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TELEVISÃO
Tony Ramos e a exploração que não aparece
Hélio

O papel do artista na sociedade é um assunto muito debatido. O artista cumpre algum papel na sociedade? A arte é neutra? O artista tem classe, cor e gênero? Defende algum projeto político? Estas perguntas todas fazem sentido?

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Por exemplo, o Tony Ramos, premiado ator brasileiro, nacionalmente conhecido, no dia 07 de maio de 2009 recebeu do Ministério das Relações Exteriores a medalha oficial da "Ordem do Rio Branco", um reconhecimento oficial do governo brasileiro por seus trabalhos no cinema, no teatro e na televisão. A cerimônia de entrega da condecoração foi realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília, e contou com a participação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A JBS, uma das maiores "multinacionais brasileiras", que despontou a partir dos empréstimos do BNDES no segundo Governo Lula, e uma das empresas que mais despejou dinheiro nas campanhas eleitorais, também reverenciou Tony Ramos entregando ao famoso ator o papel de "garoto-propaganda" da campanha publicitária milionária da "Friboi".
"Uma mão lava a outra" e as duas lavaram o "bom moço" das novelas da Rede Globo.

"É Friboi?"
Nos comerciais apresentados em horário nobre da TV brasileira, Tony Ramos aparece de forma "inesperada" e aborda consumidores em casa, no supermercado e no açougue para conferir se eles compram "Friboi". "Aqui tem confiança", diz o ator condecorado em 2009 pelo Governo Lula, principal incentivador dos negócios da JBS.

Mas quem conhece a JBS, o governo do PT e a realidade das fábricas e frigoríficos no Brasil sabe que as coisas não são assim tão "fáceis e alegres" para os funcionários da "campeã em exploração do trabalho". Realidade que não passa no roteiro do "comercial" que pretende entregar a mensagem de confiança aos telespectadores/consumidores.

Tony Ramos apresenta uma fábrica onde tudo funciona bem e as trabalhadoras e os trabalhadores estão felizes. Mas o "comercial da Friboi" esqueceu de mostrar o trabalhador que perdeu o braço numa das máquinas, a trabalhadora cipeira demitida injustamente, o jovem negro esmagado no frigorífico, a comida estragada servida aos trabalhadores, o "Dr Morte" dos convênios médicos, a retirada de direitos trabalhistas, os baixos salários, etc. O "bom moço" não comentou as mortes que ocorrem nas unidades da JBS.

Sempre fica aquela pergunta, será que ele sabe? Ele tem Internet? Teve a curiosidade de pesquisar antes de assinar um contrato de 3 milhões de reais? Ele que estudou Filosofia na USP, atuou em algumas produções importantes, condecorado pelo Governo, amigo de artistas e intelectuais, tem uma noção sobre o que significa JBS e Lulismo? Será?

Apenas um comercial? Apenas artistas, patrões e governantes? Nada de mortes e exploração do trabalho. Nada de racismo e machismo. O ator só cumpriu o seu papel de artista para uma das maiores indústrias de alimento no mundo responsável por ataques brutais contra a classe trabalhadora e o meio ambiente?

 
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