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GREVE NA MERCEDES | Trabalhadores da Mercedes encerram greve, mas as demissões continuam

quarta-feira 29 de abril de 2015 | 00:01

Nesta segunda-feira, os trabalhadores e trabalhadoras da Mercedes-Benz na planta de São Bernardo do Campo, após a ida a Brasília e a ocupação das entradas da fábrica desde quinta-feira, decidiram pelo fim da greve em assembleia.

Com um acordo firmado pela empresa e o sindicato de prolongamento do Lay Off (suspensão de contrato temporário com remuneração) até o dia 15 de junho e a abertura de novo PDV de 500 trabalhadores (Plano de Demissão Voluntária) até 15 de Maio. Um cenário que confirma as 500 demissões anunciadas pela Rede Globo se comprovaram pela via dos PDVs.

Unidade dos trabalhadores contra os ajustes de Dilma

A justificativa da patronal para as demissões é de que os negócios iam mal. A produção acumulou um mês e é hora de aumentar a competitividade. Como dizem os próprios operários da fábrica " é o capitalismo, competindo para ganhar mais dinheiro".

As 270 demissões em Janeiro, nesta mesma planta passaram desapercebidas pela vitória dos trabalhadores da Volkswagen que barrou as 800 demissões. Agora, com este novo acordo, apesar da nuvem de fumaça, novamente a patronal saiu ganhando e os trabalhadores perdendo. Voltarão os assédios e a imposição da "Demissão Voluntária" combinado a manter 750 trabalhadores afastados de seus postos de trabalho, entre eles estão 250 deficientes físicos, que estão incluídos apesar da empresa tê-los contratado, fingindo inclusão para garantir isenção de impostos e na primeira oportunidade, tiram do chão da fábrica.

Dilma que se elegeu com o discurso de garantia de direitos e estabilidade de emprego, não só aprovou as medidas provisórias 664 e 665, como também será no seu governo em crise que se aprovará a PL4330 da terceirização, uma das pautas também sentidas pelos operários da Mercedes.

Nenhum direito a menos! Nenhuma família sem salário!

A disposição de mobilização dos operários se mostrou nas diversas ocupações nas entradas da fábrica onde revezavam por 3 turnos os 750 operários da Mercedes que estão de Lay off. Todavia, não houve uma estratégia de unidade entre os que possuem relativa estabilidade e os que corriam o risco imediato de demissão.

Maíra Viscaya, conselheira regional da APEOESP de Santo André, esteve presente no começo do ano na luta contra as demissões e junto ao comando de greve esteve na assembleia que decretou a greve na última quarta-feira. Sobre a luta comentou: "É preciso denunciar que o Lay off é um ataque e não uma proteção ao emprego do trabalhador. Tirar ele da fábrica é a maneira mais fácil de impedir sua organização para lutar contra os ajustes deste governo e as demissões. E o PDV não tem nada de voluntário, basta olhar que nele contém uma cota mínima que para ser atingida as chefias usam do assédio, ameaças e terrorismo psicológico". Depois continuou "Nós, professores de São Paulo e do Comando de Greve estamos há mais de 40 dias lutando também por nossos empregos. Fomos levar nossa solidariedade porque acreditamos que somos uma só classe e esta é uma só luta".

Por fim, concluiu: "O sindicato dos metalúrgicos do ABC, pelo seu tamanho, tem o dever de organizar a luta contra os ataques e os ajustes. Mas para isso, é preciso deixar de defender que a crise deve ser paga por todos e romper com este governo que deu mostras suficientes de que está contra os trabalhadores, governando para os empresários. Para garantir nenhum direito a menos é preciso convocar assembleias de base onde todos possam falar, para que a base tome em suas mãos o destino da luta e assim se preparem para os futuros embates que a chegada da crise no Brasil certamente irá colocar".

Da Redação.




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