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8M | USP na greve internacional de mulheres: centenas de mulheres fecham a Rua Alvarenga

Na USP, centenas de mulheres, incluindo professoras, trabalhadoras e estudantes, realizam paralisação de suas atividades e uma manifestação e fecham a Rua Alvarenga, via de grande movimentação em frente ao portão principal da universidade.

quarta-feira 8 de março de 2017 | Edição do dia

A USP aderiu com força à greve internacional de mulheres que foi convocada nesse 8 de março em dezenas de países. Foram votadas paralisações nas atividades da universidade e, no dia seguinte à brutal repressão promovida pela Reitoria e com o aval do Conselho Universitário, as mulheres da USP mostraram grande disposição de organização e luta.

Professoras da "rede não cala" - que combate o machismo na universidade e foi parte da luta contra os casos de estupros na Faculdade de Medicina - trabalhadoras e estudantes se incorporaram à paralisação.

Diana Assunção falou sobre a importância do ato na USP:

Após a concentração, elas marcharam rumo ao portão principal da USP. Ao passarem em frente à Academia de Polícia que fica localizada dentro do campus, muitos protestos contra a repressão brutal do dia anterior foram feitos, com palavras de ordem que diziam "Fora PM".

Entre as feridas e presas pela polícia no ato de ontem, muitas foram mulheres, como as companheiras Diana Assunção e Nani Figueiredo. Diana, da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) teve um corte na cabeça causado por um golpe de cassetete que lhe atingiu covardemente pelas costas enquanto ela auxiliava um companheiro também agredido pela polícia. Nani, trabalhadora da creche, foi presa enquanto filmava a ação da polícia, teve suas filmagens apagadas, foi imobilizada e, já rendida, teve sua cara chutada por um policial.

Em resposta, a denuncia à violência policial deu o tom da manifestação do 8M na USP, contanto com a presença de centenas de trabalhadoras das creches da USP, que há anos lutam contra a ameaça de fechamento das creches por parte da reitoria, que vem cortando as verbas e os funcionários das unidades. Por isso, hoje se encontra ocupada a Creche Oeste da USP, e muitas famílias das crianças compareceram também ao ato organizado pelas mulheres da USP. O fechamento das creches atinge sobretudo as mães trabalhadoras e estudantes da universidade, e também as mães da comunidade que contam com esse direito que hoje está ameaçado.

As mulheres também escracharam o chefe da Guarda Universitária, Alexandre, que, a mando do superintendente de segurança da USP, foi um dos responsáveis pela repressão ontem ao ato contra a "PEC do fim da USP".

A manifestação fechou o portão principal da universidade e a Rua Alvarenga, e Diana Assunção fez uma fala ressaltando que esse ato faz parte da paralisação internacional das trabalhadoras e que é uma luta contra a repressão e também ao lado das trabalhadoras terceirizadas, em sua grande maioria mulheres negras e que não podem estar presentes no ato.

Veja um pouco do ato na filmagem veiculada na página de Diana Assunção:




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