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Os cinco jovens desaparecidos foram assassinados pela racista polícia de Alckmin
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo
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A Corregedoria e a Polícia Civil de São Paulo informaram nesta segunda que os corpos encontrados neste domingo numa mata em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, são dos cincos jovens desaparecidos há mais de duas semanas, no último dia 21, em Sapopemba, na Zona Leste.

Os exames de DNA confirmarão oficialmente se os corpos são dos desaparecidos, mas já existe evidências suficientes sobre este assassinato cruel da racista polícia de Geraldo Alckmin.

Os familiares dos jovens foram ao IML na manhã desta segunda-feira para dar informações que possam ajudar a identificar os corpos, que têm queimaduras e estão em estado avançado de decomposição. A avó de um dos desaparecidos, Alice Silva, esteve no instituto médico legal e, ao deixar o instituto, foi perguntada por jornalista se havia reconhecido o corpo do neto. ’’É o meu neto’’, respondeu. ’’Quero justiça’’.

De acordo com o Condepe, a ida dos familiares ao IML serviu para que eles prestassem esclarecimentos e dessem informações sobre, por exemplo, a cor da pele, a presença de tatuagens e outras característica no corpo dos desaparecidos.

Os investigadores também estão analisando a arcada dentária das vítimas. Eles recolhem, ainda, amostras da saliva dos familiares para identificação em exame de DNA.

O fato de uma das vítimas usar uma fralda geriátrica e ter sinais de uma cirurgia na coluna faz a policia acreditar que se trata do desaparecido que era cadeirante. Outra prova de que se trata do grupo desaparecido em outubro é o fato de que uma das vitimas tinha uma prótese na perna. Um dos jovens, Caíque Henrique Machado, tinha uma protese na tíbia, segundo relatos de familiares ao ouvidor das polícias do estado de São Paulo.

O ouvidor disse que existem provas de extermínio nos cincos corpos. ’’Fica claro, inclusive, que foi execução porque um deles estava com as mãos amarrada’’ afirmou o ouvidor na manhã desta segunda-feira na porta do IML, para onde os corpos foram levados. De acordo com o ouvidor, "alguns corpos possuem tiros de armas de fogo. Um deles, possivelmente do cadeirante, estava sem cabeça".

A principal suspeita é que o crime teria sido cometido por policiais. De acordo com uma mensagem enviada por uma das vítimas, Jonathan Moreira Ferreira, de 18 anos, pelo aplicativo WhatsApp, ele relatao a uma amiga antes de sumir ter sofrido ’’enquadro’’ e ’’esculacho’’ da polícia. Parentes dos desaparecidos dizem que policiais militares agiram em represália pela morte de um policial e um guarda civil.

O vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Luiz Carlos Santos, diz que vai pedir a aceleração das investigações policiais sobre o caso. “Esses sinais de execução deixam claro o que aconteceu desde o início da primeira mensagem até o fato de ter achado esses corpos”.

De acordo com Santos, os jovens desaparecidos teriam sido atraído para uma armadilha, já que o perfil das garotas com quem teriam marcado um encontro foram deletados das redes sociais na internet. O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou nesta segunda que há três linhas de investigação sobre o caso.

Este é mais um episódio que mostra o caráter reacionário da Polícia Militar e o seu ódio contra a juventude pobre e trabalhadora. Esta instituição não está a serviço de proteger a população conforme alega o pensamento dominante, mas sim de impor a dominação dos grandes empresários e banqueiros contra os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade. Trata-se de uma instituição que controlaa e regula pela violência estatal as contradições oriundas da pobreza estrutural de um país semicolonial como o Brasil. O assassinato destes jovens apenas mostra o verdadeiro papel da Polícia Militar.

Esta instituição tem a postura permanente de criminalizar os trabalhadores e a juventude, chegando ao ponto, em muito dos casos, de ter a prática permanente de realizar chacinas contra este setor da população, a imensa maioria das quais passa impune com a colaboração do judiciário e da procuradoria. Métodos que levaram ao assassinato destes jovens, mostram que a polícia reproduz ainda hoje os procedimentos obscuros que usados pela ditadura militar.

A juventude pobre deve ter o direito de ter acesso ao lazer e também o direito de poder voltar para a casa com vida. Com a crise econômica capitalista, são estes setores que mais vão sofrer com as medidas impopulares implementadas por Michel Temer e sua turma. Para os grandes empresários, banqueiros e a polícia, esta juventude tem que estar trabalhando nos postos de trabalho mais precário, sem poder aproveitar a sua vida.

Isso só mostra que temos de lutar pelo fim de todas as polícias, independente de ser militar ou civil, para garantirmos que a juventude pobre possa ter direito a vida. É preciso também que os culpados deste crime sejam punidos, e julgados por fórum popular independente, sem a interferência da polícia ou do Estado.

Como disse Diana Assunção, ex-candidata a vereadora pelo MRT e diretora do Sintusp, "É indignante saber que os corpos dos cinco jovens que iam em direção a uma festa em Ribeirão Pires foram encontrados sem vida em Mogi das Cruzes. Apesar das "dúvidas" da ouvidoria da polícia, está claro que se trata de mais uma ação de extermínio da polícia de Geraldo Alckmin, um nível de brutalidade horrendo que lembra os métodos do narcotráfico mexicano no desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, e aqui no Brasil ao caso de Amarildo no Rio de Janeiro que escandalizou o país. Toda solidariedade à família de Jones Januário, César Augusto, Jonathan Moreira, Caique Machado e Robson Donato, assassinados brutalmente pela ação da racista polícia militar. Pela punição de todos os responsáveis, que sejam julgados por júri popular e não por tribunais policiais que garantem sua impunidade!"

 
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