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CRISE POLÍTICA
Renan, Carmen Lucia, Temer, Gilmar Mendes: aumenta a tensão entre os setores golpistas
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Renan e a ministra Carmen Lucia do STF seguem trocando "farpas". O que esta disputa entre alas golpistas mostra da crise política, o que está em jogo?

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Guilherme de Almeida Soares

Conforme escrevemos neste texto, o Ministro Gilmar Mendes deu uma entrevista na Folha de São Paulo criticando os privilégios do Judiciário e citando que a Lava Jato tem como objetivo manter estas benesses. Mendes também afirma que os juízes e procuradores que atacam a proposta de lei que pune abuso de autoridade ’’imaginam que devam ter licença para cometer abuso’’.

Também relatamos neste texto aqui, depois que a Polícia Federal invadiu o Senado Federal para prender quatros policiais do Senado acusados de dificultar a operação Lava Jato, Renan Calheiros disse que a policia federal utilizava métodos fascistas por ordem de "um juizeco" de primeira instância. Por sua vez, a ministra do STF Carmem Lúcia rebateu as críticas do presidente do Senado, dizendo que tratava-se de uma ofensa a todos os juízes.

Para sanar este problema entre as forças golpistas, tanto Renan quanto o presidente Temer fizeram uma proposta de reunião para discutir a crise provocada pela ação da Polícia Federal sobre a Policia Legislativa. Os chefes dos poderes executivos e legislativo estão aguardando a resposta da presidente do Supremo, porém é muito provável que ela decline do convite pelo argumento de que sua agenda está muito cheia amanhã, conforme ela já vazou à imprensa tentando criar uma desculpa "educada" enquanto segue a disputa de cabo de guerra com o executivo e legislativo.

Mesmo que Renan Calheiros tenha buscado um diálogo com Carmem Lúcia, líderes de partidos da base aliada golpista e da oposição na Câmara dos Deputados divulgaram nesta terça-feira, 25, uma nota em apoio à decisão do Presidente do Senado de fazer uma reclamação ao STF contra a Operação Métis. Esta nota foi elaborada pelo líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes, que colheu assinaturas das demais lideranças. De acordo com ele, o documento é apoiado pelos os lideres do governo, André Moura (PSC-SE), e da minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Aprofunda uma divisão entre as alas golpistas. Uma destas alas do golpistas gira em torno de Renan Calheiros e Gilmar Mendes que visa buscar uma consenso para ter uma estabilidade no país para aplicar as medidas impopulares que os empresários e banqueiros exigem, outra ala golpista gira em torno do setor pró Lava Jato do Judiciário que quer dar o ’’golpe dentro golpe’’ caso o presidente Michel Temer não consiga levar tais medidas de ajuste até o final.

O senador Renan Calheiros e o ministro Gilmar Mendes querem colocar um freio na Lava Jato para poder conservar o governo Temer de futuras instabilidades políticas. Para estes senhores, a operação Lava Jato era interessante quando avançou contra os políticos do PT. Agora com a delação premiada de Marcelo Odebrecht e mais 50 executivos, novamente o Governo Temer se vê sob a mira de Sérgio Moro e a sua Turma.

Do outro lado, temos a ala golpista pró Lava Jato que quer avançar contra o governo de Temer, caso este não consiga impor os ataques que prometeu. Ao contrário do que diz a direita e até mesmo setores da esquerda como Luciana Genro, a Operação Lava Jato não representa nada de progressista na nossa sociedade, pois é uma ação orquestrada pelo imperialismo para conseguir impor os ataques contra a classe trabalhadora e os setores populares da sociedade no Brasil, ao passo que ergue o mais obscuro e incontrolável dos poderes, aquele que nunca é submetido sequer ao voto popular, o judiciário como árbitro da política nacional.

Apesar de Michel Temer ter obtido êxito nas duas votações da PEC 241 na Câmara dos Deputados, o atual governo golpista sabe que qualquer deslize que cometer em torno dos ataques que prometeu pode significar a sua queda.

As delações premiadas de Marcelo Odebrecht e a possível delação de Eduardo Cunha, abrem espaço para que a Lava Jato se espelhe na operação Mãos Limpas que ocorreu na Itália, ou, ao menos, ameace fazê-lo e assim ameace mais setores do establishment político a seguirem fortalecendo o judiciário e seu arbítrio.

Nesta briga entre as duas alas do golpismo, ambas se colocam como objetivo atacar os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade. A CUT e a CTB ao alimentarem a passividade nos bastiões operários, abrem espaço para que estas lutas palacianas aconteçam. É no marco da trégua dos sindicatos que o país parece rodar em torno das liminares e pareceres do STF. É preciso imediatamente um plano efetivo de luta contra os golpistas para barrar estes ataques e colocar a classe operária como sujeito política capaz de responder os problemas do país.

 
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