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MORO ADIA DEPOIMENTO
Moro adia depoimento de Lula frente à mobilização de 28 de abril
Fernando Pardal

O juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro decidiu adiar o depoimento de Lula que estava previsto para acontecer dia 3. A nova data marcada será no dia 10, quando esperam já ter "baixado a poeira" da paralisação nacional do dia 28 de abril e dos atos do dia 1 de maio.

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De acordo com Moro, o pedido para o adiamento do depoimento partiu da Polícia Federal, que solicitou mais tempo para organizar a segurança do local e alegou que o feriado do dia 1 de maio atrasaria os preparativos. O depoimento que Lula prestará a Moro se refere ao tripléx no Guarujá, que de acordo com delação de Léo Pinheiro, executivo da empreiteira OAS, pertenceria a Lula.

O PT, CUT e movimentos sociais ligados ao petismo estão organizando uma mobilização em defesa de Lula para o dia do depoimento, e a conjuntura que vem se desenhando para o dia 28, com uma paralisação histórica dos trabalhadores em todo o país contra as reformas de Temer, é um fator que dificulta a situação de Moro para colocar pressão sobre o ex-presidente. Esse é o real motivo para adiar o depoimento, na esperança de que até o dia 10 já tenha "baixado a poeira" das mobilizações do dia 28 e do dia 1, e que as centrais sindicais façam como fizeram após o 15M, quando, após uma imensa demonstração de forças dos trabalhadores, decidiram dar uma trégua ao governo de mais de um mês, permitindo o avanço dos ataques como foi com a aprovação da terceirização. É isso que nós não podemos permitir que façam, e para isso é fundamental a mobilização em cada local de trabalho para exigir que o 28A seja o estopim de uma greve geral capaz de barrar os ataques.

Se é um fato que CUT, CTB, a Frente Povo Sem Medo (FPSM) e outros setores petistas que estão convocando a paralisação do dia 28 querem fazer desse dia e, em geral, de toda a luta dos trabalhadores contra os ataques de Temer um ponto de apoio para Lula e para sua estratégia eleitoral do "Lula 2018", nós temos que organizar os trabalhadores pela base para dar uma resposta independente, que não esteja atrelada ao projeto eleitoral petista de conciliação de classes - que ficou mais uma vez demonstrado com seus esquemas acertados não apenas com os partidos de direita, mas também com os grandes empresários como os Odebrecht.

Moro e a Lava Jato têm interesses completamente opostos aos nossos, e se agora querem acertar em cheio Lula e o PT, e também vêm atingindo os outros partidos que sustentam esse regime, como PSDB e PMDB, o seu alvo principal continua sendo nossos direitos. O seu interesse de atender ao imperialismo, abrindo as portas para os capitalistas comprarem o patrimônio da Petrobras e entrarem no mercado da JBS e Odebrecht se combinam a uma estratégia de apoiar e fortalecer todos os ataques que estão sendo feitos contra os direitos dos trabalhadores.

A Lava Jato representa uma saída reacionária do judiciário para a crise política, mas é também verdade que a saída das burocracias sindicais de um "Lula 2018" representa mais do mesmo da década de conciliação de classes em que banqueiros, empreiteiros e os capitalistas em geral seguiram enriquecendo como "nunca antes na história desse país", enquanto os trabalhadores seguiam sendo explorados e com o aumento da terceirização e da precarização do trabalho.

Se CUT, CTB e FPSM hoje estão convocando o dia 28 para desgastar o governo, é necessário que nós organizemos desde as bases uma mobilização capaz de impor muito mais, com uma estratégia para vencer. Um dia histórico de paralisação dos trabalhadores como promete ser o 28A tem que ser o estopim de uma greve geral por tempo indeterminado, que paralise o país com os trabalhadores como sujeitos e coloque em xeque todos os ataques dos governos.

Lula e o PT já demonstraram, de uma forma e de outra, que sua estratégia para estar no poder é compactuar com os velhos esquemas corruptos do Estado capitalista. Nós precisamos a partir de uma greve geral lutar de forma independente por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que possa colocar abaixo esse regime apodrecido. Só assim poderemos lutar para resolver efetivamente os problemas que nos atingem e fazer com que os capitalistas paguem pela crise, com impostos às grandes fortunas, re-estatização das empresas privatizadas e estatização de todas as envolvidas nos esquemas de corrupção, fim do pagamento da dívida pública e pleno emprego para todos, com divisão das horas de trabalho sem redução de salários e a efetivação de todos os terceirizados. Precisamos lutar por um governo de trabalhadores para dar uma saída real a todos os nossos problemas.

 
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