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ELEIÇÕES C.A HISTÓRIA UFRJ
Por um CAMMA democrático, independente e combativo no IFCS
Artur Lins
Estudante de História/UFRJ

Neste início de semana, nos dias 10, 11 e 12, acontecem as eleições para o centro acadêmico de historia "CAMMA" da UFRJ. Três chapas estão disputando a gestão do C.A, são elas: chapa 1 "A historia nos absorverá" (Kizomba-PT), chapa 2 "História de resistência" (RUA, UJC e MAIS) e por último a chapa 3 "Quem luta faz historia" (Levante Popular da Juventude e Movimento Correnteza-PCR).

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Queremos aqui entrar no debate sobre as chapas a partir das concepções que os grupos envolvidos tem de uma entidade estudantil, porque todas as chapas colocam em seus programas muita centralidade nas questões específicas do curso, que para nós da Faísca são importantes, mas a forma como lutamos por elas e se conseguimos conquistá-las são resultado da política que levantamos.

Nesse sentido, nós vamos focar na linha política das organizações e correntes que compõe essas chapas, para enriquecer mais o debate e dar uma perspectiva geral para os estudantes de história da trajetória política que está por trás dessas chapas.

Uma breve apresentação da nossa concepção de Centro Acadêmico

Um C.A ou qualquer entidade estudantil deve ser uma ferramenta política dos estudantes que articule a luta por demandas específicas à luta contra os ataques dos capitalistas e de seus governos contra a educação publica, em que ao mesmo tempo deve impulsionar a auto organização e a democracia de base para que os estudantes tomem para si os rumos do que vão defender e como vão lutar. Para nós da Faísca entender os trabalhadores e a juventude que está fora da Universidade como aliados para a disputa de qual projeto de educação queremos é chave para construir um M.E combativo e a democracia nos espaços de decisão é uma questão fundamental.

Quanto falamos que o C.A deve ser uma arma política dos estudantes, queremos dizer que nós devemos usar essa arma para nos expressar politicamente e preparar nossa resistência contra a retirada dos nossos direitos que vem dos governos e dos capitalistas, sendo estes últimos que exigem dos governos o corte do orçamento da educação, para que seus interesses privatistas avancem sobre o ensino público.

Esse é o caso do drama pelo qual passa a UERJ com os cortes do governo de Pezão, com o objetivo claro de "enxugar" as contas publicas para pagar a dívida do Estado aos banqueiros e financistas detentores da dívida e ao mesmo tempo com o objetivo de privatizar por completo a UERJ, alegando que não há mais recursos para manter as aulas e o funcionamento da universidade. Na UFRJ o cenário trilha um caminho parecido, com os cortes bilionários em educação pública a nível federal a Universidade pode chegar ao final deste ano com um déficit de quase R$ 300 milhões, que comprometerá todas as áreas, especialmente as de assistência, como se expressa hoje no atraso do pagamento das bolsas, e no pagamento dos trabalhadores, especialmente os mais precarizados pela terceirização.

Por isso não devemos só lutar contra os interesses privatistas dos capitalistas, como também contra os governos que aplicam seus interesses. Um exemplo disso foi a nossa luta contra o corte do governo Dilma (PT) em 2015 através da greve estudantil junto aos professores, e no ano passado na nossa luta contra a PEC 241/55, que congela os gastos públicos na educação, imposto pelo governo golpista de Temer.

Para enfrentar os ataques é necessária a mobilização massiva e pela base

Diante desse cenário obscuro de ataques a educação, que começaram no governo do PT e que se aprofunda cada vez mais com o governo golpista de Temer, é crucial a mobilização urgente dos estudantes para enfrentar as reformas trabalhistas, da previdência e do ensino médio, e contra toda retirada de direitos ao lado da classe trabalhadora. Nesse sentido, é crucial que a gestão do C.A de historia impulsione assembleias do curso e um espaço de debate e politização cotidianos, para que desde a base os estudantes decidam democraticamente os rumos organizativos e políticos da nossa luta.

As chapas na disputa

As chapas 1 e 3, a primeira com a influência do Kizomba (PT) e a segunda com a influência do Levante Popular da Juventude e PCR, não são uma alternativa para que os estudantes da história desenvolvam uma luta efetiva contra os ataques dos golpistas, porque essas correntes, que se colocam no campo em defesa do petismo, desejam desviar nossa disposição de luta para que o Lula seja eleito em 2018, e assim reeditar 13 anos de governo que conteve a mobilização dos trabalhadores e da juventude para conciliar interesses inconciliáveis entre nós e os capitalistas, abrindo espaço para a direita e seu golpe.

Sua defesa política do ex-governo petista fez dessas correntes parcialmente responsáveis, junto a juventude do PCdoB, a UJS, pela burocratização da histórica entidade do M.E nacional. A UNE sob a política da majoritária, que inclui a Kizomba e que o campo popular do Levante se adapta, durante as últimas décadas foi um verdadeiro freio para a luta dos estudantes na base de fraudes eleitorais nas eleições estudantis país afora e até mesmo de violência física contra qualquer oposição pela esquerda. Retomar as entidades estudantis das mãos dessas concepções burocráticas ainda é uma grande tarefa dos estudantes, ainda mais hoje frente ao cenário de ataques, disputar as entidades de base como o CA da história e exigir que a UNE rompa com a trégua aos golpistas e seja uma ferramenta viva de construção de uma aliança entre a juventude e os trabalhadores para fazer a greve geral acontecer e derrotar Temer e seus ataques é um desafio urgente para os estudantes.

O golpe institucional foi uma prova concreta de que é impossível uma reedição de um governo de conciliação de classes, pois vimos que a burguesia quer nos impor mais ataques aos nossos direitos para que paguemos pela crise que os capitalistas geraram. Precisamos tirar lições sobre a lógica do mal menor lulista frente a direita, pois caso o PT chegue ao poder novamente, garantirá a vontade da burguesia de aprofundar os ataques, justamente por que não estamos vivendo a conjuntura de boom econômico que segurou e que de uma forma "prestigiou" o governo de Lula.

A chapa 2 encabeçada pelo RUA e PCB, mantém uma política correta de denunciar o governo Temer como ilegítimo e golpista e não apontar o PT como uma alternativa para 2018, apesar de em seu material de divulgação fazer uma delimitação muito adaptada e quase elogiosa aos anos de governo petista. No entanto, frente ao que representaria um fortalecimento do petismo nas entidades e de sua política que não tira nenhuma lição do golpe e da lógica de alianças com os golpistas, chamamos os estudantes a votar criticamente na chapa 2 e construir uma trincheira de oposição ao burocratismo cristalizado do petismo ao mesmo tempo exigindo da nova gestão - que nos últimos anos sob direção do mesmo RUA impulsionaram pouquíssimas assembleias de base, para que os estudantes se mobilizassem efetivamente contra os ataques do governo petista, e agora dos golpistas - que promova um espaço democrático onde possamos nos auto-organizar para o combate necessário.

Independente do resultado das eleições, nos da Faísca defendemos que se faz urgente uma ampla mobilização pelas bases, através da realização de assembleias, para que formemos comitês de coordenação das lutas que vamos travar contra as reformas de Temer e colocaremos nossas forças para esse objetivo.

Acreditamos que os estudantes de história podem dar um exemplo de combate, se somando efetivamente para a paralisação do dia 28 junto aos trabalhadores de todo o país, e isso também parte da responsabilidade que o DCE da maior federal do país tem para impulsionar a organização dos estudantes pela base.

É possível resistir para barrar os ataques dos golpistas, ampliar nossa luta a partir de exemplos combativos e não rotineiros, para enfim lutar para a conformação de uma alternativa real e independente dos trabalhadores e da juventude que não seja um "Lula 2018".

 
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