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QUESTÃO AGRÁRIA
Perícia aponta tortura na chacina contra os 9 camponeses no Mato Grosso
Chico Pontes
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No último dia 20 de abril, mais um triste episódio marca a história, escrita com sangue, dos camponeses e trabalhadores rurais brasileiros: nove pessoas foram assassinadas na Gleba Taquaruçu, no município de Colniza, no Mato Grosso.

A perícia aponta tortura com corpos amarrados, orelhas cortadas e assassinatos com golpes de facão e tiros de espingardas calibre 12, na já conhecida trajetória dos latifundiários do agronegócio e seus capangas nesse país.

O laudo também apontou o nome das vítimas: Fábio Rodrigues dos Santos; Izaul Brito dos Santos; Ezequias Santos de Oliveira; Samuel Antônio da Cunha; Francisco Chaves da Silva; Valmir Rangeú do Nascimento; Aldo Aparecido Carlini; Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes.

Em 2016, foram 61 trabalhadores rurais assassinados, o maior índice dos últimos 13 anos. Como aponta o relatório da Comissão Pastoral da Terra(CPT), 79% dos assassinatos ocorreram na Amazônia Legal, área que compreende os estados da região Norte, Mato Grosso e Maranhão, região de extremo interesse dos latifundiários e do capital imperialista pelas riquezas naturais.

O recente relatório aponta também mais de 1200 conflitos por terra no país, envolvendo cerca de 816 mil pessoas, um aumento de 21% em relação ao ano anterior, números alarmantes que mostram a urgência da reforma agrária em nosso território, desmantelando as milícias armadas dos ruralistas e expropriando o latifúndio, tarefa essa que o PT esteve longe de realizar nos 14 anos que governou o país com o apoio das lideranças do agronegócio como Katia Abreu e José Carlos Bumlai, e que muito menos poderemos esperar das mãos de Temer, do Congresso e da bancada de ruralistas que sustentou o golpe institucional.

O município de Colniza já foi considerado o mais violento do país. Em 2007, ao menos 10 trabalhadores foram vítimas de tortura e cárcere privado e, neste mesmo ano, três agricultores foram assassinados. Em 2015, Josias Paulino de Castro e Irani da Silva Castro, dirigentes camponeses do município, foram assassinados dois dias após denunciar ameaças para o ouvidor nacional do INCRA. Esse histórico mostra a conivência das instituições do Estado com os grandes proprietários de terra, que seguem impunes e cometendo novos crimes.

Na região existem outros conflitos de extrema gravidade, como o da fazenda Magali, desde o ano 2000, e o conflito na Gleba Terra Roxa, desde o ano de 2004, e as recentes declarações de lideranças camponesas da região, e de Dom Pedro Casaldiga pela Comissão Pastoral da Terra, apontam que novos assassinatos podem acontecer.

* Informações retiradas da Comissão Pastoral da Terra de São Félix, Mato Grosso e do MST

**PS: No momento que escrevíamos esse artigo, nos chegou a notícia de nova vítima na luta do campo: Silvino Nunes Gouveia, de 51 anos, dirigente regional do MST, brutalmente assassinado com dez tiros em sua casa na noite desse domingo, no Assentamento Liberdade, município de Periquito, Minas Gerais. A região tem sido marcada também por constantes conflitos na região do Vale do Rio Doce, aonde 1200 famílias estão vivendo em 5 acampamentos.

 
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