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EDUCAÇÃO
Façamos do 28/3 e da greve dos professores a próxima batalha contra a reforma da Previdência
Danilo Paris
Editor de política nacional e professor de Sociologia

Temos que batalhar para que as centrais sindicais, em especial a CUT e a CTB, convoquem o dia 28 de março para que seja uma data nacional de luta contra a previdência, assim como foi o 15 de março. Assim também será possível que outras categorias também se mobilizam para construirmos um movimento unificado dos trabalhadores contra Temer e seus aliados no Congresso e no Senado, que além da reforma da Previdência também querem aprovar a reforma trabalhista e expandir a terceirização.

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O dia 15 de março ficou marcado pela força demonstrada pela classe trabalhadora em todo o país. Os trabalhadores da educação foram parte fundamental desse dia, paralisando suas escolas e aderindo massivamente a mobilização. No estado de São Paulo o índice da paralisação superou os 80%, com a adesão não só da rede estadual, mas também municipal, federal (IF’s) e inclusive algumas escolas particulares. Também nacionalmente a voz dos professores se fez sentir. Curitiba, Recife, Porto Alegre, Teresina e Belo Horizonte, entre outras importantes capitais, também protagonizaram grandes paralisação de professores. Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Há muito tempo não se via essa disposição de luta, em particular em uma categoria tão atacada nos últimos anos.

Outras categorias também realizaram importantes ações. Metalúrgicos, metroviários, rodoviários, garis, bancários, para citar algumas, mostraram a potencialidade da classe trabalhadora quando está em cena.

Diante da ameaça de perder a aposentadoria e outros direitos, os professores se colocaram em movimento. Essa pressão, exercida pela base das diversas categorias que paralisaram, foi o pilar fundamental da força do 15M.

Que a CUT e CTB convoquem no dia 28 de março um novo dia de luta contra a reforma da Previdência

Com todas essas condições colocadas para a deflagração da greve, a APEOESP (dirigida pela CUT e CTB) votou contra o início da greve a partir do dia 15/03 e postergaram ela para o dia 28/03, com uma nova assembleia no dia 31 de março.

Assim, o início da nossa greve ocorrerá sem que seja convocado uma assembleia ou ato para marcar o início da nossa mobilização. Esse é um risco muito grande para o nosso movimento, e temos que batalhar para que as centrais sindicais, em especial a CUT e a CTB, convoquem o dia 28 de março para que seja uma data nacional de luta contra a previdência, assim como foi o 15 de março. Assim também será possível que outras categorias também se mobilizam para construirmos um movimento unificado dos trabalhadores contra Temer e seus aliados no Congresso e no Senado, que além da reforma da Previdência também querem aprovar a reforma trabalhista e expandir a terceirização.

A força da classe operária que parou setores produtivos fundamentais da economia, mostrou sua potencialidade, e pode ser o início de um maior protagonismo operário no próximo período.

Por isso, nós professores podemos e devemos construir a greve do dia 28, através de comandos de mobilização de base e com um verdadeiro plano de lutas para que possamos vencer. Não está descartado que esse dia promova novamente abalos na vida política do pais, e para isso é necessário que trabalhadores tomem em suas mãos à organização dessa paralisação. A organização por escola, nos locais de trabalho e estudo é tarefa intransponível para arrancarmos da mão da burocracia sindical o controle da nossa luta.

Construir comandos e comitês de mobilização desde às bases para derrotar a Reforma

A frente única necessária para barrar os ataques virá através dessa mobilização. A direções das principais centrais sindicais só irão aceitar convocar um plano de lutas para derrotar os ajustes, através da pressão e exigência dos trabalhadores organizados em cada região, local de trabalho e estudo, nos aliando com estudantes e a comunidade escolar. Essa auto-organização será fundamental para que sejam os trabalhadores os verdadeiros sujeitos das greves e da luta contra o governo Temer.

A CUT tentou dividir a greves dos professores nacionalmente, postergando a greve do estado de São Paulo. Contudo a força do 15M não irá se dissipar da noite para o dia. O plano da CUT e do PT é construir uma oposição moderada ao governo Temer, e por isso não podem e não querem incendiar o país com as lutas dos trabalhadores, para apresentar seu projeto político em 2018 através da figura de Lula. Ou seja, precisam se apresentar como uma alternativa viável para os grandes empresários e os capitalistas para voltar a administrar o país.

Não esquecemos que foi no governo Lula em 2003 que a Previdência também foi atacada. Em 2018 os ataques terão passado, nossa luta é agora.

 
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