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IBGE | Trabalhadores do IBGE enfrentam precarização do trabalho, racismo, ameaças e calote nos salários

Na última quarta-feira (17), o recenseador do IBGE Fabiano dos Santos Gomes Bastos, de 31 anos, foi vítima de racismo ao tentar realizar seu trabalho: "Vai embora, seu macaco!’’ Eu não quero falar com o IBGE, não". Esse é um dos episódios que marcam a rotina de precarização dos recenseadores.

sexta-feira 19 de agosto de 2022 | Edição do dia

O trabalhador de Maringá acionou a polícia, mas afirmou em entrevista que não tem expectativa de que aconteça alguma coisa. Em Belo Horizonte, nesta mesma semana, outro episódio de racismo: o recenseador Augusto César Carvalho, em seu primeiro dia de trabalho, ouviu que “tinha pinta de assaltante”. Relatos como estes são comuns e estão longe de serem os únicos problemas enfrentados pelos trabalhadores do Censo de 2022. Entre os 180 mil recenseadores, encontram-se várias faixas etárias, mais especificamente chama atenção o número de jovens e idosos que estão sendo empurrados para essas precárias condições de trabalho.

Uma jovem estudante, Bruna Mecchi, de 22 anos, relata: "É um trabalho perigoso e desvalorizado”. Outra preocupação dos trabalhadores é em relação a falta total de assistência prestada pelo IBGE com seus funcionários, que chega muitas vezes a obrigar os trabalhadores a pagarem seus próprios deslocamentos até os lugares onde atuarão e mesmo a arcar com o valor integral da alimentação durante o período do trabalho. Os calotes e atrasos nos pagamentos dos salários também são relatados frequentemente entre os trabalhadores e pressionam essa situação.

Leia mais: “Não podemos continuar trabalhando sem dinheiro para comprar o almoço”

O governo de Bolsonaro e Mourão é diretamente responsável pelo atraso nos pagamentos dos funcionários e, junto ao Congresso e Senado, pelo conjunto dessa situação de precarização do trabalho

Frente a isso, o Esquerda Diário presta todo apoio aos trabalhadores do Posto de Santa Teresinha no interior de SP, que entraram em greve no último dia 7 para garantir o pagamento de seus salários e melhores condições de trabalho.

Leia o Manifesto sobre a greve do posto de Santa Teresinha.

Lutamos pelo aumento do orçamento do Censo; por reajuste de 27% a todos envolvidos no Censo 2022; contratação dos temporários como parte do quadro do IBGE; garantia de pagamento do Vale transporte para o recenseador; pagamento do vale alimentação para os recenseadores, com reajuste para o valor da cesta básica. Demandas básicas que somente poderiam ser impostas com um plano de lutas aliado ao conjunto da população auto-organizada.

Leia mais: “IBGE atrasa pagamento a recenseadores devido aos cortes de Bolsonaro”.




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