A maturidade do deputado de extrema-direita Jair Bolsonaro ao lidar com a mídia consegue superar a do presidente Trump, que impede jornalistas de veículos que não gosta de fazerem perguntas em entrevistas coletivas e inventa "fatos alternativos" quando não gosta da verdade.

Bolsonaro foi contatado pelo jornal paulistano Folha de S. Paulo, um dos maiores do país, para que pudesse comentar a reportagem que fizeram requentando mais uma vez os já conhecidos casos de insubordinação de Bolsonaro no exército, quando foi punido por escrever na revista Veja exigindo melhores salários para os militares, e foi condenado por "insubordinação e deslealdade" pelos três coronéis que o julgaram, que afirmaram unanimemente que Bolsonaro "revelou comportamento aético e incompatível com o pundonor militar e o decoro da classe, ao passar à imprensa informações sobre sua instituição."

Sem entrar no mérito das ações de Bolsonaro para exigir que os militares desfrutassem de privilégios ainda maiores, o que chama a atenção é a atitude de sua assessoria frente ao contato feito pela Folha: eles disseram que o jornal era "imbecil e idiota", perguntaram "quem estava pagando" pela matéria.

Segundo a Folha, o assessor se recusou a anotar os telefones do repórter e disse que "a pauta é uma merda".

É mais uma demonstração de que frente ao questionamento de suas atitudes, Bolsonaro só é capaz de responder com seu típico autoritarismo e o corporativismo militar que são a marca de sua trajetória política.