Professor de cursinho para policiais aparece em vídeo grotesco ensinando os alunos a torturar o detido com câmara de gás improvisada no camburão do carro. Na hora de falar, o policial tira o microfone para não ser gravado e ainda faz deboche rindo e dizendo: "Foda-se, caralho! É bom pra caralho! A pessoa fica mocinha!".
sexta-feira 27 de maio de 2022 | Edição do dia
O vídeo que está circulando nas redes é assustador. O professor Ronaldo Bandeira, da AlfaCon, cursinho preparatório para policiais, ensina os alunos a torturar pessoas com gás de pimenta dentro do camburão. Não bastasse o deboche, o ensinamento da tortura é seguido de gargalhadas por parte dos alunos. O vídeo fala por si só e pode ser visto abaixo.
Essa foi a tortura utilizada para assassinar Genivaldo Santos nessa semana, em Sergipe. É difícil colocar em palavras esse tipo de coisa, mas assistir vídeos assim mostra o nível de degeneração humana a que chega a formação para a entrada na polícia. Essa é uma prática comum entre policiais, ensinados desde antes de entrar na corporação, desde o cursinho, como atesta esse vídeo asqueroso. Via de regra, os torturados são pessoas negras e pobres, escancarando o caráter essencialmente racista da polícia e do Estado brasileiro.
"Foda-se, caralho! É bom pra caralho! A pessoa fica mocinha! Aí depois eu escutei assim: ’eu vou morrer! eu vou morrer!’ Aí eu fiquei com pena, cara. Eu abri assim e "tortura!" e fechei de novo", diz o policial.
Alguns setores estão tratando o brutal assassinato de Genivaldo como um "caso isolado". Vídeos como esses escancaram a falácia desse tipo de argumento e mostram como a polícia é feita para aterrorizar os negros e pobres de nosso país. Bolsonaro e a extrema-direita também são responsáveis por essa barbaridade.
Os assassinos de Genivaldo devem ser punidos e temos que arrancar justiça com a força das ruas. Ontem a população de Umbaúba saiu às ruas e fez a polícia recuar. Temos que seguir esse exemplo e sair às ruas em todo o país. Os sindicatos têm a responsabilidade de convocar atos em todas as cidades.