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ELEIÇÕES DCE USP
Que DCE é necessário para lutar contra os ataques do governo golpista de Temer?
Odete Assis
Mestranda em Literatura Brasileira na UFMG

Começou as eleições para o DCE livre da USP, qual entidade precisamos construir para responder aos anseios da juventude que luta em defesa da educação e contra os ataques de Temer?

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Nos dias 8, 9 e 10 de novembro acontecerá a votação para eleger a nova gestão do DCE Livre da USP, esse ano sete chapas concorrem as eleições. Depois de conseguirem aprovar no Conselho Universitário que os representantes discentes fossem eleitos por urna eletrônica com controle da reitoria, passando literalmente por cima dos estudantes e seus métodos de auto-organização independente, a chapa da direita que nos últimos anos concorria como USP Inova, não saiu dessa vez. As sete chapas concorrentes são: Travessia – Não há tempo a Temer (Juntos, RUA, CST, Socialismo ou Barbárie, PCB e Mais), Por todos os cantos (PT e Levante Popular da Juventude), Embarca na Luta (PSTU), Ocupa K e L (POR), Território Livre (TL), USP contra o Golpe (PCO) e Primavera nos Dentes (Faísca).

Essas eleições acontecem no momento em que mais de 1200 escolas, universidades e institutos federais estão sendo ocupados pelo país, contra os ataques do governo golpista de Temer. Aprovação na Câmara da PEC 241, que visa congelar nosso futuro por 20 anos, e uma agenda de ajustes que passa pela reforma do ensino médio, reforma trabalhista e da previdência. Tudo isso no marco de que as eleições municipais confirmaram um avanço superestrutural da direita e uma derrota acachapante do PT, mostrando na prática como a política de conciliação de classes só leva ao fortalecimento dos setores mais direitistas. Enquanto uma profunda crise política, econômica e social avança no Brasil e em diversos países do mundo, a juventude vem se levantando e mostrando sua coragem para lutar contra os ataques de um sistema que só serve aos interesses da classe dominante.

Um DCE capaz de organizar os estudantes contra o governo golpista e seus ataques

Acreditamos que diante desse momento político é fundamental expressar toda solidariedade às milhares de ocupações que tomam conta do país, buscando coordenar e unificá-las numa forte luta contra os ataques do governo golpista de Temer, contra a PEC 241, a reforma do ensino médio, da previdência e trabalhista, contra os cortes na saúde e educação. Organizamos nossa luta para que o conhecimento produzido na universidade esteja a serviço daqueles que a sustentam, os trabalhadores. Somente uma universidade a serviço da classe trabalhadora vai poder atender as demandas das mulheres, das LGBT, dos negros e de todos os setores oprimidos e explorados por esse sistema.

Enquanto a reitoria tenta lançar seu projeto de USP para o Futuro privatizado, nós lutamos contra o desmonte e o avanço da terceirização, pela efetivação imediata das trabalhadoras terceirizadas. Defendemos a implementação imediata das cotas raciais e indígenas, rumo ao fim do vestibular e a estatização de todas as universidades privadas, para que a educação possa ser efetivamente um direito garantido a todos. Enquanto a universidade for gerida por um conselho de burocratas que defendem apenas seus próprios interesses o conhecimento que produzimos aqui dentro será destinado para os interesses das grandes empresas ao invés de atender as demandas da população. Por isso defendemos o fim do reitorado e a dissolução do Conselho Universitário, para que os estudantes, professores e funcionários possam ser os responsáveis pela administração da USP, uma gestão onde nós estudantes sejamos a maioria, assim como somos maioria entre a comunidade universitária.

Precisamos de um DCE que organize os estudantes para os grandes desafios que estão por vir. Não podemos repetir a experiência das grandes entidades estudantis, como a UNE e a Ubes, dirigidas pelas burocracias petistas que durante os anos de governo desse partido constituíram um verdadeiro freio para a organização e mobilização independente dos estudantes. Deixando passar diversos ataques, sendo incapaz de travar uma luta séria contra o golpe institucional e agora diante de tantos ataques do governo golpista de Temer insistem em fazer uma oposição midiática, sem incendiar a juventude e sem fomentar os métodos de auto-organização e coordenação das lutas pelo país. Tudo porque seu maior interesse não é resistir verdadeiramente aos ataques, mas tentar recompor o PT pela via da juventude, após esse partido e seu projeto de conciliação de classe ser esmagado pelos resultados das eleições municipais. É essa visão política que está por trás da chapa, Por todos os cantos. Não podemos permitir que uma entidade como tradição histórica de luta e resistência sirva como ponto de apoio para essa recomposição do PT e sua estratégia falida, que já provou na prática como abre espaço para o fortalecimento da direita de Alckmin, Dória e Temer.

Em meio ao convulsivo ano que passamos é preciso reconhecer que nossa entidade não foi um fator para promover a auto-organização dos estudantes, nem na luta contra o golpe, muito menos na luta contra os ajustes. Nossa greve que começou muito forte e alcançou diversos cursos foi derrota em primeiro lugar pela intransigência da reitoria e do governo de Alckmin, mas também pelo fato de que a atual gestão da entidade foi incapaz de promover a articulação e a organização desde a base dos diversos cursos que saíram em luta. Há anos que setores como Juntos e Rua, que hoje compõe a chapa Travessia, estão na gestão do DCE livre da USP e apesar do discurso de voto útil na chapa da esquerda para que a direita não vença, o que vimos ao longo dos últimos anos foi uma entidade passiva diante dos grandes acontecimentos do país. Não basta ter um discurso de esquerda, mas para dar uma resposta de fundo aos anseios de cada estudante é necessária uma entidade com um programa que realmente possa se enfrentar com essa estrutura antidemocrática e promova a auto-organização dos estudantes em aliança com os trabalhadores de dentro e fora da USP. Só assim conseguiremos derrotar os ataques de Temer, Alckimin, Dória e da reitoria e colocaremos o conhecimento produzido aqui a serviço da classe trabalhadora.

Expressamos nosso total apoio e a solidariedade aos jovens que ocupam seus escolas e universidades no Paraná e em diversos estados do país pois acreditamos que a força e a coragem expressa por essa juventude se articulada e coordenada em nível nacional por meio dos mais democráticos organismos de base, em aliança com os trabalhadores, podem ser a faísca para incendiarmos a USP em defesa das nossas demandas e o conjunto do país. É com a perspectiva de construir entidades vivas, combativas e proporcionais, capazes de responder aos grandes desafios colocados para nossa geração que nós da Faísca – Juventude Anticapitalista e Revolucionária participaremos dessas eleições construindo a chapa Primavera nos Dentes

Conheça nossas ideias, venha ser parte dessa luta você também!

 
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