Tal postura sectária pela segunda eleição seguida, sem apresentar divergências reais que impedissem a unidade, levou a divisão dos votos nos conselheiros da Oposição, facilitando o trabalho da Chapa 1 e a perda de todos os conselheiros que o XV de Outubro possuía.

A conformação da lista da Oposição Unificada com 49 professoras e professores em Campinas e envolvendo dezenas de apoiadores foi um importante passo para a construção de uma alternativa de luta. A unidade envolvendo nós do Professores Pela Base, MAIS, PSTU, LOI, Intersindical, LSR-PSOl e dezenas de professoras e professores independentes, em base a um programa de luta pela unidade do conjunto da categoria, uma prática coletiva, anti-burocrática e classista, deve ser aprofundada. As paralisações da categoria nos últimos meses, em luta contra as Reformas, mostram uma importante disposição de luta e descrédito da atual gestão sindical, que somente não teve expressão regional pela fraude explícita da CUT.

Apesar disso agradecemos as expressivas votações em nossos candidatos da Oposição Unificada, com mais de 30 candidatos ultrapassando os 400 votos, que mostram a vontade de um grande setor de professores pela mudança. Danilo Magrão, membro do Professores Pela Base, foi eleito como um dos conselheiros suplentes pela Oposição, com 483 votos, tendo uma importante votação, assim como os outros membros do Professores Pela Base que construíram com força essa chapa de Oposição ao longo do último mês.

Seguiremos firmes na luta contra as Reformas, o governo golpista e essa burocracia sindical que é um freio para a luta dos trabalhadores. É hora de construir com tudo a participação dos professores nos atos da greve geral no próximo dia 30. Nossa luta não termina na eleição: em cada escola de Campinas, vai ter Oposição.

 
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