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CRISE
Governador do PT defende "indiretas já" depois de reunião com Dilma e Lula
Francisco Marques
Professor da rede estadual de Minas Gerais

Após reunião com Lula, Dilma e outros dirigentes petistas, o governador petista disse à imprensa que até já procurou Geraldo Alckmin, do PSDB, e que acredita que "temos que cogitar todas as hipóteses, inclusive que não seja eleição direta”.

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Em sua conta no Twitter ele também defendeu saídas conciliadoras. Em plena agudização da crise política e a 1 dia de uma marcha dos trabalhadores em Brasília contra Temer e as reformas, o petista trabalha para pactuar com a direita golpista. Conciliar com golpistas, com quem quer que trabalhemos até morrer, que querem decidir entre eles os rumos do país? Uma traição à luta dos trabalhadores que terão que derrotar a direita e os empresários para pararem ataques como as reformas da Previdência e Trabalhista.

Ele afirmou no Twitter:

O governador da Bahia disse que está, desde sexta-feira, 19, conversando com colegas para marcar uma reunião de governadores na qual seriam discutidas saídas suprapartidárias para a crise. Ele disse que já falou com os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e outros da região Nordeste. "Entre nós, governadores, não existe essa tensão, temos os mesmos interesses e nossas relações não estão desgastadas", disse.

Essa reunião do PT aconteceu um dia depois de FHC dizer aos jornais que procura Jobim para intermediar uma negociação com o PT. Rui Costa deixou claro, em nome do PT, que estão dispostos a acordar uma saída pelo bem da "governança" capitalista do país.

O que isso significa?

Essa postura do governador Rui Costa não é o que os principais dirigentes do partido têm defendido no momento, mas é parte do leque de opções que o PT tem na manga. Outro exemplo desta flexibilidade para avalizar uma presidência de Rodrigo Maia, FHC, Jobim ou Carmen Lucia foi dita por Carlos Zarattini, líder do PT na Câmara dos Deputados, ele afirmou que "provavelmente não vamos endossar eleição indireta”. Provavelmente? Não poderia faltar mais firmeza no combate à direita golpista.

A grande preocupação estratégica do PT é não permitir o questionamento às reformas que começaram a ser aplicadas no governo Dilma em 2015, nem à podridão do sistema político de que fazem parte. É preciso garantir a "governança do país" diz o governador em outro tweet. Querem impedir o protagonismo dos trabalhadores na derrubada de Temer, e para isso estão dispostos a usar tanto as “Diretas Já” como as eleições indiretas.

Nas manifestações de domingo passado (21) ficou claro com a CUT e a CTB, os braços sindicais de PT e PCdoB, não construíram as manifestações como uma demonstração de forças contra Temer. E meramente o fato de uma nova greve geral não ter sido ainda chamada, mesmo com o debilitamento do governo Temer desde o último escândalo, mostra como querem tirar de cena a imensa força que se expressou na greve geral do dia 28 de Abril.

Quanto menos rua e mais conchavo melhor. O que houver de "rua" deve conduzir ao conchavo, essa é orientação partidária.

O PT e a CUT querem canalizar as lutas travadas até agora para a saída de “Diretas Já”, elegendo Lula presidente, oxigenando a questionada democracia brasileira e repactuando com o empresariado nacional reformas “mais brandas”. Como o próprio Lula afirmou, “somente um presidente eleito vai ter a legitimidade pra fazer as reformas”. Mas caso não consigam impor a PEC necessária para convocar eleições diretas, podem participar de um grande acordão em eleições indiretas; e é justamente para isso que o governador petista da Bahia vem trabalhando publicamente, e sem com isso ser contrariado por outros participantes da reunião como Lula, Dilma.

Para construir uma saída nossa precisamos nos organizar em comitês de base em cada local de trabalho e estudo e exigir uma nova greve geral até a derrubada do governo Temer que imponha uma nova Constituinte para revogar a PEC 55 e todas medidas de Temer, derrubar todas as reformas, enfrentando também todos os problemas de uma democracia degradada, cheia de corrupção e controlada pelas grandes empresas exploradoras e corruptas. É com essa perspectiva que o MRT, a Faísca, o Pão e Rosas e o Nossa Classe estaremos ocupando Brasília nesta quarta-feira junto a dezenas de milhares de trabalhadores e jovens do país.

 
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