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ATO INTERNACIONALISTA DA FRAÇÃO TROTSKISTA | Uruguai: "lutar contra a direita e superar a Frente Ampla com uma organização dos trabalhadores"

Em um país que após quinze anos de governo da Frente Ampla volta a ser governado pela direita, a Corrente dos Trabalhadores pelo Socialismo (CTS) vem nesse primeiro de maio defender a necessidade de uma organização dos trabalhadores independente e anticapitalista para responder à pandemia e à crise.

sexta-feira 1º de maio de 2020 | Edição do dia

No ato internacionalista do 1 de maio organizado pela Rede Internacional do Esquerda Diário e a Fração Trotskista, a Corrente de Trabalhadores pelo Socialismo (CTS) do Uruguai trouxe a perspectiva da luta dos trabalhadores em seu país.

Karina Rojas, militante da CTS e também do Pão e Rosas, lembrou que o governo de direita de Luis Lacalle Pou “desde os primeiros momentos da crise da pandemia, não hesitou em conceder isenções maiores para os capitalistas, em permitir que pagassem apenas parte do salário dos funcionários mandando-os para o seguro desemprego, e em mandar para serem votadas no parlamento leis que reforcem o aparato repressivo.”, mostrando que também no Uruguai o Estado está a serviço da classe dominante, utilizando a pandemia para avançar nos ataques capitalistas.

Rojas também destacou que 150 mil pessoas já tiveram contratos suspensos e estão dependendo do seguro desemprego, mas, ainda mais grave, 30% dos trabalhadores do país está na informalidade e sofre com a precarização do trabalho, não tendo seu sustento garantido frente a demissões e ataques patronais em meio à pandemia. Entre estes estão os trabalhadores de empresas como Mc Donald’s, Pedidos Já, serviços de entrega, entre outros.

Rojas alerta para o fato de que essa precarização trabalhista não começou no governo da direita, sendo um profundo legado deixado pelos 15 anos do governo da Frente Ampla, que além disso teve outras importantes medidas antipopulares, como a manutenção da impunidade aos militares que estiveram à frente da ditadura no Uruguai.

Rojas ainda lembrou que o machismo e o patriarcado fazem recair sobre as mulheres o fardo mais pesado: “Nesta situação, somos as mulheres as mais prejudicadas, porque somos confinadas nos lares, muitas vezes sofrendo com a violência de gênero e tentando tirar comida de onde não tem.” Ela atacou ainda a ideologia de “unidade nacional” que a burguesia procura impor no Uruguai, como em outros países, para impor os maiores sacrifícios aos trabalhadores que estão morrendo pela COVID-19, e ainda por cima querem que paguem pelos custos econômicos para salvaguardar os lucros capitalistas. Ela disse:

“frente ao discurso de unidade nacional, que querem que acreditemos que desta crise sairemos todos juntos, nós dizemos a eles que não, porque já estamos pagando a crise com o desemprego, a fome e a miséria.”

Em sua fala, afirmou que é necessário buscar uma saída dos trabalhadores para que sejam os capitalistas a pagar pela crise, e que para isso

“a classe trabalhadora tem que recuperar suas organizações para a luta. Porque se trata das nossas vidas!”

Assim, recusando-se a cair no “canto de sereia” da Frente Ampla, a CTS se coloca na perspectiva de lutar “ara construir uma ferramenta política da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude, uma esquerda anticapitalista que coloque uma saída operária e socialista para o Uruguai, em unidade com o resto dos povos oprimidos.”

E, concluindo seu discurso, disse:

“Companheiras e companheiros, neste ato fazemos uma saudação desde o Uruguai ao Ato Internacionalista, e dizemos aqui: AVANTE AOS QUE LUTAM!




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