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CHILE | Trabalhadores portuários de Valparaíso rejeitaram proposta do governo e preparam greve nacional

Os trabalhadores portuários do ‘Terminal Pacífico Sur’ (TPS) de Valparaíso no Chile, votaram nessa quarta-feira (19) em assembleia a rejeição da proposta do governo e da empresa, e anunciaram a preparação de uma greve nacional do setor.

quinta-feira 20 de dezembro de 2018 | Edição do dia

A greve dos portuários em Valparaíso continua após a rejeição unanime da assembleia dos trabalhadores do Terminal Pacífico Sur (TPS) à proposta do governo de Piñera e da empresa Ultraport da família Von Appen.

Os portuários avaliaram como miserável a proposta que incluía um empréstimo de $550mil pesos chilenos (800 dólares), e que seria descontado do salário na razão de $2mil por turno com o máximo de $4mil; a entrega de uma gift card de $250mil; um bônus de $75mil; e uma cesta básica. O total seria entregue até no máximo dia 21 de dezembro, e ainda o governo impulsionaria supostos cursos de capacitação.
No entanto, a proposta nem se aproxima da demanda do bônus de $2 milhões de pesos chilenos para os portuarios.

Frente a isto, os portuários anunciaram que continuarão com sua mobilização e que também estão preparando uma greve nacional em apoyo a suas demandas: “se rejeita por maioria absoluta a proposta do governo, assim que portanto continuamos paralisados nas duas terminais de Valparaíso e agora estamos nos articulando para gerar uma greve nacional desde o segundo turno”, afirmou um dos representantes, Pablo Klimpel.

Enquanto o governo e Von Appen tentavam na terça-feira 18 o pre-acordo com o objetivo de acabar com a greve, nas ruas de Valparaíso aconteceram importantes enfrentamentos com a polícia. A juventude universitária ocupou a Universidade de Valparaíso e mobilizou a Universidade de Playa Ancha (UPLA) para protestar nas ruas junto aos portuários. Também se fez sentir a solidariedade dos ‘trabalhadores eventuais’ (trabalhadores precarizados do porto cujos contratos de trabalho duram só 1 jornada laboral) do norte ao sul do país com distintas paralisações. Os portuários tem demostrado que há forças para impor suas demandas e que existe uma importante solidariedade e unidade com os estudantes, outros trabalhadores, dirigentes sindicais e dos movimentos sociais, moradores da região, e que é essa a única força capaz de conquistar suas reivindicações.

Hoje mais do que nunca é necessário impulsionar com essa força uma greve regional em Valparaíso, onde adiram todos os sindicatos, organizações de moradores, movimentos sociais, organizações esportivas e de moradores; e também convocar com peso uma grande marcha na região onde as e os parlamentares e conselheiros regionais da Frente Ampla – e o prefeito de Valparaíso, Jorge Sharp- coloque suas forças na mobilização nas ruas e na luta, e não em buscar acordos estéreis com o governo de Piñera.

Se triunfa Von Appen, triunfam os planos para diminuir os custos dos empresários na hora de demitir trabalhadores, triunfa a reforma trabalhista de Piñera. Se triunfam os portuários, triunfamos todos os trabalhadores. Por isso é necessário lutar pela aprovação de todas as demandas. E no lugar de diminuir nossas expectativas, nos contentando com uma mesa de negociação que só servirá para estender a luta ou com um emprestimo um pouco maior, é melhor que lutemos por aumentar nossas expectativas: há que terminar com os contratos precários, que duram só uma jornada laboral que é o pão de cada dia nos portos, com o denominado trabalho eventual. Efetivação e salário nunca inferior a $450mil pesos chilenos. Se o fluxo de exportações e importações diminui, que sejam os empresários que paguem os custos, e não os trabalhadores; que toda diminuição na jornada laboral seja sem diminuição do saláro. E para que nos portos não sejam mais pessoas como a família Von Appen os que governem, é necessário avançar na reestatizaçãodos portos e que os trabalhadores e que seja gerido pelos trabalhadores e pela comunidade.
Tem a força e o apoio dos portuários de todo Chile para impulsionar uma greve nacional de todos os portos, contra o grupo Von Appen e o governo que os sustenta.




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