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DENÚNCIAS OPERÁRIAS | Trabalhadores falam sobre dificuldades salariais na pandemia graças a Bolsonaro e empresários

Recebemos relatos de trabalhadores de distintos setores onde ambos sofrem os agravos da tão conhecida “MP da morte”, onde permite redução salarial dos trabalhadores e assegura o lucro dos empresários.

terça-feira 25 de maio de 2021 | Edição do dia

“Sou trabalhador da área de turismo e durante a pandemia passei várias dificuldades; sofri suspensão na minha jornada de trabalho e no meu salário durante três meses, maio, junho e julho. Nos dois primeiros meses tive o contrato suspenso e recebia uma pequena parte do governo; já no mês de julho, trabalhei com horário reduzido, reduziram 70% do meu salário.”

A Medida Provisória (MP) nº 936/2020 permitiu a suspensão da jornada de trabalho proporcionalmente com o corte salarial dos trabalhadores, esta medida patronal foi defendida pelo Governo Federal e pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes, assim como, pelo Congresso, Senado e pelo STF, como uma medida emergencial para “socorrer a economia”, quando na verdade, nada mais é do que uma medida para salvar o lucro capitalista e descarregar a crise que não criamos, em nossas costas.

“Trabalho em uma grande fábrica do ABC paulista e sofri suspensões com redução salarial, cada uma de 60 dias; em ambas tive um corte superior a 50% no meu salário”

Em meio à crise sanitária e ao aumento absurdo dos preços de alimentos, fica claro que a MP da morte de Bolsonaro, apoiada por Guedes, em nada serve para erguer a economia do País, pelo contrário, seguem entregando nas mãos dos capitalistas e empresários tudo aquilo que é fruto do nosso suor e do nosso sangue, fazendo com que a classe trabalhadora e o conjunto da população tenha que arcar com contas de energia e água altíssimas, sem contar o risco de se tornar inadimplente em relação aos aluguéis, que não deixaram de ser ajustados, mesmo frente a pandemia. Em um momento em que o trabalhador é obrigado a optar por alimentos mais baratos, onde enfrentam toda a insegurança alimentar possível, é inconsistente todo o discurso de que a MP serve para salvar a economia e por consequência “melhorar” a vida do trabalhador, exemplo disso foi sua reedição, que não garante empregos, muito pelo contrário, a reedição da MP 936 garante a manutenção do lucro do empresariado por 120 dias com um adendo que permite empresas adiarem o pagamento do FGTS e suspender o pagamento do INSS. Em meio aos ataques, as centrais sindicais, no ano passado, se posicionaram no sentido de pensar a melhor forma de contribuir para a implementação desta MP, fazendo gritar a contradição em que as centrais sindicais se encontram, quando as mesmas deveriam existir para organizar os trabalhadores, estas se colocam à serviço de pensar em melhores formas de cortar nossos direitos e, em 2021 nada mudou, seguem compactuando com o discurso patronal de que a MP preservará empregos e aceitam de forma silenciosa e passiva os ataques proferidos a nós trabalhadores.

Frente a MP que não garantiu e seguirá não garantindo empregos, precisamos organizar pela base para podermos exigir das centrais sindicais que rompam com a paralisia, promovendo assembleias, se inspirando no exemplo dos metroviários, nos somando às lutas em curso, garantindo a unidade de todas as categorias para conseguir impor às burocracias que batalhe no sentido de exigir a proibição de todas as demissões, cortes de salários, entre tantos outros ataques.

Com uma orientação como esta municia-se uma vanguarda de trabalhadores, para conseguirmos de fato uma frente única operária, para não somente termos direito ao emprego e alimento, mas o direito a uma vida plena, longe da miséria que o capitalismo nos impõe.

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