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RODOVIÁRIOS
João Dória quer demitir 19 mil cobradores e fala "não fazer sentido" esse trabalho
Adaílson Rodrigues

Em São Paulo ou Porto Alegre, a redução que as empresas terão na folha de pagamento com as milhares de demissões dos cobradores nas cidades a mando dos tucanos, servirá apenas para aumentar os lucros das máfias do transporte.

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O prefeito de São Paulo João Dória que adora fingir que é trabalhador, mas que nunca teve que encarar uma rotina de usar o transporte coletivo, fala abertamente que pretende acabar com os cobradores. Em entrevista ao jornal folha de São Paulo chega ao absurdo de afirmar que em "nenhuma cidade civilizada do mundo, tem cobradores" e ameaça demiti-los até 2020, colocando 19 mil trabalhadores na rua.

O devaneio de Dória deve se referir a alguns pequenos países imperialistas, como Suécia Dinamarca, Noruega ou algum outro na Europa. O que Dória não diz que muitos desses países que têm índices de IDH melhores do que em São Paulo e que o transporte público é de qualidade, excelente em relação aos precários serviços oferecidos aos paulistanos. São países que mantém algum nível de vida as custa da exploração dos imigrantes e de uma história de imperialismo. Argumento que não passa da própria retórica patronal para atacar os trabalhadores.

Pra atacar empregos ele usa esse argumento, mas pra criação de postos de trabalho e extinção da desigualdade que nos leva a bolsões de miséria nas periferias das grandes cidades e em especial São Paulo, não se atreve a fazer tal comparação. Com seu perfil empresarial, se posiciona claramente em defesa do capital das empresas, velhas aliadas políticas do PSDB na cidade.

O tucano usa como argumento a “eficiência” nos custos para evitar o aumento das passagens, buscando separar os trabalhadores da juventude que a anos luta contra o aumento das tarifas. Pois então, a extinção dos cobradores não será revertida em qualquer redução de tarifa ou melhora na qualidade dos coletivos, pelo contrário, só vai precarizar mais o transporte além de demitir milhares de pessoas. A redução que as empresas terão na folha de pagamento com as milhares de demissões na cidade, servirá apenas para aumentar os lucros das máfias do transporte.

Esse mesmo PSDB planeja isso também para Porto Alegre, na cidade onde eu sou motorista de ônibus. Lá, Nelsom Marchezan Jr, não só pretende extinguir a função do cobrador, como privatizar a mais antiga empresa pública de transporte do País (Carris) enquanto faz o discurso do tipo: não há como frear as rodas no progresso, que a modernização obrigará os cobradores a se atualizar. Discurso cínico para demitir os trabalhadores.

Em tempos de ataques brutais ao conjunto da classe operária, em que a terceirização irrestrita já é uma realidade, não reagir enquanto ainda estamos dentro do sistema e com poder de parar a cidade é um erro grave. Cujo principal causador é o sindicato da categoria rodoviária, que ao longo de décadas manteve os trabalhadores distantes da organização das bases, engessando e alienando, deixando passar passivamente os ataques.

É urgente resistir contra essa suposta “modernização” que quer jogar milhares de trabalhadores, muitos com 20 anos ou mais no ramo, de volta as ruas para entregar seu curriculum com outros milhares de desempregados que terão empregos terceirizados e super explorados como algumas das poucas alternativas ou sucumbir a miséria.

Os dois prefeitos terem Junior no nome e serem do PSDB pode ser uma mera coincidência, mas ambos terem o mesmo interesse em atacar empregos, nem de longe é coincidência, mas uma comprovação daquilo que já denunciamos diversas vezes, sobre esse partido e tantos outros, de que fazem de seus governos um grande balcão de negócios da burguesia, enquanto submetem trabalhadores a miséria pela defesa do lucro do capital.

 
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