Pedro Severien: é impossível dissociar a estética de um posicionamento no mundo

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Ilustração: Flávia Toledo

 

ENTREVISTA COM PEDRO SEVERIEN

Número 1, maio de 2017

 

Pedro Severien é cineasta e integrante do coletivo audiovisual do Movimento Ocupe Estelita. Nesta entrevista, o diretor comenta um pouco do cinema de Pernambuco, que tem chamado a atenção da crítica como uma das mais importantes expressões do cinema nacional, e comenta: “Digo que não há um cinema pernambucano, mas vários cinemas feitos em Pernambuco”. Além disso, o diretor de trabalhos como Loja de Répteis e Canção para minha irmã lançou recentemente Todas as cores da noite, seu primeiro longa-metragem: “Acho que de alguma maneira o Todas as Cores da Noite põe na tela uma investigação estética que empreendo há muitos anos”.

Na entrevista, o pernambucano expressa sua visão sobre o cinema também como instrumento de intervenção política, e se recusa a fechar os olhos frente à situação do país. “O golpe escancarou uma situação que não é pontual ou passageira. Revelou que o sistema político-partidário e eleitoral funciona de forma descolada da sociedade.”, segundo o cineasta, que enxerga “uma doutrina formulada para ações de guerra, que usa uma sequência de ações violentas espetaculares justamente para imobilizar as pessoas diante do gigantismo do ataque”.

Acompanhe na íntegra abaixo entrevista com Pedro, que diz: “não vivemos uma crise do capitalismo, mas um capitalismo de crise”. Realizada em abril de 2017 por Flávia Toledo.

IdE – Como você tem visto a evolução do cinema nacional e qual a contribuição do cinema pernambucano?

PS – O cinema brasileiro tem uma história linda e muito dura também porque de certa forma funciona em ciclos. No início dos anos 90, recebeu um duro golpe que levou a nossa produção a quase zero. A nossa força criativa, nossa inventividade e intervenção política enquanto artistas mobilizados, fizeram essa produção ressurgir desde então. A retomada do cinema brasileiro é um projeto efetivo de soberania, com erros e acertos, mas com uma consistência na sua dinâmica. Hoje, produzimos muito e com bastante diversidade, e isso aconteceu com a construção também de políticas públicas associadas a esse desejo genuíno de fazer cinema com liberdade, com risco.

Eu acho que o cinema feito em Pernambuco arrisca, e isso é essencial. Não há vida criativa sem risco. Esse risco me instiga, me move, e me conecta com esses tantos cinemas feitos aqui e pelo Brasil

Mas ainda há muito mais a ser feito no sentido de incluir outros sujeitos políticos que encontram-se excluídos dessa produtividade. A experiência das políticas públicas dos últimos vinte anos é muito interessante pois criou um sistema que é alimentado pela própria atividade produtiva, com impostos sobre o próprio mercado do audiovisual. E nessa perspectiva acho que devemos pensar no audiovisual de maneira mais ampla, não só enquanto cinema, mas como uma linguagem que manipulamos diariamente nas mídias móveis, nas redes sociais. O audiovisual é uma forma de escrita e de leitura tão importante quanto a palavra. Então, estimular o compartilhamento dessas escritas, que são nossas, funciona como instrumento de um pensar coletivo, político e criativo. De certa forma, estamos só começando. O cinema é uma arte jovem que às vezes é meio arrogante, mas tem também essa sede da juventude.

IdE – Como foi recebida pela crítica a estreia do seu filme Todas as Cores da Noite e qual seu significado pra sua carreira e pra cena cinematográfica de Recife?

PS – Foi meio surpreendente pra mim. O filme gerou textos bastante positivos. Digo isso não porque eu não ache que o filme não mereça! Eu adoro o resultado. Mas é que eu fiz um processo de experimentação de linguagem bem intenso, e achava que isso irritaria um pouco a crítica. Então, foi muito bom receber leituras críticas que trouxeram um cuidado, uma elaboração sobre aspectos conceituais, sociais e de linguagem. Nas sessões em que participei para debater com o público, surgiram trocas muito intensas. O filme rodou bastante pelo país e curiosamente pelos Estados Unidos. Numa viagem que fiz ao festival Slamdance, um evento muito massa que acontece em paralelo ao Sundance, pude conhecer muitos realizadores independentes que estão também num processo de investigação e experimentação. O filme gerou um ótimo debate por lá. Vejo o filme como uma peça viva, onde intencionalmente eu havia deixado certas lacunas para provocar o espectador no preenchimento desses espaços narrativos. Utilizei instrumentos diversos para esse convite a uma relação imaginativa com o filme, seja pelo uso dos monólogos, ou de um som fantasmático, ou mesmo pela montagem que não determina exatamente o que é real ou etéreo. Propus um jogo, e tem sido muito divertido embarcar nessa experimentação com a plateia, com a crítica especializada e com outros realizadores também. No lançamento do filme nas salas de cinema, criei inclusive uma performance ao vivo que realizamos no cinema São Luiz, aqui no Recife. Foi uma espécie de investigação material, incluindo essa dimensão presencial, com uso do espaço cênico da sala. Gerou um estranhamento bem produtivo. Gosto dessa possibilidade de ativar o público.
Eu realizei muitos curtas-metragens, com propostas bem diversas. O primeiro longa tem toda uma carga simbólica e de vivência. Acho que de alguma maneira o Todas as Cores da Noite põe na tela uma investigação estética que empreendo há muitos anos. É um projeto que foi gestado durante bastante tempo também, então eu pude refletir bastante sobre a sua forma, a sua expressão. E isso me alimenta, me dá um novo impulso, para levar essa vivência para outros projetos. E o cenário produtivo aqui em Pernambuco é bastante intenso na cultura como um todo, e especialmente no cinema. Digo que não há um cinema pernambucano, mas vários cinemas feitos em Pernambuco. É nesse sentido que enxergo o filme, como uma peça singular, que tem força própria, desejos específicos, mas que dialoga com essa diversidade criativa.

IdE – Nesse início de ano temos visto uma resistência importante de várias categorias, inclusive trabalhadores da cultura. Como você vê essa resistência e a participação dos artistas nesse processo?

PS – A resposta a esse momento está sendo singular, os movimentos sociais estão criativamente produzindo outras maneiras de intervenção a partir de uma reflexão profunda sobre a nossa história de resistência. A narrativa golpista quer impor uma normalidade. A estratégia do bloqueio da produção, dos fluxos urbanos, rompe essa falsa normalidade. As grandes passeatas têm também um impacto e são extremamente necessárias para nos reconhecermos na resistência. Mas estamos vendo como esses grandes atos são potencializados quando articulados com outras ações de ocupação e mobilização. Ocupações de espaços públicos com maior duração possibilitam uma produtividade de encontros, uma visibilidade complexa. É necessário encarar a complexidade, exercitar esse pensamento complexo, pois os tempos exigem ações complexas.

Estar na proximidade do outro é permitir que nos enxerguemos na luta, na ação. Quando a gente se aproxima do outro, se aproxima de um outro lugar, e aí não é apenas que transitamos por outros espaços, mas esses espaços nos atravessam também. Essa troca é o que vejo acontecer na resistência atual, esse contágio que nos potencializa, que gera, que soma. E com isso conseguimos expandir, intervindo em diversos espaços.

 

Eu cito os movimentos feministas. A sua construção narrativa, de formação, no campo da cultura, da produção de pensamento e nas ações coletivas têm gerado resultados transversais nos diversos planos, tanto materiais quanto simbólicos. Esse tipo de ação complexa vem alterando discursos e posturas, e ampliando sua capilaridade.

Muitos artistas estão percebendo que a questão não é apenas ser artista, mas produzir arte com as pessoas, com as diferenças, nessa resistência. Não é só criar obras e lançá-las como um produto, mas exercitar essa permeabilidade com os movimentos e diversos grupos sociais, entendendo que a disputa não é só simbólica, mas também presencial, comportamental.

Hoje, vejo que a arte e a produção cultural não devem restringir nossa produção criativa ao campo simbólico. Essa é uma instância. Mas tem também o corpo a corpo, o embate inventivo, como em todos os segmentos sociais. Estrategicamente, claro, é importante usar a visibilidade de artistas e pessoas com uma projeção pública, mas isso não pode vir sem uma prática comunitária. Sem exercitar essa proximidade, esse fazer com, criam-se discursos vazios. Estamos aprendendo, ou reaprendendo, com essa situação de adversidades que vivemos. E o fazer cultural, que é bem mais amplo que o fazer artístico, é sem dúvida um instrumento de emancipação porque aguça o nosso olhar para o mundo, mexe com o sensível, tem a potência de descolonizar nossas práticas e também reinventá-las.

A cultura é uma força emancipadora. Não é a toa que os ataques do golpismo tenham se dirigido imediatamente à educação e à cultura. No caso da educação, o desmonte está sendo maquiado com uma narrativa específica para isso, pois todo mundo é, em tese, a favor da educação. Para sustentarem um projeto como o Escola Sem Partido, por exemplo, que nada mais é do que fascismo e obscurantismo, os golpistas precisam produzir uma falsa narrativa. Ou seja, criam falsos problemas para justificar aberrações. Na cultura, é a mesma coisa só que com outra linha narrativa.

Falam que os artistas ‘mamam na teta do Estado’ para, então, tentar acabar com as políticas públicas para a área. Mas a questão real é que desarticular a cultura serve ao projeto de alienação necessário ao golpismo.

O desgoverno, no entanto, não conseguiu prever a resistência articulada nacionalmente com as ocupações dos prédios do Ministério da Cultura e das escolas e universidades. Levaram um susto e tiveram que voltar atrás em vários aspectos. Agora, o nosso desafio é mobilizar essa força para uma ação que garanta as políticas públicas para a cultura, mas que ao mesmo tempo reduza o poder do capital nos governos que sucederem esse desgoverno. O sistema representativo tem produzido uma distância entre a população e o Estado, que o golpe só aumenta. Governo nenhum produz cultura. Só a sociedade e os seus segmentos descentralizados produzem cultura. E é essa a nossa força.

Alguns mecanismos no campo da cultura, como o mecenato, que é a isenção fiscal para investimento em projetos culturais, favorece o grande capital. É o caso da lei Rouanet. É basicamente o governo dando às grandes empresas a decisão sobre onde investir dinheiro público.

 

Hoje existe uma distância imensa entre a sociedade e o poder público, e enquanto houver essa distância estaremos em apuros. Então, é por isso que ocupar os espaços não é uma ação temporária, mas permanente. Digo isso em pelo menos dois sentidos. Um: ao ocuparmos um espaço público nos responsabilizamos por aquele lugar. Dois: ao ocupar os espaços públicos, nos deixamos ser atravessados por essa vivência que nos modifica para as relações futuras com outros espaços ou com o mesmo lugar. Isso aconteceu, por exemplo, nas ocupações estudantis do ano passado, tanto nas universidades quanto nas escolas. A relação entre estudantes, professores e gestores mudou. Em muitos casos, evidenciou problemas graves nas relações de poder. Houve uma intervenção no espaço, nessa dimensão mais territorial, de um espaço que não é só físico, mas afetivo e subjetivo também.

Muita gente correu pra dizer que as ocupações foram um fracasso. Pois eu acho que as ocupações produziram um ruído necessário, um saber que se manifestará em diversos outros espaços como estratégia de luta e emancipação.

IdE – Você participou do movimento Ocupe Estelita. Pra você enquanto artista, como os processos de luta e de criação artística se combinam? É um debate importante para se fazer, principalmente depois do realismo soviético e a concepção stalinista de arte que poda em grande parte a criação artística partindo de uma concepção panfletária de arte e também, de certa forma, de uma concepção conservadora de política. Como você vê essa questão?

PS – A meu ver, toda arte é política. É impossível dissociar a dimensão estética de um posicionamento no mundo. Então, todo artista, consciente ou inconscientemente, está lidando com subjetividades que impactam nas nossas relações sociais. E isso se dá num processo vivo, onde os processos criativos, sejam eles coletivos ou individuais, produzem um conhecimento sobre o real, sobre o mundo. Pra mim, essa é a potência da arte. Portanto, encapsular isso em um paradigma centralizador, seja pelo viés estatal como os casos históricos do Stalinismo ou do Nazismo, ou pelo viés do mercado, como é o caso da indústria audiovisual ou musical dos Estados Unidos, corrói a força emancipatória da arte. Quando se centraliza a decisão sobre o que será produzido em uma instituição, seja ela o governo ou o mercado, operacionaliza-se uma violência. O que é bem diferente de conceber uma ação do Estado com políticas públicas para a produção artística. No caso da cultura, o Estado deve ser um instrumento incentivador da nossa produtividade e não impositivo e limitante. E aqui entro na outra questão: toda arte expressamente política, aquela que se afirma politicamente, é panfletária? Não necessariamente. A experimentação do Ocupe Estelita com a narrativa audiovisual, as artes visuais, e a comunicação é interessante para pensarmos a construção de um circuito de afetos e sensibilidades que nos abre perspectivas. O exercício de intervenção no campo midiático, com uma produção autônoma, nos serviu de plataforma para pensarmos outros cenários possíveis, uma outra cidade possível. O Ocupe Estelita é um exemplo com o qual tenho proximidade, mas existem muitos outros exemplos pelo planeta. Então, essa arte que quer intervir no real, mas que garante a sua autonomia, é inventiva, nos ativa. De certa forma, podemos pensar essa forma de expressão sensível conectada aos movimentos sociais como detentora de uma frontalidade, uma transparência. Ao mesmo tempo, é ridículo quem afirma que um artista irá favorecer um determinado governo quando recebe incentivos públicos, ou seja, isso é um falso-problema. Em contrapartida, muitos trabalhos que se autodeclaram serem de puro entretenimento escondem em suas narrativas aspectos extremamente conservadores, num viés neoliberal, mas praguejam uma “pureza” de ser diversão ou arte pela arte.

Essa ideia de arte pela arte ou de entretenimento, de uma suposta neutralidade só serve para mascarar violências. É só observar como o gênero policial ou o cinema de ação trata a população negra. Quais os vínculos entre essa violência simbólica e seus resultados práticos com o massacre da juventude negra no país?

Deixo a pergunta para a reflexão de cada um. Um artista pode não desejar se vincular a partidos ou correntes ideológicas, mas a sua expressão opera numa estrutura de sentimentos que se territorializam. Ou seja, tem uma dimensão política. Então, pra mim, o que é essencial defender é a diversidade, uma diversidade dos sujeitos que criam essas expressões. E é aí onde o Estado e a sociedade devem entrar para mediar, pois o discurso de “livre mercado” na arte funciona para favorecer a narrativa hegemônica e apagar essas diferenças.

IdE – Num momento como esse de extrema disputa, qual é o papel do artista e da arte? A arte ganha com a efervescência política? E a luta de classes, se beneficia com as novas formas artísticas?

PS – Eu gosto de pensar não no artista, mas na pessoa, no cidadão. Muitas vezes, se exacerba uma dimensão meio fabulosa da arte, sendo o artista um ser iluminado ou especial. Isso é uma ficção, muitas vezes alimentada por um sistema da arte ou pelo próprio mercado. Também acho que nem o artista, nem qualquer pessoa, tem um papel social pré-estabelecido, mas uma potência social e uma responsabilidade. A potência está em nossos corpos, nosso pensamento, nossas intervenções nos circuitos e nos espaços. A responsabilidade traz essa dimensão do contato, do cuidado, da permeabilidade com as outras vidas que coabitam seja a sua comunidade mais próxima ou essa comunidade global. Nesse sentido, acho que sempre há e haverá efervescência política, pois as relações de poder estão em permanente tensionamento. O que cada um de nós faz é parte dessa tensão, e aprimorar nosso olhar, nossa sensibilidade, pode se dar dentro ou fora do espectro da arte. Gosto de pensar a própria vida como uma escrita criativa, na qual há essa possibilidade de performar, uma performatividade inventiva. Isso estará presente em grupos e pessoas que sofrem violência, são excluídos, marginalizados, tanto quanto com aqueles que têm os seus direitos garantidos. A questão então é como manter essa comunicação entre esses diferentes, de forma que possamos articular nossas performatividades para um objetivo comum em um processo de emancipação social, cultural, afetiva. A luta de classes está em permanente mudança, pois o movimento interno às classes e entre as classes gera uma complexidade que transborda esses segmentos. Temos muito a aprender com esses transbordamentos, são produto de uma experimentação com o real, com a vida, com as opressões micro e macropolíticas. Sendo assim, olho para as artes como multiplicidades expansivas dessa experimentação social. E isso é bom. Eu me encontro em permanente descoberta perante o outro e comigo mesmo.

Se há uma intensificação das expressões criativas com o aumento da violência imposta por um golpe, não saberia dizer. Mas posso afirmar que os governos passam, a arte permanece.

Eu tenho um interesse grande pela forma como um certo imaginário de violência opera sobre os nossos afetos. Em alguns filmes eu busquei investigar isso num microcosmo social da classe média, seja pelo viés desse isolamento auto imposto, seja pela dificuldade de relacionar-se com o outro de maneira autônoma. Mas a questão é que escolhi olhar para isso por esse prisma imaginativo. É como se certas pistas ou indicativos da realidade social fossem processadas em narrativas que podem trazer o fantástico, o horror, o drama, para retornar ao real. Algo como uma corrente marítima que se revolve em si, mas que recebe outras águas que se diluem e se mantém em permanente movimento. O meu filme mais recente, que está sendo lançado agora, o longa-metragem Todas as Cores da Noite, por exemplo, fala de jovem mulher que vive uma espécie de hedonismo obsessivo e numa manhã ressacada encontra um corpo na sala. Ela não sabe quem é aquele homem morto, imóvel, na sala de estar de sua cobertura à beira-mar. A trama não irá explicar como aquele corpo chegou ali, mas quais os caminhos sensíveis que a sua presença ativa. E aí um monte de coisa vem à tona, desafetos, monstros adormecidos, fantasmas que assombram essa personagem. À minha maneira, estou em fricção com o real, mas não tentando explicar padrões ou comportamentos recorrentes. Quero poder olhar para o real de forma a reinventá-lo, a produzir mundos na tela. Essa seria uma vertente mais dramatúrgica do meu trabalho, mas também tenho me interessado bastante sobre aspectos mais diretamente políticos do Brasil contemporâneo. Por isso, me engajei na realização coletiva de uma série de filmes no Ocupe Estelita, que investigam as questões urbanas e do direito à cidade, e agora estou trabalhando num filme sobre as ocupações estudantis. Esse novo projeto ainda não tem título, mas é uma experimentação de um falar com esses movimentos estudantis, com essas diversas juventudes que se mobilizam e pensam maneiras de transformar a educação e as suas comunidades. Acho que será uma espécie de filme-ensaio sobre essas potências criadoras da juventude em suas inquietudes. Eu aprendo bastante com cada trabalho, os filmes me ensinam coisas muito particulares sobre minha relação com o mundo, e assim me transformam. Por isso, permaneço em movimento com interesses históricos e outros que se revelam a cada nova ação.

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