De janeiro a agosto deste ano, a área queimada do Pantanal brasileiro já ultrapassou os 2 milhões de hectares, e o impacto social e ambiental é incalculável. O agronegócio, protegido pelo governo Bolsonaro, é o principal responsável para esta situação. Veja imagens dos incêndios.
quinta-feira 10 de setembro de 2020 | Edição do dia
Divulgação/Eco Pantanal.
De janeiro a agosto deste ano, a área queimada do Pantanal brasileiro já ultrapassou os 2 milhões de hectares, o que é equivalente a 10 vezes as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas. Esses dados são do Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibama.
Destes 2,3 milhões de hectares queimados, 1,2 milhão estão no Mato Grosso e 1 milhão no Mato Grosso do Sul. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), desde o final dos anos 90 não havia esta grande quantidade de queimadas que ocorreram nos primeiros sete meses de 2020.
Um dos motivos que inicialmente explica esta situação é a seca. Porém, as alterações no bioma e no clima são impactadas diretamente pela intensa interferência na região, sobretudo pela via do agronegócio que, com o aval de Bolsonaro e Ricardo Salles, vem sistematicamente desmatando a região para plantação de soja, milho, cana-de-açúcar, criação de gado e outros.
Perícias feitas em algumas regiões identificaram que alguns focos de incêndio foram provocados por ação humana e vieram de fazendas. Segundo informação veiculada pela Agência Brasil EBC, de acordo com o Cimas-MT (Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional), na Reserva do Sesc Pantanal que fica na região de Barão Melgaço em Mato Grosso, o incêndio foi provocado justamente para queimar vegetação já desmatada “para criação de área de pasto para gado.”
O impacto de toda esta situação é incalculável. As imagens registradas mostram a vegetação devastada, várias espécies de animais mortos e áreas indígenas incendiadas.
Veja imagens:
Fogo avança no Pantanal. Reprodução da internet.
Foto: Gustavo Basso.
Veado morto pelas chamas na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Sesc Pantanal. Foto: Lalo de Almeida.
Anta que tentava se refugiar e fugir do fogo em região próxima à rodovia Transpantaneira é resgatada por voluntários. Foto: Gustavo Basso.
Reprodução.
Onça resgatada das queimadas no Pantanal em Mato Grosso com queimaduras em todas as patas. Foto: Willian Gomes / Secomm UFMT.
Incêndio na fazenda São Francisco do Perigara (MT), maior refúgio mundial de araras-azuis. Foto: Fabiano Maisonnave/Folhapress.
Uma anta adulta e anta filhote mortos ao lado de uma floresta queimada no Pantanal de Poconé (MT). Reprodução da internet.
Pode te interessar:
Pantanal arde em chamas enquanto Bolsonaro defende o lucro do grande latifúndio
Com Bolsonaro, incêndios no Pantanal em agosto atingem segundo maior número da história