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CRISE NO PT
Segundo dia de reunião do Diretório Nacional do PT é marcado por crise entre as alas do partido
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Nesta quinta, mesmo com o apelo de Lula, não houve consenso sobre a forma de escolha dos delegados e o formato de eleição da executiva.

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Foto: Ricardo Stuckert

Começou nesta sexta feira, 11, o segundo dia da reunião do Diretório Nacional do PT, que está sendo realizada em um hotel na capital paulista. O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, chegou acompanhado dos deputados federais Enio Verri e José Guimarães. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também chegou para o encontro. Sua missão era de integrar as forças do partido para definir uma forma de eleição de delegados para o Congresso Nacional do PT, que vai eleger a nova direção do partido. Nesta quinta, não houve consenso sobre a forma de escolha dos delegados e o formato de eleição da executiva.

Até ontem, os grupos concordaram com a eleição indireta através de delegados escolhidos nos municípios, os grupos se dividem entre a indicação dos delegados diretamente pelos diretórios municipais e a eleição via congressos municipais e estaduais.

Porém apesar dos apelos de Lula por unidade partidária, o Diretório Nacional do PT se dividiu na decisão sobre a forma de escolha dos delegados que vão eleger a nova direção nacional do partido. Por 57 votos a 27 a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil e aliados conseguiu aprovar a proposta de realizar um Processo de Eleições Diretas nos municípios onde vão ser escolhidas as direções locais e delegados para os congressos estaduais do partido que, por sua vez escolherão os 600 representantes para o 6º Congresso Nacional do PT.

Na quinta, os dirigentes do partido passaram mais de cinco horas tentando um consenso. Ao final, Lula encerrou a discussão com um apelo por unidade e um pedido de que todos os lados cedessem para evitar ruptura.

O Muda PT, que congrega as cinco maiores correntes da "esquerda" do partido e a maioria da bancada petista na Câmara, defendia a eliminação do PED em todas as etapas de escolha das instâncias dirigentes da legenda.

A discussão na reunião do Diretório Nacional reflete a crise histórica que este partido está sofrendo. Como afirmamos anteriormente, durante os 13 anos em que foi governo, o PT assimilou os métodos da direita quando se propôs governar para os ricos, fez alianças com os golpistas o tempo todo e quando ocorreu o golpe institucional, em nenhum momento organizou os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade para lutar contra Temer.

Mesmo que Temer tenha anunciados ataques históricos contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade, o PT através da CUT faz um acordo de trégua com o governo golpista. Seguem a orientação de Lula para não incendiar o país, pois este partido pretende ser uma alternativa viável para os empresários e banqueiros para uma volta de Lula nas eleições de 2018.

Frente esta crise partidária histórica, diversos setores da burocracia petista tentam canalizar esta insatisfação para que não tenha uma debandada dos militantes. Com isso, setores distintos desta burocracia tentam ter uma influencia maior dentro do partido, para tentar conquistar futuramente melhores espaços dentro do Estado nas eleições de 2018.

Esta disputa entre as frações petistas pode atrapalhar a possível candidatura de Lula para presidente em 2018. É fato que o PT quer fazer com que Lula volte para presidência da república em 2018, para conter possíveis levantes contra as medidas impopulares e usar esta figura para convencer dos ataques contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade.

Estas distintas alas petistas que canalizam o sentimento legitimo de insatisfação de sua base, apenas colabora para que não surja uma alternativa independente dos trabalhadores que seja anticapitalista e revolucionária. É preciso construir uma alternativa que enfrente os ataques dos golpistas, tirando as lições da derrota histórica do PT.

 
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