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CHACINAS
Nesta madrugada, dez mortos em chacinas na capital paulista
Pâmella Vaz

Com intervalo de menos de uma hora, foram assassinadas sete pessoas no Jaçanã, na zona norte, e três no Campo Limpo, na zona sul. Os atiradores que estavam de motocicletas fugiram do local.

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Entre a noite de terça-feira (4) e a madrugada desta quarta-feira (5), na capital paulista, dois atiradores em uma motocicleta, de acordo com relato das vítimas, mataram ao menos dez homens e deixaram outros três feridos após duas chacinas, uma ocorrida no bairro do Jaçanã, na zona norte, e outra no Campo Limpo, na zona sul.

A chacina que ocorreu na zona norte da capital, no Conjunto Habitacional Jova Rural, no bairro do Jaçanã, onde tem uma base da PM instalada a poucos metros do bar, assim como um Centro de Integração da Cidadania (CIC) em uma rua próxima. Uma das vítimas que sobreviveu relatou à Policia Civil que dois homens em uma motocicleta atiraram em direção ao grupo de pessoas que estavam em um bar na Rua Antônio Sérgio de Matos, e que logo em seguida fugiram do local. Seis vítimas morreram no local, três feridos foram socorridos, um não resistiu e morreu no hospital, e as outras duas vítimas seguem internadas.

As seis vítimas que morreram no local são Sidnei Rodrigues Cordeiro, de 38 anos; Valdir Pereira de Souza, de 46; Adriano dos Anjos Silva, de 39; Wellington Claudino de Souza, de 35; Gilmar Vieira da Silva, de 39; e Fernando, cujos sobrenomes e idade não foram informados. A PM diz que um deles tem passagem pela polícia por tráfico e porte de drogas.

No bairro Campo Limpo, na zona sul, por volta da meia-noite três homens foram mortos e um ficou ferido por disparos na altura do número 10 da Rua Professora Nina Stocco, região do Jardim Catanduva. Um entregador de pizza que parou no local para pedir informações, que feriu a mão, foi surpreendido por duas pessoas em uma motocicleta que atiraram na sua direção e das outras vítimas.

As três vítimas são Wizmael Dias Correia, de 19 anos; Kayke Santos Moreira, de 20; e Vinicius Aparecido Paula Guedes, de 19, que chegaram a ser socorridos e levados ao Hospital Campo Limpo, mas não resistiram aos ferimentos. Segundo relatos da Polícia Civil, nenhuma das vítimas tinha sequer passagem pela polícia e os crimes serão investigados pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A chacina acontece uma semana após o assassinato de Maria Eduarda Alves da Conceição, adolescente de 13 anos que foi morta dentro da escola durante a aula de Educação Física por tiro disparado pela polícia no Rio de Janeiro [http://www.esquerdadiario.com.br/Policia-Carioca-mata-estudante-negra-em-tiroteio-na-Pavuna]. Na segunda-feira (03/04), a adolescente de 13 anos Hosana foi morta na região de Acari, zona norte do Rio [http://www.esquerdadiario.com.br/Hosana-13-anos-mais-uma-adolescente-morta-no-Rio-de-Janeiro]. As balas da polícia, ou os tiroteios com a desculpa de combater o tráfico, nunca resultam em balas “perdidas”, elas tem alvos marcados pela cor, pelo gênero e também pela classe social, pois se trata de assassinatos e execuções, seja pelos policiais de farda ou pelos grupos de extermínio.

De acordo com dados divulgados, no estado do Rio de Janeiro, nos dois primeiros meses de 2017 houve ao todo 182 assassinatos cometidos pela PM [http://www.esquerdadiario.com.br/PM-do-Rio-mata-182-pessoas-nos-dois-primeiros-meses-de-2017-78-a-mais-que-em-2016]. Já a PM do estado de São Paulo, registrou 60 assassinatos cometidos pela polícia, contra 50 assassinatos civis [http://www.esquerdadiario.com.br/PM-de-SP-mata-mais-do-que-os-homicidas-que-ela-diz-combater].

Os assassinatos cometidos pela polícia, também chamados de “autos de resistência”, buscam sempre retirar a responsabilidade não só da polícia, mas também do Estado pelas mortes de milhares de vítimas. Os massacres contra as populações nas favelas, sobretudo da juventude negra, pobre e trabalhadora, são demonstrações evidentes do caráter racista e também da função social que a PM assassina desempenha de manter organizada a violência do Estado contra os trabalhadores e grupos oprimidos, assim como garantir a manutenção das misérias e violências criadas pelo sistema capitalista, sistema esse fundamentado nas desigualdades, a custo da exploração e miséria de milhões para o enriquecimento e lucro de poucos.

As vidas negras importam! É preciso lutar pelo direito da juventude ao futuro e arranca-lo pelas nossas próprias mãos!

Vamos transformar o luto em luta e dizer um basta ao genocídio da juventude negra e periférica. Pelo fim da polícia assassina e racista!

 
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