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ECONOMIA ESTAGNADA E "AJUSTES" | Economia brasileira cresceu apenas 0,1%

Rio de Janeiro, 27 mar (EFE) - O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu no ano passado apenas 0,1% em relação a 2013, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

sábado 28 de março de 2015 | 00:01

O ínfimo crescimento de 2014 confirmou a estagnação de uma economia que tinha crescido 2,7% em 2013 - segundo os dados revisados que foram divulgados hoje - e após ter crescido 1% em 2012.

De acordo com o IBGE, a soma de toda a produção brasileira no ano passado em valores correntes chegou a R$ 5,52 trilhões e o PIB per capita foi de R$ 27.229, queda de 0,7% frente a 2013.

A estagnação da economia em 2014 foi provocada principalmente pelo resultado ruim da indústria, cuja produção encolheu 1,2% no ano passado, enquanto a agropecuária cresceu 0,4% e o setor de serviços 0,7%.

Para o fraco desempenho da indústria contribuiu especialmente a queda de 3,8% na produção das fábricas, principalmente do setor automotivo, e a contração de 2,6% no setor de construção civil e energia e água. Esse mau desempenho da indústria causado pela chegada da crise internacional e pela própria falência administrativa dos empresários gerou milhares de demissões em todo o país. Nesses processos também houve lutas vitoriosas contra as demissões como na Volkswagen de São Bernardo e na General Motors de São José dos Campos em São Paulo.

O encolhimento foi balanceado pelo crescimento de 8,7% no setor de extração mineral, graças principalmente à maior produção de petróleo, gás natural e ferro, todas fontes de energia e matéria prima não sustentáveis.

O leve crescimento da economia foi impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que se expandiu 0,4% devido a uma maior produção de alimentos como soja (5,8%) e mandioca (8,8%), produzidas em sua maior parte em latifúndios que muitas vezes ocupam terras indígenas e/ou quilombolas.

Segundo o organismo oficial, o fraco rendimento da economia brasileira no ano passado também foi provocado pela queda de 4,4% do investimento produtivo, causada principalmente pela redução da produção interna e da importação de bens de capital.

O consumo das famílias, que durante muitos anos foi o principal motor da economia brasileira, cresceu apenas 0,9% em 2014, após ter se expandido 2,9% em 2013, estes dados mostram o fim a era do crédito no governo Lula, que endividava as famílias para manter a economia aquecida.

As baixas taxas de crescimento da economia nos quatro anos do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (3,9% em 2011, 1% em 2012, 2,7% em 2013 e 0,1% em 2014) demonstram o começo da recessão econômica.

O segundo mandato de Dilma começará com resultados piores, já que os economistas preveem para 2015 uma contração de 0,83% e o Banco Central projeta uma queda de 0,5%.

Esses dados de recessão econômica são nos discursos do governo Dilma, mas também de todos os demais partidos da ordem, os fundamentos para os cortes sociais e ajustes fiscais, sobre os quais todos os setores da burguesia e suas representações no parlamento estão favoráveis e determinados a cumprir, fazendo com que não os capitalistas, mas os trabalhadores, os jovens, mulheres e todos os oprimidos paguem pela crise tendo seus direitos trabalhistas e sociais cortados.

Além da estagnação econômica, as contas públicas registraram um déficit histórico em 2014; a taxa básica de juros chegou ao seu maior nível em seis anos (12,75%); a inflação anualizada subiu até o maior nível da última década (7,7%); e o real se depreciou mais de 20% desde o início de 2015 e na semana passada chegou a cair a seu menor valor em doze anos. EFE




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