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BRUMADINHO | Vice-presidente do partido do governador Zema em MG (Novo) defende a Vale: "baita empresa"

Evandro Negrão Jr., vice-presidente do partido Novo em MG, o mesmo do governador de MG, Romeu Zema, defendeu a Vale após o crime de Brumadinho: "não podemos demonizar a Vale, é uma baita empresa". O apoio fanático do Partido Novo aos capitalistas criminosos que destroem as vidas e o meio ambiente.

quarta-feira 30 de janeiro de 2019 | Edição do dia

No epicentro de uma tragédia capitalista, representantes dos empresários milionários não poupam tempo nem esforços para defender que os trabalhadores paguem pela crise, ainda que isso custe suas vidas.

Enquanto os trabalhadores e povo de Minas Gerais continuam sofrendo com os crimes cometidos pela Vale, tanto em Mariana quanto agora em Brumadinho, Evandro Negrão Jr., vice-presidente do Partido Novo em MG e correligionário de Romeu Zema, governador de Minas Gerais, não poupa esforços para defender a mineradora diante das centenas de mortes e desaparecidos após o rompimento da barragem. Em sua conta pessoal na rede social Twitter, Negrão defende Vale e afirma que "não podemos demonizar a empresa".

"A Vale é uma baita empresa, sem minério não tem carro, avião nem geladeira e o mundo é muito melhor com empresas como ela do que sem", afirmou Negrão, que iniciou sua postagem lamentando a tragédia. A Vale, que ao lado do Estado, carrega até hoje 99 mortes e centenas de desaparecidos em sua lista, é para Negrão, uma empresa importantíssima, ainda que tenha protagonizado dois dos maiores crimes socioambientais no Brasil.

Postagem de Evandro Negrão Jr. no Twitter

O Partido Novo tem em sua alta cúpula empresários e milionários que fomentam todo tipo de avanço de políticas ultra-neoliberais que lesem diretamente a classe trabalhadora e povo pobre, como por exemplo João Amoêdo, bilionário que concorreu à presidência este ano, e Zema, autodeclarado possuidor de mais de 69 milhões de reais, dono de 440 lojas e 360 postos de combustíveis apenas em Minas Gerais. Defensores assíduos de seus amigos, não poupam sequer um minuto antes de sair em defesa dos grandes capitalistas, que com o apoio de governos que afrouxam leis ambientais, promovem a precarização do trabalho e tiram vidas em nome dos seus imensos lucros.

Veja também: De Mariana a Brumadinho: quantas vidas, rios e cidades a Vale ainda vai destruir?

O partido de Negrão Jr., apesar de se manter simbolicamente neutro no segundo turno das eleições de 2018, se mostrou alinhado com a política do governo Bolsonaro, que busca colocar em prática um projeto neoliberal e de duros ataques contra a classe trabalhadora, como a reforma da previdência, ainda mais violenta do que o golpista Michel Temer foi capaz de propor. Além disso, compartilham também da política privatista e entreguista de Bolsonaro, que avança para entregar de bandeja riquezas e empresas nacionais, como o pré-sal e a CEMIG, companhia de energia elétrica de Minas Gerais, entre outras estatais construídas com dinheiro público.

Leia: Presidente da Vale falou em estado “impecável” das barragens

Negrão, Zema e Amoêdo defendem, assim como Bolsonaro e seus aliados, um governo que avance com ataques que tornem os trabalhadores ainda mais explorados e escravizados, se apoiando na reforma trabalhista e na terceirização irrestrita aprovadas por Michel Temer, aprofundando com ainda mais reformas e ajustes para que os trabalhadores paguem pela crise capitalista. A Vale, “a baita empresa” defendida por Negrão, lucrou R$ 17 bilhões em 2017, sendo negligente com a manutenção das barragens, avançando com demissões e terceirizações, em nome de lucros ainda maiores do este, que custam centenas de vidas de trabalhadores e do povo pobre.

Contra o governo dos representantes da Vale, e de tantos outros interesses, a classe trabalhadora precisa levantar uma força que se mostre nas ruas, organizadas a partir de cada local de trabalho, colocando em cena uma luta que faça com que os capitalistas paguem pela crise. Nesse sentido, é necessário exigir a re-estatização da Vale, colocando sua gestão sob o comando dos trabalhadores e controle da população, para que seus recursos estejam à serviço de toda a classe trabalhadora e do povo pobre, e não dos lucros dos capitalistas.




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