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GREVE | UERJ: Vitórias parciais arrancadas após 4 meses de greve

Nesta quinta feira, 28/07, foram aprovados na ALERJ os Pls referentes as conquistas obtidas, para as 3 categorias da UERJ, através das negociações com o governo depois de mais de 4 meses de greve. As vésperas das Olimpíadas o governo de Dornelles (PP) e Pezão (PMDB) endureceram as negociações e intensificaram a pressão para acabar com as greves como meio de mascarar a profunda crise do Estado. Uma crise que em nada afeta as isenções milionárias as empreiteiras, os autos salários e privilégios da corja politica do Rio de Janeiro ou as obras superfaturadas dos mega eventos. Uma crise que vem sendo descarregada nas costas dos trabalhadores e da juventude.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

sexta-feira 29 de julho de 2016 | Edição do dia

As negociações tiveram um ritmo extremamente lento dado por parte do governo, mas garantiram conquistas parciais as categoria. Para os discentes um aumento de 25% dividido em dois anos (50 reais no início de 2017 e 50 reais no início de 2018) na bolsa dos estudantes, o pagamento junto ao calendário de pagamento dos servidores e a vinculação junto ao piso regional a começar no ano de 2019. Para os técnicos e professores foram aprovadas progressões nos planos de carreira.

As conquistas, a pesar de seus pesos nas categorias, não solucionam os problemas que levaram a comunidade acadêmica a entrar em greve no mês de Março de 2016. Os docentes seguem sem a DE no vencimento base e sem reajuste salarial, os técnicos sem a insalubridade e os estudantes sem o passe livre intermunicipal e intermodal. O custeio da universidade, que visa garantir seu funcionamento, será um custeio minimo que concretamente em nada garante que as atividades na UERJ possam voltar a serem exercidas dentro da sua “normalidade”. Lembrando que por mais de 7 meses a normalidade dentro da UERJ foi um cenário que envolvia terceirizados trabalhando sem seus salários. Estes terceirizados seguiram sem receber apesar da aprovação dos Pls hoje.

A greve da Uerj que por grande parte do tempo seguiu junto a outros setores em greves da educação, como os professores estaduais, as FAETECS e também as ocupações das escolas, não conseguiu atingir o potencial de mobilização e de unificação que era necessário para barrar o sucateamento da educação pública e os ataques do governo aos trabalhadores e servidores. Parte desse cenário se deu devido a não unificação real dos setores, da construção de uma greve rotineira em que as discussões politicas foram ao longo dos meses tratadas como se em nada interferissem nas conquistas das pautas. Parte desse cenário, por sua vez é de responsabilidade de setores, tal qual o Diretório Central dos Estudantes da UERJ (PT-PCdoB) que já começou de costas pra greve, servindo como um entrave burocrático quando se fazia presente, deslegitimando muitas das vezes os espaços e as deliberações dos estudantes, ou da direção do SINTUPERJ (PCdoB) que a todo momento usa dos meios mais arbitrários e burocráticos pra tentar conter a base e separar a luta entre os outros setores.

As vitórias parciais arrancadas do governo Dornelles pela greve e pelos lutadores da UERJ devem nos encher de fôlego para as batalhas futuras porque a luta continua. Continua pelos terceirizados, pelo bandejão e acessibilidade em todos os campus, pela DE no vencimento base, pelo adicional de insalubridade, por creche, pelo conjunto de pautas e principalmente por condições dignas de trabalho e estudo.




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