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REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS
Indústrias que produzem para Petrobras atrasam salários e demitem na região de Campinas
Leo Andrade
Campinas
Natalia Mantovan

A crise política e os escândalos de corrupção que envolvem a Petrobras estão afetando indústrias que produzem para a estatal. Na região de Campinas algumas empresas que produzem essencialmente para a petroleira estão atrasando salários e demitindo. E os trabalhadores estão respondendo com greve.

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Há mais de 90 dias sem receber e com atraso também nos depósitos do FGTS, os trabalhadores das empresas Audax, Ciadox e Presti-usi de Indaiatuba, região de Campinas, estão paralisados desde fevereiro. Na última terça-feira ocorreu reunião de conciliação no Ministério Público do Trabalho. Entramos em contato com o sindicato, mas não obtivemos resposta sobre a reunião, pois estavam aguardando assembleia com os trabalhadores no final desta quarta-feira para se posicionarem.

A proposta das empresas é escandalosa: demitir todos os trabalhadores e pagar as verbas rescisórias em 24 meses. Querem descarregar duplamente a crise nas costas dos trabalhadores e suas famílias, a crise da Petrobras e suas próprias crises. Ou seja, a Petrobras não paga as empresas, que não paga os trabalhadores.

Os trabalhadores rejeitaram a proposta e estão acampados na frente das empresas para impedir que a patronal retire o maquinário e feche as portas de vez. O sindicato está fazendo campanha de arrecadação de alimentos na cidade, como informam em seu site.

Em Monte Mor, também na região de Campinas, a crise da Petrobras também se faz sentir. Na empresa Asvotec, que tem 80% de sua produção destinada à Petrobras, a patronal demitiu 20 trabalhadores na última semana, cerca de 7% do total dos 280 funcionários.

Os trabalhadores paralisaram a produção por 24h na quinta-feira, 14. Em reunião com o sindicato neste mesmo dia, a empresa disse que pretendia ainda demitir mais trabalhadores e no dia seguinte os trabalhadores decidiram em assembleia paralisar por tempo indeterminado. O conflito segue na empresa sem avanço nas negociações.

Os trabalhadores corretamente não podem aceitar que a crise da Petrobras e da indústria no país sejam descarregadas em suas costas. Produziram durante anos a riqueza dos patrões e agora não podem pagar com o emprego pela diminuição de seus lucros. É preciso exigir a abertura de contas de cada uma dessas empresas, que mostrem para todos os trabalhadores quanto lucraram nos últimos anos. É preciso avançar no país para um programa de estatização sob controle dos trabalhadores de cada empresa que demita ou ameace a fechar as portas, para que os trabalhadores não paguem pela crise.

A luta desses trabalhadores deve se ligar à luta contra os ataques do governo Dilma e do PT e também da oposição de direita que vem implementando medidas de ajustes que retiram direitos, como as MPs 664 e 665, e a ampliação da terceirização com o PL 4330. É preciso construir com força o dia 29 de maio em Campinas, dia nacional de paralisação, parando a produção e construindo a partir das empresas uma grande manifestação unificada contra os ataques, o governo Dilma e a oposição de direita.

 
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