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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL | Uma discussão sobre o Movimento Raiz: Estas idéias servem para os trabalhadores e a juventude?

A deputada federal pelo PSB no Estado de São Paulo, Luiza Erundina, junto com alguns setores que apoiaram nas eleições da candidata Marina Silva pelo PSB/REDE, lançou no Fórum Social Mundial de Porto Alegre no dia 22/01 o movimento Raiz Cidadanista. De acordo com a própria Deputada Federal do PSB, este é um movimento com influencia do Podemos Espanhol e do Syrisa da Grécia e que visa ‘’aumentar a participação cidadã das pessoas na política’’.

terça-feira 26 de janeiro de 2016 | 00:36

De acordo com a carta programa lançada pelo o Movimento Raiz, o poder econômico das grandes empresas e dos bancos faz com que o Estado não cumpra com o seu papel de governar para o ‘’bem comum’’. O movimento criado pela deputada Erundina tem como propósito que os problemas do Brasil sejam resolvidos pela raiz, o Estado teria que cumprir o papel de garantir os direitos dos trabalhadores e da população pobre e só assim poderia governar para todos.

A grande pergunta que fica com o lançamento desta nova sigla: Estas idéias apresentada pelo movimento raiz vão servir para os trabalhadores e a juventude na época de crise econômica? Quais os balanços que temos que fazer de experiências com organizações como o Podemos na Espanha ou o Syriza da Grécia que podem ajudar nas próximas lutas que virão? Qual é o papel que pode cumprir efetivamente um ‘’Syriza’’ Brasileiro?

O Estado hoje é um comitê de negócios da burguesia, onde a classe dominante utiliza o seu aparato para poder aplicar suas políticas contra os trabalhadores. Este fato se dá por conta de que vivemos numa sociedade de classes com interesses inconciliáveis. Quando diz que se pode haver políticas que alcancem o ‘’bem comum’’, você está dizendo que é possível agradar tanto os trabalhadores, como também os banqueiros e os grandes empresários.

Podemos ir mais além, qualquer setor dos grandes empresários e banqueiros, para legitimar a sua política, diz que está tomando medidas contra os trabalhadores para o ‘’bem da nação’’ e até mesmo que tais medidas vão favorecer à ‘’todos’’. Um exemplo vivo é o governo de Dilma que para justificar o seu ajuste fiscal contra os trabalhadores, fala para as massas que são medidas que vão fazer a ‘’economia voltar a crescer’’ e com isso todos sairão ganhando.

Outro elemento que é preciso constar é a lógica de que é possível que os trabalhadores e os setores populares da sociedade participem das decisões do estado capitalista. É impossível que isso ocorra, pois se o Estado hoje está nas mãos da burguesia, então, em última medida, vai ser a decisão do capital que vai prevalecer. Outro exemplo disso é a próprio Syriza, partido da Grécia no qual o Raiz se inspira, que aplicou a agenda de ataques exigida por Merkel mesmo com a população grega tendo falado em plebiscito que não concordava com nenhuma medida de austeridade. Temos que fazer a seguinte pergunta para o Movimento Raiz: Quem garante que o Movimento Raiz não vai cumprir o mesmo papel traidor que o Syriza cumpriu na Grécia?

Este movimento criado pela Luiza Erundina, coloca que é preciso lutar pelos os direitos da grande maioria da população e pra isso temos que chegar na ‘’raiz’’ dos problemas da sociedade Brasileira. O movimento também diz que para alcançar este objetivo tem que combater os empresários e os bancos, porém, propõe que isso seja feito dentro do sistema capitalista e sem nenhuma perspectiva revolucionária. A pergunta que fica é: Como fazer isso sem a perspectiva independente e revolucionária da classe trabalhadora? É possível questionar o ‘’sistema econômico’’ fazendo os patrões enxergarem que tirar o seu lucro é favorável pra ele e também ao trabalhador?

Estas idéias pregadas pelo Movimento Raiz são conseqüência de toda ofensiva burguesa que ocorreu nos 80 e 90 contra as idéias revolucionárias do Marxismo. Este ofensiva atingiu os movimentos sociais e fez com que muitas das organizações novas que surgiram, fossem totalmente avessas às idéias Marxistas. Com isso a ideia de classe começou ser substituída por outros conceitos como multidão e cidadania.

Para que os trabalhadores e a juventude combatam a crise econômica que o país está passando, tem que aprender com os exemplos que ocorrem no mundo afora. O Syriza, partido da Grécia que o novo movimento de Luiza Erundina reivindica, é hoje um gestor dos negócios dos grandes capitalistas, tanto o é, que aplica o receituário da Angela Merkel e só por isso não podem ser seguidos no Brasil. Contra esta saída, a FIT (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores) formada por partidos independentes da burguesia e dos patrões mostra o caminho a ser seguido.


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