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CAPITALISMO | Valor da Apple chega a 2 trilhões de dólares, enquanto miséria e desigualdade crescem

A Apple, empresa responsável pela produção do iPhone, bateu um novo recorde durante a pandemia: seu valor de mercado ultrapassou a marca dos 2 trilhões de dólares. Essa e outras empresas da área de tecnologia enriquecem em meio à instabilidade e vulnerabilidade que se aprofunda com a crise sanitária e econômica na vida da maior parte da população mundial.

quinta-feira 20 de agosto de 2020 | Edição do dia

A Apple se tornou a primeira empresa norte-americana a atingir esse valor. Além do recorde, chamou a atenção a rapidez de sua valorização, já que apenas do fim de março até agosto teve seu valor dobrado. Ou seja, em meio à crise sanitária e social que acomete a vida de grande parte da população, chama a atenção que algumas empresas estão aumentando enormemente a sua lucratividade.

É o caso não somente da Apple, mas também de outras empresas da área de tecnologia como a Amazon, Microsoft, Facebook e Tesla, por exemplo, que enriquecem às custas do trabalho precário e do adoecimento de milhões de pessoas.

De acordo com a Bloomberg Billionaires as quatro pessoas mais ricas do mundo são do ramo da tecnologia. No topo está Jeff Bezos da Amazon, seguido de Bill Gates da Microsoft, Mark Zuckerberg do Facebook e Elon Musk, fundador da Tesla e SpaceX.

Essas empresas, junto com a Apple, também estão entre aquelas que mais cresceram durante a pandemia. Somente em um dia no início desta semana, Elon Musk ganhou U$7,8 bilhões e Bezos acumulou U$73 bilhões somente este ano.

Na grande mídia atribui-se que o enriquecimento desses grandes capitalistas ocorre por causa do aumento da utilização desses aparelhos e serviços devido ao isolamento social. Enquanto a população sofre as consequências da pandemia, aproveitam para lucrar.

“Eu nunca estive mais otimista sobre o nosso futuro”, declarou Jeff Bezos, da Amazon, durante uma audiência no Congresso dos EUA para tratar sobre acusações de práticas de monopólio.

Para Bezos e esses outros magnatas, os milhares de mortos pela pandemia e pela política genocida de governos como o de Trump, fazem parte de mais uma possibilidade de enriquecimento e otimismo para o “futuro” de alguns poucos.

Além do mais, a análise de que o crescimento dessas empresas ocorre simplesmente pelo aumento da utilização desses equipamentos, ferramentas e serviços que fazem parte do rol em que atuam, não dá conta de entender o que de fato está em jogo.

Não é de hoje que a Apple, por exemplo, vem recebendo denúncias de violação de direitos humanos em locais de fabricação do iPhone, e não é a toa que trabalhadores da Amazon realizaram greves e outros tipos de reivindicações em vários países mais de uma vez este ano.

Conforme denunciamos aqui, ao mesmo tempo que os bolsos de Bezos da Amazon fica cada vez mais cheios, trabalhadores são demitidos, as jornadas de trabalho são extenuantes, os salários baixos, e sequer materiais de proteção contra a COVID-19 e licença para os trabalhadores doentes são garantidos.

Conforme informações da Agência Estado, a quantia de 2 trilhões de dólares que se refere ao valor da Apple, “é o superior à riqueza de 170 países, incluindo o Brasil, de acordo com dados do Banco Mundial”.

Enquanto milhões de trabalhadores ficam sem emprego, pequenas empresas fecham, a concentração de renda e desigualdade global batem recordes.

O enriquecimento dessas empresas e bilionários se dá com base na superexploração dos trabalhadores, que são aqueles que garantem os serviços prestados com as próprias vidas. A própria Apple já admitiu que mesmo na China viola as leis nada protetivas aos trabalhadores.

Apesar da demagogia feita pelas megaempresas que dizem defender a liberdade e a diversidade, como empresas modernas, a exploração se parece à do século XIX. Somente os trabalhadores, por meio da luta de classes, podem mudar a situação.

Com informações da Agência Estado.




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