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CRISE NO RIO DE JANEIRO | Witzel e Crivella não garantem medicamentos e são responsáveis por mortes de pacientes com Covid-19

Na última semana, novos relatos mostram que os trabalhadores da saúde estão desarmados diante da “suposta” guerra contra o Coronavírus anunciada pelos governos. A falta de medicamentos levou à morte seis pacientes da UTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência para o tratamento da doença no Rio. O chefe do gabinete de crise da prefeitura de Crivella, Alexandre Campos, negou a situação dizendo que não faltaram medicamentos, enquanto as famílias das vítimas e os demais pacientes temem ainda mais por suas vidas em meio à pandemia.

terça-feira 5 de maio de 2020 | Edição do dia

No último domingo, 03, seis pacientes com Covid-19 morreram na UTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que é referência no tratamento da doença no Rio de Janeiro. Em reportagem ao Jornal Nacional, enfermeiros e outros profissionais de saúde denunciaram que as mortes decorreram da falta de medicamentos usados para auxiliar na sedação no Centro de Terapia Intensiva. Os trabalhadores ainda disseram que enfrentaram essa situação ao longo da última semana, pois tiveram que repassar medicamentos ao hospital de campanha da prefeitura no Riocentro.

O profundo descaso da prefeitura de Crivella e do governo de Witzel são catalisadores das mortes que ocorrem com a pandemia. A ausência de medicamentos e outros insumos, incluindo os equipamentos de proteção aos trabalhadores que estão na linha de frente, aumentam as ameaças de mortes. O diretor do hospital Gazolla apontou a iminência de novas perdas e recomendou a transferência de pacientes. Um absurdo se pensarmos na potência da indústria farmacêutica, que deveria estar voltada agora para atender essa demanda.

O estado do Rio, com destaque para a capital, é um dos que possui mais vítimas entre profissionais da saúde, em razão das condições inadequadas em meio à explosão de casos. Há alguns dias, o mesmo hospital de referência denunciou que muitos leitos estavam desativados pela falta de profissionais disponíveis. Essa realidade, que percorre o Brasil num retrato cruel de um SUS devastado pela privatização, também representa os ataques aos servidores públicos e as péssimas condições de trabalho que dizimam a categoria na área de saúde.

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A negligência da prefeitura de Crivella, representada pelo chefe do gabinete de crise, Alexandre Campos, se expressa na negação da situação, quando diz que não faltam medicamentos. Mas a população teme com razão, porque viu esse descaso em outras situações escandalosas, como a falta de água nas favelas, que deixou milhares de pessoas sem poder sequer realizar os cuidados básicos de higiene contra a doença, como lavar as mãos.

O governo também tem seu papel acelerador da crise. Apesar de posar como “sensato”, se contrapondo junto à Dória ao negacionismo reacionário do presidente Bolsonaro, Witzel é responsável pelo aumento das mortes no Rio, onde profissionais de saúde combatem o vírus sem armas elementares. Apesar dos pagamentos superfaturados, as promessas de compra de respiradores nunca são atendidas e, nos poucos leitos disponíveis, as pessoas morrem porque não há o auxílio da medicação adequada.

Mas a batalha que trabalhadores da saúde e população enfrentam não é somente contra a devastação feita pela pandemia. Trata-se de uma guerra contra os capitalistas e seus fiéis representantes, como Witzel e Crivella. É urgente que as reivindicações dos profissionais da saúde sejam atendidas, que todos os hospitais recebam os medicamentos necessários, assim como os equipamentos de proteção e respiradores necessários para aumentar a capacidade de atendimento. Também é urgente que hajam testes suficientes para atender toda a demanda, e que os trabalhadores que estão nos grupos de risco sejam imediatamente afastados, sem qualquer perda salarial e de direitos.

O serviço público está em colapso. Por isso é urgente que as redes privadas de saúde, incluindo laboratórios clínicos, sejam estatizadas e passem a ser parte da do SUS, sob o controle dos trabalhadores da saúde e sem nenhuma indenização. E, para suprir a falta de profissionais, o estado deve realizar contratações urgentes, inclusive de estudantes do último ano de Medicina e Enfermagem, sob a supervisão e capacitação adequada. O capitalismo que transforma saúde em mercadoria não dá mais. É preciso que os trabalhadores sejam os dirigentes dessa crise e possam decidir os rumos do país através de uma Assembleia Constituinte livre e soberana.




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