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ENTREVISTA | Trabalhadores da Urb Topo denunciam condições de trabalho dentro da Vallourec

Confira a seguir entrevista que o Esquerda Diário fez com trabalhadores terceirizados da empresa Urb Topo, contratada pela Vallourec, em primeiro dia de luta contra o calote dado pelas empresas contra seus direitos, onde mostram como a terceirização escraviza, humilha e divide.

quarta-feira 7 de setembro de 2016 | Edição do dia

Esquerda Diário: Por que vocês estão aqui hoje?

Trabalhador: “Estamos na manifestação e tem funcionário de até 30 anos de empresa. Estamos correndo atrás dos nossos direitos. Estamos há um mês correndo atrás e eles estão se negando a pagar nossos direitos, que é o direito do trabalhador que deixou praticamente uma vida ai dentro. Tem dois anos que estou na empresa sem acerto e sem nada. Nossa empresa está alegando falência que é pra não acertar com os funcionários. Quem tem FGTS não está sendo nem depositado. Eles tão se negando a pagar tudo, tudo. Tem gente com conta atrasada, devendo aluguel, tem funcionário que tem criança que acabou de nascer. O aviso foi assinado. Estamos esperando sair ao menos o acerto pra pagar as contas. Vamos ver o que vai dar hoje. Quinta tem outra manifestação e o apoio é muito importante e a grande mídia não tem interesse em cobrir. Quinta tem que ter ao menos a TV pra filmar. Somos 96 trabalhadores que ficamos sem emprego e sem acerto.”

Esquerda Diário: Como começou essa luta?

Trabalhador: “Aqui começou assim. Eles praticamente nos expulsaram aí de dentro. O gestor da Vallourec falou que ia nos pagar. Até o quinto dia útil pagaram e depois não pagaram mais. Mas na verdade a responsabilidade já era da Vallourec nos pagar. Quando viu a empresa Urb Topo declarou falência e que não iria nos pagar. Nós fomos no ministério público e no sindicato e não resolveu. Daí foi avisado que a gente ia fazer manifestação e estamos aqui fazendo.”

Esquerda Diário: Como é o trabalho terceirizado dentro da multinacional Vallourec?

Trabalhador: “O trabalho é completamente escravizado. Eu por exemplo, estou praticamente inválido. Eu não consigo mais abaixar. Estou com sete bicos de papagaio na minha coluna, não consigo mais mover a minha cabeça normal. Vou pegar peso excessivo que não era minha capacidade. Pressionado pelos encarregados e pela direção da firma. A firma obrigava a nos pressionar. Carregar peso, um homem carrega carregar um saco de cimento em dois. Aqui era um homem pegar 90 quilos, trabalhando em sol, chuva. A gente trabalhava sem capa, pressionado. E agora estamos aqui mantidos como escravos, como marginais e não podemos entrar nem pra pegar os nossos objetos que tão aqui dentro.”




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