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EDUCAÇÃO MINAS GERAIS
Quem é Dias Toffoli que ordenou corte de ponto em Contagem
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
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No dia 6 de abril os trabalhadores da educação da rede municipal de Contagem foram surpreendidos pela notícia divulgada pela prefeitura do tucano Alex de Freitas de que terão o ponto cortado devido à greve contra as reformas do governo Temer. A medida na qual a prefeitura se apoia para cortar o ponto dos servidores foi votada dia 27 de outubro de 2016 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sendo o relator do caso o ministro Dias Toffoli. Este juiz junto a outros seis ministros do Supremo foram favoráveis à legitimação do corte de ponto de servidores públicos desde o primeiro dia de greve. Mas quem é Dias Toffoli que quer cortar o nosso ponto em Contagem?

Dias Toffoli faz parte da casta de juízes que estão entre os mais privilegiados do mundo, uma vez que temos no Brasil os maiores gastos mundiais com o sistema judiciário. Apenas no ano de 2015 cada brasileiro gastou R$387 para manter o judiciário, gasto que aumentou nos anos seguintes. Além de que ministros como Dias Toffoli recebem quase 40 mil reais em salário além de variados benefícios.

O ministro do STF que quer cortar nosso salário também já foi citado na Lava Jato quando o escritório Rangel Advocacia, do qual foi sócio até 2007, foi citado na lista de empresas que receberam propinas por parte de consórcio da empresa Queiroz Galvão. Após 2007 a dona do escritório passou a ser a advogada Roberta Rangel, a esposa de Dias Toffoli.

Quando os trabalhadores assistiam às manobras entre o Congresso, Temer e STF para evitar o julgamento que poderia resultar na saída de Renan Calheiros de seu cargo na presidência do Senado no ano passado, Dias Toffoli foi o ministro que pediu vista no julgamento do STF, dando um respiro para Temer e para outro político corrupto e golpista como Renan Calheiros. Antes de ser um grande aliado do ministro Gilmar Mendes no STF favorável às medidas dos golpistas na Suprema Corte, Dias Toffoli foi advogado do PT, entrando na arena como ministro aliado a esse partido naquele então, quando votou pela absolvição de José Dirceu do Mensalão.

Essa é a trajetória do ministro que quer cortar o ponto dos trabalhadores em Contagem com medida que pode ser usada para todos os servidores do país. Essa medida é mais uma mostra das arbitrariedades do judiciário e dos privilegiados de toga que alteram as leis e a constituição conforme as necessidades de seus privilégios e dos políticos com que se alinham circunstancialmente. Essa casta de privilegiados, que usa o direito a favor dos interesses partidários dos golpistas e das classes dominantes, não merece a confiança de nenhum trabalhador, seja por via das medidas arbitrárias do STF que atacam direitos dos trabalhadores como essa de Dias Toffoli; seja por via das arbitrariedades da Lava Jato com os interesses dos golpistas, liberando listas e informações conforme os jogos políticos.

Contra as arbitrariedades do judiciário e do STF, que estão rasgando parcela de nossos direitos, não é mais possível deixar que inclusive direitos constitucionais dos trabalhadores, como o direito de greve, sejam pisoteados por uma parcela de juízes, promotores e políticos privilegiados, esses mesmos que seriam incapazes de viver com o mesmo salário de uma professora, ainda mais com metade deste salário como querem nos impor. Por isso lançamos pela agrupação de trabalhadores Nossa Classe-Educação de Contagem, com apoio da juventude Faísca, do grupo de mulheres Pão e Rosas e do Esquerda Diário a campanha "contra o corte de ponto em Contagem, abaixo o autoritarismo do judiciário e de Alex de Freitas" e convidamos todos a tirarem fotos nas escolas e bairros enviando as imagens para o Esquerda Diário.

 
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