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FRENTE POVO SEM MEDO | Uma Frente para deixar Dilma, o PT e a burocracia sindical sem medo

A Frente Povo Sem Medo foi lançada no dia 8/10 com objetivo declarado de ser uma “Frente Nacional de Mobilização”. Mas seu limite imposto pelos petistas e lulistas ficou claro desde o manifesto: ao poupar Dilma e o PT que governam o país, são os principais agentes do ajuste e os que fortalecem a chamada “ofensiva conservadora”, vão servir de ponto de apoio para a burocracia e seu governo.

quinta-feira 15 de outubro de 2015 | Edição do dia

A Frente Povo Sem Medo foi lançada no dia 8/10 com objetivo declarado de ser uma “Frente Nacional de Mobilização”. Mas seu limite imposto pelos petistas e lulistas ficou claro desde o manifesto: ao poupar Dilma e o PT que governam o país, são os principais agentes do ajuste e os que fortalecem a chamada “ofensiva conservadora”, vão servir de ponto de apoio para a burocracia e seu governo. Também impedem o surgimento de um pólo de luta independente do governismo ao arrastar parte da esquerda para a armadilha petista de “todos contra o golpe contra Dilma”.

A Frente tenta aparecer como se não fosse composta por partidos, mas o PT e PCdoB são os dirigentes da CUT e da CTB e desta Frente junto ao MTST. Todos estavam juntos com Dilma e Lula no recente Congresso da CUT. Eles falam contra os ajustes para não se desgastar ainda mais na base, mas seus partidos estão aprovando os ajustes. Como desenvolvemos no editorial deste jornal (pg 2 e 3), esta burocracia sindical é agente da implementação dos ajustes ou negociadora de ataques “menos piores”, bloqueando, isolando ou dividindo as lutas. Não é coincidência, portanto, que no lançamento parecia não haver lutas em curso, nem necessidade de um plano de luta. Só votaram um ato inofensivo domingueiro em 8/11, que nem afeta a produção e circulação de mercadorias, única coisa que chegaram no “consenso”, que é “método” da Frente.

Os dirigentes da CUT e do MTST dizem o que o PSOL quer ocultar sobre a Frente.

Lula está articulando uma Frente Brasil Popular (FBP), que é mais abertamente de apoio ao governo. O PSOL quer fazer parecer que a Frente Povo Sem Medo (FPSM) seria muito diferente, mas os dirigentes da CUT/PT e Boulos do MTST dizem a verdade.Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo: “a diferença é que esta Frente Povo Sem Medo é exclusiva de movimentos sociais e a FBP tem partidos na organização”. Vagner Freitas, presidente nacional da CUT disse “as duas frentes deverão ter lutas integradas e calendário conjunto” e no congresso da CUT “têm mesmo ideal de lutar pelas mesmas coisas”. Boulos, apesar de seus discursos contra o ajuste e de organizar mobilizações de exigência ao governo, se apresenta como seu defensor.

Por isso foi convidado de honra no Congresso da CUT e na mesa que participou, segundo o site da CUT, disse que era importante os pontos comuns tanto da FBP como da FPSM, que seriam: a luta contra o golpismo, a luta contra o ajuste fiscal e a busca por saídas que impeçam que a conta da crise seja debitada dos trabalhadores, transferindo a conta para o "andar de cima".

CUT e Boulos querem unificar as duas Frentes e colocar ambas como linha de apoio ao PT e não na denúncia do governo ajsutador, que corta até mesmo no Minha Casa Minha Vida, caro ao MTST.

O PSOL precisa romper com a Frente Povo Sem Medo

Essa Frente mal surgiu e está mostrando a que veio. Chamamos o PSOL, suas correntes e sua militância a romper com essa Frente e construir um verdadeiro pólo ligado a luta de classes e anti-governista para combater os ajustes, o que só pode se dar com uma política de exigência e denúncia com a burocracia sindical e unificando forças da esquerda para trabalhar sob suas bases.

Não há outra forma séria de “lutar contra os ajustes” e a “ofensiva conservadora” se não essa, as demais são caminhos que levam o PSOL para os braços do governismo.

Também chamamos o PSOL a romper com a política de centrar a atuação de seus parlamentares somente contra Cunha, e passe a utilizar o peso de suas figuras para delimitar claramente uma esquerda anti-governista. Sem isso, o PSOL não vai se apresentar como verdadeira alternativa política frente à crise do PT.
Essas são políticas que o MRT se propõe a combater dentro do PSOL, como questões indispensáveis para que este possa se transformar numa verdadeira alternativa frente a crise do PT, ao invés de ser seu ponto de apoio.




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