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Zema após 90 mil mortes por covid-19: "O Brasil não fez um trabalho tão ruim’’

terça-feira 4 de agosto de 2020 | Edição do dia

O Brasil já registra 94.702 mortes por COVID-19, segundo levantamento de dados das secretarias estaduais de Saúde divulgados ontem (03/08). Ainda assim, o empresário Romeu Zema, governador de Minas Gerais (NOVO), declara que o governo Bolsonaro “não fez um trabalho tão ruim” administrando a pandemia gerada pelo coronavírus.

A política de Zema é baseada em capitalizar em cima de qualquer ilusão de normalidade para pressionar a reabertura econômica, demonstrando que sua prioridade não é e nunca foi a saúde da população. O empresário se gaba da menor taxa de mortalidade de Minas Gerais em relação aos outros estados, porém esquece de mencionar que a testagem por Covid-19 opera em apenas 6% da capacidade, escondendo os reais números de casos e mortes no estado. Sem investimento em testes massivos e falta de leitos, é a classe trabalhadora que mais sofre com a negligência do governo federal e estadual.

Veja também: Estudo aponta: governo Zema é um dos que mais esconde casos e mortes por COVID-19 no país

A política negacionista de Bolsonaro e a cumplicidade dos governadores é responsável pelas mais de 94 mil mortes. O “trabalho não tão ruim” para Zema é a destinação 1,2 trilhão aos bancos, enquanto o SUS é sucateado, enquanto há a falta de respiradores nos hospitais e de hospitais que atendam a demanda da população. “Não tão ruim” se referir ao conoravírus como só uma “gripezinha”, negando testes massivos e alimentando a subnotificação de casos por Covid. Isso sem falar na falta de condições salubres para os trabalhadores essenciais, pois há setores inteiros que nunca entraram em quarentena. Não houve testes massivos, distribuição de EPIs, nem nenhuma ação voltada à população mais precarizada do Brasil, ainda são 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável em plena pandemia.

O que houve como fruto dessa política foi o aumento do desemprego em 26%, mesmo com mais de 17 milhões de brasileiros saindo dessa estatística por desistirem de procurar emprego. Houve a precarização da educação com a implementação autoritária do Ensino a Distância, mas sem procurar contornar as dificuldades materiais como a falta de acesso à internet que é a realidade para 1 em cada 4 brasileiros, segundo o IBGE. Houve, também, a precarização do trabalho com o aumento da demanda de serviços delivery, porém sem qualquer tipo de política que garanta os direitos trabalhistas mínimos a esses entregadores, como denunciado nos dois Breques dos Apps.

A crise sanitária escancara e intensifica a realidade de extrema desigualdade social no Brasil no Mundo. Quem pode fazer quarentena e quem está sendo pressionado a se expor ao vírus para trabalhar e gerar lucro para os empresários? É o povo pobre e preto que compõe a maior parte das vítimas não só das balas da polícia racista, mas agora também do coronavírus. Figuras como Zema e Bolsonaro só estão interessados na exploração desses corpos já marginalizados e não à toa que a política destes esteja sempre voltada para beneficiar o lucro de poucos em cima do trabalho de outros muitos. Logo, uma saída dessa crise que beneficie a classe trabalhadora só existe quando construída pelos próprios trabalhadores, sem nenhuma confiança a Bolsonaro e seus governadores, STF, Congresso ou militares.




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